Pela 17ª vez, ONU condena bloqueio dos EUA a Cuba

O ministro do exterior de Cuba, Felipe Pérez Roque, afirmou antes da votação que será uma tarefa para o próximo presidente dos Estados Unidos decidir se o bloqueio é uma política fracassada.
O projeto de resolução, intitulado ''Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba'' foi apresentado pelo ministro cubano de Relações Exteriores, Felipe Pérez Roque.
Na introdução desse documento, aparece destacada a preocupação pela promulgação e aplicação por parte dos Estados Unidos de legislações e disposições regulamentares de alcance extraterritorial como a Lei Helms-Burton.
Na 16ª votação deste projeto em 2007, a demanda de extinguir a política coercitiva americana contra Cuba recebeu apoio quase unânime da Assembléia Geral quando 184 de seus 192 membros votaram a favor.
Os Estados Unidos foram acompanhados apenas por Israel, Ilhas Marshall e Palau em sua oposição a esse projeto de resolução, enquanto a Micronésia absteve-se e Albânia, El Salvador e Iraque estiveram ausentes.
Um porta-voz oficial cubano disse que ''pela décima sétima vez, a comunidade internacional terá a oportunidade de expressar novamente sua condenação à política genocida de bloqueio que o governo estadunidense mantém contra nosso país''.
A aplicação dessa política por quase 50 anos contra Cuba ''constitui o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico e social do país e uma flagrante violação dos direitos humanos de todo o povo cubano'', observou.
Mas apesar da reiterada rejeição da Assembléia Geral ao bloqueio econômico contra Cuba, Washington continua a aplicação dessa medida coercitiva de maneira impune, porque as decisões deste alto organismo da ONU não são de cumprimento obrigatório.
O projeto de resolução expressa preocupação pelo fato de que após a rejeição ao bloqueio a Cuba durante 16 anos consecutivos, as autoridades americanas continuam promulgando e aplicando novas medidas para reforçá-lo.
Em declarações à Prensa Latina sobre este tema, o presidente da Assembléia Geral, o diplomata nicaragüense Miguel d’Escoto, referiu-se a este fato como um dos casos que explicam a necessidade de reforma requerida pela ONU.

''A idéia de que a clara e inequívoca voz da Assembléia Geral deve ser tomada como uma simples recomendação sem nenhuma obrigatoriedade deve ser enterrada para sempre'', expressou d’Escoto.
De todas as formas, os diplomatas cubanos insistem em que seu país ''continuará exigindo o levantamento do bloqueio e não cederá em seu empenho até conseguir sua eliminação''.
A embaixadora do Brasil junto às Nações Unidas, Maria Luiza Ribeiro Viotti, afirmou durante a reunião que o bloqueio viola as regras do direito internacional e é contrário à Carta da ONU.

"O Brasil interveio hoje na Assembléia Geral das Nações Unidas em nome do Mercosul a favor da resolução que pede o fim do bloqueio comercial contra Cuba. Essa é uma posição tradicional dos países do Mercosul porque se apóia na rejeição a medidas unilaterais e extraterritoriais", afirmou

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Resistência: EUA fizeram iraquianos odiar a 'democracia'

Mohamed Bashar al-Faidi, porta-voz dos ulemás muçulmanos do Iraque, deu no último fim de semana uma palestra, na cidade espanhola de Gijón, sobre o estado atual da resistência e sobre as promessas de retirada das tropas de ocupação do país. A palestra aconteceu durante a 4ª Jornada Sobre o Mundo Árabe, do Comitê de Solidariedade com a Causa Árabe, realizada na sede da organização.
Por Olaya Suárez, para o elcomerciodigital.com


Essa foi a primeira vez que um ulemá iraquiano (professor e pesquisador da chariá - lei islâmica - e do Alcorão) consegue um visto para fazer uma palestra na Espanha. Vive refugiado na Jordânia, de onde se propõe a "revelar ao mundo a situação real que se vive no Iraque".

O candidato Barack Obama anunciou que, se vencer as eleições nos EUA, retirará as tropas do Iraque. Como o povo muçulmano vê essa promessa americana?
Os cidadãos não acreditam em Obama nem em nenhum outro candidato à presidência, só acreditam na resistência do povo iraquiano e na continuidade da luta, até que finalmente o exército americano seja expulso de nosso país.

Considera que o povo iraquiano está preparado para tomar as rédeas de forma autônoma?
Estamos desenhando um plano nacional para salvar o Iraque da ocupação. O objetivo que perseguimos é conseguir um país unido, sem guerra civil e sem diferenças nem distinções entre o norte e o sul. É um processo íntegro de reconstrução no qual é preciso que sejam envolvidos todos os estamentos sociais, econômicos, políticos e sociais.

Que papel joga o aspecto militar nesse projeto?
O objetivo é obter um exército nacional e real, isto é, que não esteja vinculado a um partido político, mas a uma nação. Não deverá estar vinculado à religião, mas sim ao governo do país.

O governo será eleito pelo povo?
Sim, será uma eleição dos cidadãos que se dará a nível humano, administrativo, de serviços...

As tropas americanas entraram no Iraque para instaurar a democracia. No que se diferenciará esta democracia com a que agora pretende conseguir o povo?
Os iraquianos odeiam a palavra democracia, porque a relacionam à morte, massacres e fome. Os EUA conseguiram que o povo repudie essa denominação, mas não seu significado real, que é o que nós pretendemos conseguir.

É evidente que a estrutura e os aspectos materiais do país se viram bastante afetados nos últimos anos, mas, por trás disto, que aconteceu em relação ao humano e ao psicológico?
Estamos muito pior que antes e, além disso, foram mortos 1,5 milhão de iraquianos. A isto se soma a falta e a deficiência de serviços, a falta de eletricidade, de água, de abastecimento...

