Lutas populares e democráticas no Brasil

Todas as quartas-feiras realizaremos postagens que farão um resgate das lutas sociais, populares e democráticas do povo brasileiro, traçando um singelo relato das inúmeras lutas travadas em nosso país para a construção de um marco real de cidadania e dignidade a todos brasileiros e brasileiras, iniciaremos com a A luta contra a Escravidão no Brasil.


Rompendo com a “historiografia nacional oficial” (altamente contaminada por um etnocentrismo racista), que classifica o brasileiro como acomodado, sem grandes interesses por causas maiores, como se todas as conquistas sociais tivessem caído no colo do povo, tudo fruto do beneplácito das classes dominantes, ousamos através destes textos, retratar fatos históricos que demonstram justamente o contrário, que o povo brasileiro em diversos momentos de nossa história assumiu lutas que oportunizaram mudanças em nosso país, abordaremos essas lutas construindo assim um patrimônio das lutas sociais e populares de nosso país.
Uma das lutas mais extensa e dura foi a luta pela abolição da escravatura, uma ferida que ficou aberta ao longo de 4 séculos de nossa história, custou a vida e liberdade de muitos e foi sem sombra de dúvida uma das causas elementares para que o Brasil adotasse a forma republicana de governo.
O sistema escravocrata foi a estrutura econômica que sustentou não só o Brasil-colônia e a metrópole Portugal, como o império que se instalou em terras tupiniquins, ocasionou um verdadeiro massacre e deixou muitas pessoas ricas e outras milhares sem vida...
Vários foram os ciclos econômicos que utilizaram a mão-de-obra escrava, não somente negra, mas indígena também, embora a imensa maioria fosse de africanos, atividades como extração de vegetais (pau-brasil), minérios (ouro, diamantes), lavoura (canavieira, algodão), na elaboração do Charque (devido às condições de trabalho e a exposição ao sal, a média de “vida útil” de um escravo em uma charqueada não passava de 5 anos), fora as lides domésticas, amas de leite e outros locais em que seres humanos não passavam de meros objetos patrimoniais de um senhor, fidalgo ou pároco, pois é a Igreja sempre apoiou a escravidão, inclusive respaldava a escravidão, pois durante séculos debateu se negros e índios possuíam alma e se eram dignos do “reino do senhor”...
A luta contra a escravidão se deu nos mais variados campos, tanto no cultural, no artístico, quanto no campo da insurreição popular mesmo, prova disto são os quilombos onde os negros se reuniam e construíam um espaço de liberdade longe do trabalho forçado e do açoite do patrão e do capitão do mato, um exemplo nítido de processo de fossilização, onde um indivíduo de um extrato social era aliciado para caçar indivíduos do mesmo extrato.

Semana que vem trataremos sobre o tráfico negreiro, as condições de vida, na África, a viagem e o modo de vida e produção aqui na América.

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© 2008 Por Giovane D. Zuanazzi , Douglas T. Finger