Que visão e opinião têm da Espanha e de seus cidadãos no Oriente?
O que se sabe no Iraque sobre a Espanha é que ela participou com suas tropas no início da ocupação do nosso país. Agradecemos aos espanhóis que tenham retirado seus militares, mas agora pedimos que se envolvam nos problemas que sofremos e que nos ajudem de forma internacional e pública.

Fonte: Jornal El Comercio Digital -

www.rebelion.org

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Vitória de Kassab alavanca Serra e ressuscita o "demo"

Na primeira entrevista após o final da apuração do segundo turno na capital paulista, o demo Gilberto Kassab nem parecia o prefeito eleito. Rasgou elogios ao tucano José Serra, que roubou totalmente a cena na coletiva.

“Nesses quatro anos tive uma grande perda, que foi a morte de minha mãe, e tive um grande amigo que ganhei na vida e um grande líder, que é José Serra, que levarei para o resto da minha carreira. Dedico a ele essa vitória”, choramingou o novo prefeito, confirmando a tese de que é e será um “laranja” do governador paulista e presidenciável tucano.

Por Altamiro Borges*



Tucano pavimenta o terreno


A folgada vitória de Gilberto Kassab, com 60% dos votos válidos, tem inúmeros significados. O mais preocupante é que ela representa forte impulso à candidatura de José Serra para a sucessão presidencial de 2010.

Numa tática arriscada, o grão-tucano traiu Geraldo Alckmin, candidato do seu próprio partido, e apostou no prefeito do demo, mais confiável e funcional às suas ambições políticas.

Apesar das rusgas criadas no PSDB – alguns dirigentes propõem punir os “dissidentes” –, Serra venceu a parada. Desta forma, ele garantiu a preservação da aliança com os oligarcas do DEM. De quebra, ainda conseguiu atrair o PMDB paulista, que terá papel decisivo na sucessão.

Serra parte para a nova batalha sucessória bem reforçado. Além de governar o principal estado da federação, garantiu sua marionete na capital e ainda venceu em um terço das cidades de São Paulo, mantendo a hegemonia tucana no estado.

Ele também conta com o entusiástico apoio da mídia, que nada noticia sem consultá-lo previamente. Os recentes episódios de ocultamento da guerra das polícias e do seqüestro de Eloá confirmam que ela está totalmente comprometida com o projeto de José Serra. Isto para não falar no apoio do grosso da elite empresarial de São Paulo.

DEM escapa da extinção


Outro significado importante da vitória de Gilberto Kassab é que ela ressuscita o DEM, o ex-PFL dos apoiadores da ditadura militar. Este partido, que representa a oligarquia mais reacionária do país, vinha num processo de definhamento.

No ano 2000, elegeu 1.028 prefeitos; em 2004, já sob impacto da experiência progressista do governo Lula, elegeu 790 prefeitos; e nas eleições deste ano, baixou para 496. Muitos analistas já previam o seu sepultamento. Mas graças ao apoio do “traíra” José Serra, os demos ganharam uma sobrevida, mesmo que como apêndice do tucano.

O novo prefeito de São Paulo, apesar de jovem e de se travestir do moderno, é a expressão cabal da política conservadora do DEM. Ele ingressou na política pelas mãos do empresário Guilherme Afif Domingues, um colaborador da ditadura, ex-secretário no governo de Paulo Maluf. Kassab integrou o comando de campanha de Afif na eleição presidencial de 1989.

Em 1993, foi eleito vereador na capital paulista. Também exerceu o mandato de deputado estadual (1995-1998) e deputado federal (1999-2005) pelo PFL. No executivo, foi o principal secretário de Celso Pitta, cria de Maluf, que arruinou a capital paulista. É um quadro orgânico deste partido conservador.

Eleitorado conservador


Vice de José Serra em 2004, assumiu a prefeitura em março de 2006, quando o tucano renunciou para disputar o governo estadual. No cargo, ele adotou a postura de total subserviência ao tucano, o que gerou críticas na cúpula do seu partido.

Na campanha deste ano, com um eficiente trabalho de marketing, apresentou-se como “bom gerente” e personificou o voto anti-esquerda em São Paulo, desferindo ataques ao PT. A sua vitória confirma a trajetória conservadora do eleitorado paulista, que projetou figuras como Maluf, Pitta e agora elege Kassab, “laranja” de Serra.

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TV UNE estréia esta sexta (24) com transmissão ao vivo da Caravana em Campina Grande (PB)


O primeiro dia de programação incluirá debates, lançamento do Pontão de Cultura CUCA da UNE e estão previstos também flashs das ações de saúde que acontecem durante todo o dia.



No ano em que completa 71 anos, a UNE se lança em um novo território: a internet. Estréia amanhã (sexta, 24), a TV UNE, um canal de transmissão ao vivo na web. Ainda em fase de testes, o projeto, acalentado pelo Instituto CUCA, fará a transmissão ao vivo das atividades da Caravana da Saúde, Educação e Cultura em Campina Grande (PB) no seguinte endereço: http://www.cucadaune.org/.
A programação de estréia incluirá os debates "Saúde, educação e cultura para um novo Brasil: desenvolvimento e políticas públicas", às 10h e "Toxicomania generalizada, o que fazer com as drogas?" que terá início às 14h.
Além disso, entrará no ar, às 20h30, para encerrar o primeiro dia de programação da TV UNE, a cobertura do lançamento do Pontão de Cultura CUCA da UNE que será seguida da apresentação do pessoal do Marxuvipiano e Cabruêra.
Estão previstos também flashs das ações de saúde que acontecem durante todo o dia como campanha de vacinação contra a rubéola, cadastro para doação de medula, doação de sangue e teste rápido de HIV.
"Esse será um novo canal de interatividade com os estudantes de todo o País. Um exemplo disso é que na nossa primeira transmissão, a galera poderá dizer o que pensa sobre a Caravana ao final de cada atividade", adianta a coordenadora de comunicação do Instituto CUCA, Alessandra Stropp.
A transmissão será feita através do site http://www.ustream.tv/. Trata-se de uma aplicação online que permite gravar videoconferências, fazê-las em tempo real, conversar com os seus visitantes, entre outras alternativas de interatividade direta através do seu browser sem precisar instalar nenhum programa adicional. Não perca nossa estréia e participe!
Fonte: www.une.org.br

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Capitalismo em crise ideológica: Greenspan faz mea culpa


Alan Greenspan, o poderoso chefão do Federal Reserve (ou Fed, o banco central dos Estados Unidos) entre 1987 e 2006, admitiu nesta quinta-feira (23), que cometeu "um equívoco" ao acreditar na "auto-regulação" do livre mercado e sua ideologia "não está funcionando" diante do "tsunami creditício" que abala seu país. O mea culpa do homem-símbolo do pensamento neoliberal mostra até que ponto a crise econômica é também uma crise ideológica do capitalismo.


Por Bernardo Joffily

A confissão do homem "outrora considerado como o infalível maestro do sistema financeiro", segundo as palavras do New York Times, aconteceu durante audiência pública numa comissão da Câmara de Representantes. Depois de dirigir o Fed por 18 anos (nos governos Reagan, Bush Pai, Clinton e Bush Jr.) sob o estandarte da desregulação dos mercados, o economista de 82 anos se declarou "em choque".

Orfandade dos sacerdotes

Não foi nenhuma conversão ao socialismo. Ele só admitiu estar "parcialmente" errado. Em dado momento, falou em "estar certo" em 60% das previsões e "errado" em 40%.Porém no seu conjunto o diálogo de Greenspan com os congressistas é um excelente exemplo da orfandade ideológica em que se encontram os mais fervorosos sacerdotes do sistema, ao verem as suas certezas se espatifarem. Afinal, quem falava é, embora aposentado, algo como o sumo-sacerdote do neoliberalismo.
"Eu cometi um equívoco ao presumir que os próprios interesses das organizações, especificamente os bancos, entre outras, eram de tal natureza que as tornavam mais capazes de proteger os seus próprios acionistas e a sua equidade", disse Greenspan.

Uma ideologia que "não funciona"


A parte mais reveladora da audiência aconteceu quando o congressista Henry A. Waxman, democrata da Califórnia e presidente da Comissão de Controle da ação governamental, confrontou Greenspan com uma proclamação de princípios feita pelo então presidente do Fed:
"Tenho uma ideologia. Meu julgamento é que mercados livres e concorrenciais são de longe a forma sem rival de se organizar a economia. Experimentámos a regulação, nenhuma funcionou significativamente."

Perguntado por Waxman sobre se essa ideologia o estimulara a tomar decisões que não deviam ser tomadas, Greenspan primeiro buscou uma saída pela tangente. Disse que todos têm uma ideologia, precisa de uma, o problema é saber o quanto ela é acurada.
Mas no fim foi ao que interessava:

Greenspan: O que estou lhe dizendo é que sim, constatei uma falha. Não sei a que ponto ela é significativa ou permanente, mas fiquei muito aflito com este fato", admitiu o ex-imperador do Fed.

Waxman: Acho uma falha na realidade...
Greenspan: Uma falha no modelo que eu concebia como a estrutura crítica de funcionamento que define como o mundo funciona, por assim dizer.

Waxman: Em outras palavras, o senhor descobriu que a sua visão de mundo, sua ideologia, não estava certa, não estava funcionando (Iit was not working)?Greenspan: É isto, precisamente (That is, precisely). Justamente por esta razão eu espava chocado: porque eu passara 40 anos ou mais com evidências bastante consideráveis de que estava funcionando perfeitamente bem.

Demissões e desemprego á vista

No depoimento inicial que preparara para os parlamentares, o ex-presidente do Federal Reserve declarou-se "em estado de chocada descrença" diante do colapso da auto-regulação dos bancos. E não ocultou as conseqüências da crise: "Não podemos enxergar como evitaremos um significativo aumento das demissões e do desemprego".
"Esta crise revelou ser mais ampla do que qualquer coisa que eu tivesse imaginado", admitiu Greenspan. E reconheceu que "não há escolha" exceto impor controles legais, agregando que outras medidas reguladoras ainda terão que ser adotadas.
"A bola entre as pernas"
Tratado com deferência por todos os poderes estatais do início ao fim do seu reinado, Greenspan encontrou desta vez uma audiência excepcionalmente crítica e até mal-educada. O congressista John A. Yarmuth, democrata do Kentucky, fez uma alegoria com um erro fatal do basquete americano em 1986 (algo mais ou menos como final da Copa de 1950, perdida no Maracanã):
"Todos vocês (referia-se a Greenspan e outros dois depoentes do dia) deixaram a bola passar entre as pernas. Vocês não queriam deixar a bola passar entre as pernas, não tentaram deixar a bola passar entre as pernas, mas ela passou."
Fonte: Vermelho

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SERRA EDITA O JORNAL NACIONAL

O jornal nacional não abriu com o confronto entre as polícias civil e militar de São Paulo, que resultou em 24 feridos.

. O jornal nacional abriu com o episódio de uma refém que não tem nenhuma novidade no dia de hoje.
. Foi só uma forma de esconder a batalha campal em São Paulo.
. A repórter Mariana Ferrão enfatizou, como fez o Governador José Serra, a presença de um caminhão da Força Sindical.
. Em seguida veio o Governador José Serra e durante aproximadamente 45 minutos e 18 segundos acusou a CUT e a Força Sindical de organizarem a baderna.
. Pôs a culpa em partidos políticos.
. O jornal nacional em seguida informou que tanto a CUT quanto a Força Sindical lamentaram a violência empregada.
. O jornal nacional poupou o Governador José Serra da informação de que São Paulo tem os salários mais baixos dos policiais brasileiros.
. Mariana Ferrão não corre o risco que corre uma repórter da CBN.
Em tempo: uma brava repórter da CBN corre o sério risco de perder o emprego. Na entrevista coletiva, enquanto Serra discorria aquele "tro-ló-ló" que a greve era por motivos eleitorais, a repórter perguntou: eleitorais, como ?, se a eleição é municipal e a Polícia é um problema estadual ? Serra se irritou com a pergunta óbvia e já deve ter ligado ao João Roberto Marinho para pedir a cabeça da repórter.
Fonte: Conversa Afiada

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Nelson Hoineff: quem matou Eloá?

A desastrada participação da mídia eletrônica no episódio do seqüestro de Santo André (SP) revela menos sobre o seqüestro do que sobre a própria mídia. O seqüestrador não tinha antecedentes e estava tomado pela emoção. Tornou-se um assassino pela sua inabilidade em lidar com uma situação circunstancial. A televisão, porém, essa incentivou – e provocou – o assassinato.


Por Nelson Hoineff, no Observatório da Imprensa
A mídia tinha inúmeros antecedentes — e estava movida pela cobiça. O seqüestrador vai passar alguns anos numa penitenciária, apanhar bastante, possivelmente ser estuprado e ser devolvido para a sociedade inutilizado. A mídia, nesse período, já terá tirado proveito de várias dezenas de casos semelhantes. Para os programas policialescos, o caso de Santo André será na melhor das hipóteses lembrado como um número. Um bom número que só interessa ao Comercial.

A impunidade de um tipo de ''jornalismo'' (o nome vai entre aspas para preservar a dignidade da atividade) movido pela hipocrisia, pela estupidez e pela maldade só não é maior que o dinheiro que ele gera. No episódio de Santo André, a mídia (ou uma certa mídia) foi um agente ativo dos acontecimentos.

O desfecho só foi possível pela ação direta da cobertura ao vivo da TV sobre o seqüestrador, pela sua capacidade em entronizá-lo como uma rápida celebridade midiática (não mais efêmera do que qualquer outra), de transtorná-lo, de amplificar uma ação criminosa pueril e deixar o seqüestrador sem opções. Tudo, enfim, o que já é conhecido por quem acompanhou o caso.

Não há dúvida possível sobre quem de fato matou a jovem de 15 anos. Para a mídia que matou a jovem não há punição e muito menos remorso. Já na manhã seguinte, as emissoras disputavam o privilégio de falar com a nova advogada do seqüestrador, uma pobre senhora já àquela altura deslumbrada com os holofotes, isca viva de repórteres e ''âncoras'' à espera da carniça.

Quem saca primeiro

O mau jornalismo que se pratica em boa parte da televisão brasileira tem a perversa característica de não alimentar dúvidas do espectador sobre o que ele está vendo. Ele — que para as emissoras não é um indivíduo, mas um consumidor — dificilmente se dá conta das circunstâncias que levam à espetacularização do fato policial e do que isso representa para a sua banalização.

Os espectadores são levados a acompanhar o desfecho de um seqüestro da mesma forma como acompanham o grand finale de uma série de ficção, sem perceber que ambas estão sendo escritas da mesma maneira: a ficcional tendo como base o papel, a real como matéria-prima a manipulação dos sentimentos dos protagonistas — a audiência e os diretamente envolvidos nos acontecimentos. Uns como os outros, seres humanos.

Na cobertura do dia-a-dia, helicópteros e holofotes acompanham ao vivo até as mais banais rixas de rua, e é um milagre que não as transformem todos os dias em crimes pesados. Isso acontece para gerar um ponto percentual de audiência, e para que isso aconteça os espectadores são induzidos a acreditar na relevância daquelas pequenas disputas.

A má televisão não hesitou um segundo em transformar um obscuro namorado abandonado de 22 anos numa celebridade instantânea, como se fosse um reality show com direitos gratuitos. A morte de uma menina e a destruição de famílias foram corolários espetaculares desse sucesso.

Está na hora das suítes, depois os especiais e as matérias requentadas, até que essa mesma televisão transforme outro infeliz no sucesso do momento — e o repórter que sacar primeiro um celular gere aquele 0,1% de audiência capaz de vender algumas caixas de iogurte a mais.

A propósito: como era mesmo o nome completo daquela menina que jogaram pela janela?
Fonte: Vermelho

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Lutas populares e democráticas no Brasil

A Luta contra a Escravidão (segunda parte)





Hoje, postamos o segundo texto sobre a luta contra a escravidão no solo brasileiro, não poderia faltar um excerto do poema “Navio Negreiro” do grande poeta brasileiro e patrono da UJS, o poeta condoreiro Castro Alves:

“Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!”

Comecemos primeiro desmistificando a inferioridade tão apregoada aos quatro ventos de inferioridade dos representantes negros da raça humana, existiam reinos na África que só foram subjugados pela sanha imperialista européia no decorrer do século XIX, quando os negros combatiam com lanças e escudos e os europeus utilizavam largamente canhões e metralhadoras, por séculos o rei da Etiópia foi considerado o monarca mais rico do mundo, por séculos os europeus chegavam somente na costa litorânea africana, pois era instransponível de outra forma, pela bravura dos guerreiros africanos.


A cultura local, no tocante à guerras, nunca foi de marcado pelo grande número de mortos em combate, pois como os astecas, os africanos em sua maioria, preferiam prender seus inimigos tribais e os utilizarem como escravos, primeiramente em suas próprias possessões e após começaram a intensificar um mercado de vende desses prisioneiros de guerra com os europeus que necessitavam de mão de obra para lavouras, extração de minerais e outras atividades braçais em suas colônias mundo afora.
A viagem de transposição do Oceano Atlântico era uma odisséia em luta pela vida, pois em alguns estudos apontam que a mortandade no transcorrer da viagem beira os 70% dos negros que eram trazidos, as más condições das embarcações, onde proliferavam doenças, o exíguo espaço físico, os maus tratos por parte da tripulação, transformavam o cenário do navio negreiro um verdadeiro holocausto.

Ao chegarem em solo brasileiro, os sobreviventes dessa jornada de horrores, descobririam o futuro trágico que lhes aguardava, o trabalho extenuante e o chicote do feitores a lhe arrancar o couro e o sangue para que executasse os mais duros trabalhos, e para cicatrizar essas chagas, nada mais do que o sal do suor de seus corpos.
Semana que vem trataremos sobre os vários campos onde se travou a luta pela abolição da escravatura, desde o campo, intelectual, político, artístico onde se pavimentou o longo caminho para a conquista dessa tão almejada liberdade.


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Alemães procuram Marx para explicar a crise



Karl Marx está de volta. Ao menos, este é o veredito dos editores e livreiros da Alemanha, que asseguram que suas obras estão voando nas estantes. A crescente popularidade é creditada, naturalmente, à crise econômica em curso. ''Marx entrou de novo na moda'', diz Jörn Schütrumpf, da editora Karl-Dietz, que publica as obras de Marx e Engels em alemão.
Por Kate Connolly no jornal britânico The Guardian*




''Estamos assistindo a um crescimento muito visível da procura por seus livros, procura que esperamos que cresça ainda mais pronunciadamente até o fim do ano'', diz ele.

Onde está a felicidade neoliberal?

A obra mais popular é o primeiro volume da obra mais marcante, O Capital. Conforme Schütrumpf, os leitores típicos são ''aqueles da nova geração acadêmica, que chegaram à conclusão de que as promessas neoliberais de felicidade não se mostraram verdadeiras''.
As livrarias pelo país afora estão registrando marcas semelhantes: aumento de mais de 300% nas vendas (embora o fato de não especificarem números sugiram que não eram vendas tão elevadas).
Fenômenos literários vêm e vão, e é bom constatar que o mercado nem sempre é direcionado por superficiais campanhas de marketing. Assim como [o escritor inglês] Rudyard Kipling se rejubilaria ao ver que voltou à moda o seu poema The Gods of the Copybook Headings – que contém os certeiros versos ''Tombaram então os deuses do mercado / e recuaram seus bruxos de lábia sutil'' (''Then the Gods of the Marked tumbled / and their smooth-tongued wizards withdrew'') –, também Marx se sentiria aliviado com a idéia de que uma crise econômica reacendeu o interesse por seus livros (Não, ao que percebo, devido aos incrementados direitos autorais que teria recebido nos últimos meses, caso ainda vivesse).


''Marx está vencendo o páreo''

Alemães em número crescente parecem dispostos a se proclamarem fãs de Marx, numa época em que virou moda repetir a crença do filósofo, de que o capitalismo com seus excessos de cobiça terminaria por se destruir. Quando Oskar Lafontaine, líder do crescente partido de esquerda alemão Die Linke (A Esquerda), disse que incluiria a teoria marxista no manifesto da nova sigla, para sublinhar seus planos de estatização parcial das finanças e do setor energético da nação, foi taxado pelo tablóide Bild de ''maluco esquerdista'' que ''perdeu o rumo''. Mas agora o ministro das Finanças da Alemanha, Peer Steinbrück, que deve ter perdido algumas noites de sono nas últimas semanas, que se declarou também um fã: ''Em geral, é preciso admitir que certas partes da teoria de Marx na verdade não são tão ruins assim'', disse ele cautelosamente à revista Der Spiegel.
''Por estes dias Marx está vencendo o páreo para encantar o público'', comentou Ralf Dorschel no Hamburger Abendblatt.
Para aqueles que não estão prontos para mergulhar na teoria marxista, a correspondência entre Marx e Friedrich Engels durante uma crise econômica americana daquele tempo pode servir como literatura mais amena: ''O crash americano dá gosto de ver e está longe de ter acabado'', escrevia ele em 1857, prevendo para breve o iminente e completo colapso de Wall Street.


Fonter: Vermelho

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Aldo Rebelo: ''Serra perdeu o rumo e foi injusto''





O candidato a vice-prefeito de São Paulo, na chapa de Marta Suplicy (PT), Aldo Rebelo (PCdoB), criticou a postura do governador José Serra de creditar a greve da polícia civil ao movimento eleitoreiro. ''O Serra perdeu o rumo. Ele foi injusto e não honrou a sua tradição democrática'', disse Aldo, referindo-se às declarações dadas pelo governador do Estado, José Serra (PSDB), ontem à noite, sobre o conflito ocorrido entre a Polícia Civil e a Polícia Militar.


Segundo o candidato, o movimento da polícia civil é porque o salário em São Paulo é incompatível com o do restante da categoria no país. Aldo ressalta que esse é o grande problema da questão e que deve ficar bem claro.
Ontem, policiais civis em greve desde 16 de setembro realizavam uma passeata quando entraram em confronto com policiais militares em São Paulo. O conflito ocorreu quando os manifestantes teriam tentado furar um bloqueio da PM em um área de segurança do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Policiais militares chegaram a utilizar bombas de gás e efetuar tiros com balas de borracha. 32 pessoas ficaram feridas.
O governador José Serra associou o protesto a entidades sindicalistas e disse que a manifestação tem cunho ''político-eleitoral''. Só não explicou como pode ter cunho eleitoral uma reivindicação que envolve questões estaduais se as eleições são municipais.
''O discurso utilizado pelo Serra foi o mesmo que era utilizado contra ele, Serra, quando era estudante e deputado e que apoiava movimentos sociais'', declarou, durante um encontro, no final da manhã, promovido entre a candidatura petista e um grupo de taxistas paulistanos, na Vila Clementino, zona Sul. O grupo, que declarou apoio a Marta, contrariou a posição do sindicato da categoria, que não declarou apoio oficial a nenhum dos candidatos na disputa do segundo turno.
O governador José Serra, visivelmente irritado, respondeu à critica dizendo que o deputado comunista ''perdeu uma ótima oportunidade de não dizer uma besteira''. ''Ele, que tão poucas besteiras diz na vida, agora resolveu inaugurar uma de grande tamanho'', disse o governador.
Mas se o irritado governador resolver responder a todos que o criticam, não fará outra coisa nos próximos dias. Isso porque não foi apenas o deputado Aldo Rebelo quem condenou a estratégia do governador tucano de tentar eleitoralizar o episódio. Dezenas de outras lideranças políticas, sindicais, intelectuais, jornalistas e juristas, criticaram o discurso do governador paulista. Não surgiu, até agora, nenhuma voz independente que avalisasse a tese de Serra de ''conspiração'' eleitoral.



Paralisação nacional



O presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo (Sipesp), João Batista Rebouças, ao lado do presidente da Federação das Polícias do Brasil, Paulo Martins, e do deputado federal Paulinho da Força (PDT), não apenas criticou Serra como adiantou que irá haver uma manifestação de greve 24 horas da Polícia Civil em todo o Brasil em repúdio ao governador e em solidariedade aos policiais paulistas. Segundo as entidades, a data da paralisação nacional será no dia 29 de outubro.
''Não somos inimigos da PM, nosso inimigo chama-se José Serra. A Polícia Civil não tem mais nada a perder'', disse Rebouças sobre o episódio.
''Quem pretende ser presidente da República não pode agir dessa maneira'', completou o presidente do Sipesp.



Serra na berlinda mesmo com ''imprensa amiga''


O jornalista Ricardo Kotscho escreveu em seu blog no portal iG que ''pela primeira vez desde que tomou posse, parece que os fatos estão fugindo ao controle do governador José Serra. A crise na segurança pública em São Paulo, que culminou ontem no confronto entre grevistas da Polícia Civil e tropas da Polícia Militar às portas do Palácio dos Bandeirantes, deixando mais de 20 feridos, invadiu o noticiário nacional e atravessou as fronteiras do Estado, apesar de toda a boa vontade da imprensa amiga.''
Segundo ele, ''Serra está no centro do fogo cruzado da crise na área de segurança pública, que se arrasta praticamente desde o início do seu governo, sem que se tenha avançado um milímentro no rumo de uma solução''.



Incapacidade administrativa



A candidata à prefeitura de São Paulo pelo PT, Marta Suplicy, também se pronunciou sobre o assunto, já que Serra, nas entrelinhas, insinuou que o conflito foi promovido para prejudicar o adversário de Marta, Gilberto Kassab (DEM).
A petista repudiou as acusações do governador de que o conflito teria ''motivações políticas''. ''É uma incapacidade, uma intransigência por parte de quem governa'', atacou Marta. ''Querer culpar um partido político por uma incapacidade de negociação, eu não esperava essa postura do governador.''
''Agora nós estamos na véspera de uma eleição. Eu fico pasma de o governador fazer insinuações deste porte. É muito sério o que ele fez'', disse. ''Pessoas ligadas à CUT e à Força Sindical estarem presentes no momento da sua negociação salarial me parece, o mínimo, que uma pessoa que entende de democracia, de negociação, possa saber que deveria estar acontecendo.''

Durante evento eleitoral em Mauá, no ABC paulista, o senador Eduardo Suplicy também criticou a atitude do governador José Serra. O senador acusou o governador de ter incentivado a guerra entre as forças policiais. ''Cheguei de Brasília e fui direito ao Palácio dos Bandeirantes para saber o que estava acontecendo. Levei um susto. Temos que dialogar para que as forças policiais não iniciem uma guerra. O Serra tem o dever de resolver este impasse. A Polícia Militar e Polícia Civil precisam trabalhar em harmonia'', opinou Suplicy.




Força: Serra é intransigente



O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho da Força Sindical, divulgou nota assinada também pelo secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna. O documento ''repudia com veemência o tratamento dispensado pelo governador José Serra aos policiais civis''.
No comunicado, a Força Sindical destaca: ''É intolerável que um governador eleito democraticamente utilize métodos truculentos contra servidores em luta. Demandamos que o Governo do Estado retome o caminho da negociação e atenda as justas reivindicações dos policiais civis, pois valorizar a função e a carreira do policial é parte fundamental de uma política de segurança pública democrática e eficiente.''
Em declaração à imprensa, Juruna foi ainda mais duro: ''O governador está transformando um confronto trabalhista em um confronto político-partidário'', disse o sindicalista. Para Juruna, Serra ''é intransigente, precisa assumir sua responsabilidade e não desviar do assunto...o Serra quer é ajudar o Kassab'', disse.
Juruna afirma que tentou negociar com o secretário da Casa Civil do Estado, Aloysio Nunes Ferreira, uma saída pacífica para os pedidos dos policiais. O dirigente sindical diz que o governo do Estado se recusou. Segundo Juruna, o máximo consentido pelos representantes do governo foi estabelecer limites para a manifestação dos policiais. ''Serra está tentando justificar sua intransigência, jogando o confronto para o campo político e eleitoral, o que é um erro'', concluiu Juruna.


CUT: comportamento irresponsável do governador


A CUT, outra central citada por Serra, também protestou. De acordo com o secretário geral da CUT São Paulo, Adi dos Santos Lima, ''o comportamento irresponsável do governador José Serra e do secretário estadual de Segurança Pública por pouco não provocaram mortes''. ''Por um lado, provocaram a categoria dos Policiais Civis em greve ao abandonar a segurança pública, não dar as mínimas condições de trabalho, manter equipamentos defasados, salários arrochados e, pior, não atender solicitações, se negar a negociar e ainda criticar o comportamento de quem tem preocupação com a segurança dos cidadãos'', denunciou Adi.
''Serra não quer diálogo, somente imposição. Eu vi uma guerra civil, o conflito quase gerou mortes na porta do Palácio'', ressaltou Adi. epresentantes de seis centrais sindicais acompanharam o protesto e repudiaram a covardia de Serra. Agora, lembrou Adi, ''a mobilização vai crescer ainda mais, porque ninguém vai baixar a cabeça para este tipo de comportamento''.


Lula: situação deplorável



Devido à repercussão internacional do episódio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também opinou sobre o confronto policial. ''É uma coisa deplorável que aconteça esse conflito. Porque são dois órgãos importantes do Estado e que, portanto, não deveriam estar em conflito'', disse Lula em entrevista concedida antes da cerimônia de inauguração de instalações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Maputo, em Moçambique.
O presidente disse que sabia que o problema começou com a reivindicação salarial da polícia civil, que está em greve. ''Eu não sei qual é o problema. Eu sei que tem um problema de reivindicação. Houve um conflito.''

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Programas sociais do governo Lula

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente um estudo revelando que quase 39 milhões de brasileiros foram beneficiados em 2004 pelos programas sociais de transferência de renda do governo. A minuciosa pesquisa confirma que estas ações, que atingiram 21,4% da população do país, estão de fato chegando as pessoas mais necessitadas. Segundo Eduardo Nunes, presidente do IBGE, “elas já beneficiaram 91% dos domicílios com rendimento inferior a um salário mínimo”. Em 2004, estes programas bateram o recorde histórico ao contemplar 50,3% das “famílias miseráveis”. Na fase seguinte, ainda não pesquisada pelo instituto, seu alcance cresceu ainda mais para o desespero da direita neoliberal!

A evolução das ações sociais do governo Lula é significativa e consistente. Somente com o Bolsa Família, o governo beneficiou 3,6 milhões de domicílios em 2003, 6,5 milhões em 2004 e 8,7 milhões em 2005. A meta é atingir 11,2 milhões de famílias em 2006. Os recursos públicos investidos neste programa saltaram de R$ 3,4 bilhões em 2003 para R$ 6,5 bilhões em 2005 – na mais volumosa transferência de recursos da América Latina. Vinculado à obrigatoriedade do estudo, o Bolsa Família já aponta indicadores positivos de melhoria na escolaridade, geração de renda e diminuição da criminalidade. Isto é que levou a Fundação Getúlio Vargas a afirmar que a redução das desigualdades sociais no governo Lula foi “espetacular”.

Para os que acusam tais medidas de assistencialista, o economista Marcio Pochmann tem uma resposta na ponta da língua. “Quando entrei na universidade, tive acesso à bolsa de iniciação científica, depois à bolsa de mestrado e de doutorado e nunca me disseram que eram compensatórias. No Brasil, quem tem acesso ao ensino superior é a classe média e não existe essa visão de que as bolsas vinculadas ao ensino superior sejam compensatórias. Agora, para o filho do pobre estudar no ensino básico e médio, é compensatória e no sentido pejorativo. Isto é uma coisa preconceituosa”. Para ele, “as iniciativas do governo federal estão vinculadas às condições para superação da pobreza. A direita brasileira usa o termo compensatório como pejorativo, querendo associá-las a políticas assistencialistas e clientelistas do passado. Mas não é o caso”.

A redução das desigualdades sociais também está vinculada à tímida retomada do crescimento do país e, principalmente, a adoção de algumas medidas econômicas heterodoxas, que causam urticária nos liberais de plantão – inclusive nos infiltrados neste governo. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que na gestão de FHC bancou a privataria do estado, já destinou R$ 11,4 bilhões para a indústria nacional, o que explica a geração de 3,5 milhões de empregos. Já os programas de microcrédito permitiram o acesso de 6 milhões de pessoas aos bancos públicos, facilitando a abertura de milhares de pequenos negócios. Por sua vez, o crédito à agricultura familiar pulou de R$ 2,4 bilhões em 2002 para R$ 9 bilhões na safra 2005/2006, viabilizando a inclusão de 1 milhão de famílias nas políticas de crédito.


Secando gelo
O alcance destes programas sociais, entretanto, não minimiza as críticas à orientação macroeconômica do governo, que entrava o crescimento do país com os seus juros estratosféricos e as elevadas contenções do superávit primário. Como afirma Marcio Pochmann, que teve rica experiência na condução de programas de inclusão social na gestão da prefeita Marta Suplicy, sem um crescimento mais acentuado da economia, tais iniciativas resultam apenas em “secar o gelo”. O que elas geram de inclusão social, o desemprego e a baixa renda multiplicam em exclusão. Prova inconteste disto é que o mesmo IBGE acaba de divulgar que a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país subiu para 10,1% em fevereiro.

É flagrante a contradição entre as políticas públicas de redução da miséria e a orientação macroeconômica de forte viés neoliberal, que serve unicamente à ditadura do capital financeiro. Este contra-senso será, sem dúvida, um dos pontos fracos do governo na acirrada disputa sucessória de outubro. Está mais do que na hora do presidente Lula apresentar um novo projeto de desenvolvimento, uma Nova Carta aos Brasileiros, com a definição precisa de metas de crescimento econômico e de superação das desigualdades sociais. A primeira carta, de junho de 2002, foi para acalmar o “deus-mercado”; agora é necessário sinalizar que um segundo mandato democrático e popular terá como objetivo maior avançar nas mudanças.


por Altamiro Borges

Fonte: www.vermelho.org.br

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Charge




Fonte: Vermelho



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Para Fidel, países ricos não têm como impor soluções à crise


O insólito

No domingo 12 de outubro, os países da Eurozona estabeleceram um plano anti-crise por iniciativa de Sarkozy, presidente da França.
Na segunda-feira 13, anunciaram as cifras multimilionárias de dinheiro que os países da Europa lançarão ao mercado financeiro para evitar um colapso. As ações subiram com as surpreendentes notícias.
Em virtude dos acordos mencionados, a Alemanha havia comprometido, na pesquisa de resgate, 480 bilhões de euros; a França, 360 bilhões; a Holanda, 200 bilhões; a Áustria e a Espanha, 100 bilhões cada um, e assim sucessivamente até atingir, junto com a contribuição do Reino Unido, a quantia de 1,7 trilhão de euros, que nesse dia, já que a relação do câmbio entre uma e outra moeda varia constantemente, equivaliam a 2,2 trilhões de dólares, que se somavam aos 700 bilhões de dólares dos Estados Unidos.
As ações das grandes corporações que não se arruinaram tiveram um aumento abrupto de seu valor que, ainda que longe de compensar as perdas sofridas nos nove dias trágicos, permitir-lhes-á aos políticos e banqueiros do capitalismo desenvolvido desfrutar de uma dose de oxigênio.
Nesse mesmo dia pela noite, o Premiê da Itália, Silvio Berlusconi, num banquete realizado em sua honra que ocorreu na Casa Branca, faz um discurso prestando uma homenagem ao Bush: “Confiamos no Presidente que teve a coragem de pôr em prática o que considerava justo, o que devia fazer para si, para seu povo e para o mundo”.

Realmente passou dos limites!


Também nesse dia 13, o Prêmio Nobel de Economia correspondente a 2008 é outorgado ao cidadão dos Estados Unidos Paul Krugman. Trata-se sem dúvida de um defensor do sistema capitalista, mas é ao mesmo tempo muito crítico do presidente Bush.


Sob o título Gordon agiu bem, publicado no dia 14 no El País, expõe diversas idéias, algumas das quais merecem ser destacadas textualmente:

“O correto é enfrentar o problema da falta de capital financeiro fazendo com que o Estado proporcione às instituições financeiras mais capital em troca
de uma parte de sua propriedade…

“Esta espécie de nacionalização parcial temporária também era a solução preferida particularmente por Ben Bernanke, o presidente da Reserva Federal.

“Ao anunciar seu plano de ajuda financeira de 500 bilhões de euros, Henry Paulson, secretário do Tesouro estadunidense, rejeitou este evidente caminho, alegando que ‘isso é o que se faz em caso de quebra’.

“O governo britânico foi diretamente à raiz do problema e atuou com assombrosa velocidade para solucioná-lo.”

“Paulson, depois de haver supostamente desperdiçado várias semanas muito valiosas, também deu para trás e agora pretende comprar ações bancárias ao invés de ativos hipotecários tóxicos.

“Como já disse, ainda não sabemos se essas medidas funcionarão… Essa visão clara teve que proceder de Londres e não de Washington.

“É difícil evitar a sensação de que a resposta inicial de Paulson estava distorcida pela ideologia. Recordem que trabalha para um governo cuja filosofia pode ser resumida em ‘o privado é bom; o público, ruim’.”

“Em todo o executivo, os profissionais experientes foram destituídos; quiçá não fique no Tesouro ninguém com a estatura e a trajetória necessárias para dizer a Paulson que o que estava fazendo não fazia sentido.

“Por sorte para a economia mundial, o que Gordon Brown e seus ministros estão fazendo sim faz sentido. E quiçá nos tenham mostrado o caminho para superar esta crise.”

Nem sequer o Prêmio Nobel de Economia 2008 está certo, como confessa, de que essas medidas funcionarão. São coisas insólitas.
Na terça-feira 14, as ações nas Bolsas caíram alguns pontos de preço. Os sorrisos foram já mais estereotipados.
Os países capitalistas europeus, saturados de capacidade produtiva e mercadorias, desesperadamente necessitados de mercados para evitar desempregos de operários e dos especializados em serviços, depositantes que perdem seu dinheiro e camponeses arruinados, não estão, portanto, em situação de impor condições e soluções ao resto do mundo. Assim o proclamam os líderes de importantes países emergentes e dos que, pobres e saqueados economicamente, são vítimas do intercâmbio desigual.
Hoje quarta-feira 15 o valor das ações nas Bolsas caiu de novo estrondosamente.
McCain e Obama discutirão ardorosamente esta noite sobre o tema econômico.
Na grande democracia dos Estados Unidos, a metade dos que têm direito a votar não estão registrados; dos registrados, a metade não vota, e só 25 por cento dos eleitores elegem aos que governam. Muitos dos que agora, talvez, desejassem votar pelo candidato negro não podem fazê-lo.
Segundo as pesquisas, esse candidato conta com maioria esmagadora. No entanto, ninguém se atreve a dizer qual será o resultado.
O 4 de novembro é um dia de grande interesse para a opinião mundial, dada a crise econômica em que se debate a sociedade dos Estados Unidos.
Em matéria eleitoral, de apenas uma coisa podemos estar certos: nas próximas eleições do Reino Unido, Gordon Brown não será eleito Premiê.



Fidel Castro Ruz
15 de Outubro de 2008
Fonte: Granma Internacional

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Acertos e erros das esquerdas na eleiçao

A seguir o segundo artigo de Altamiro Borges sobre as eleições.


Acertos e erros das esquerdas na eleição

As forças de esquerda que apóiam o governo Lula, seja de forma incondicional ou com posturas mais críticas, saíram-se bem no primeiro turno das eleições. O PT, com as suas várias tendências internas, foi o partido que mais cresceu. Dos atuais 391 prefeitos, pulou para 548, venceu em seis capitais e disputará em outras três. O PCdoB elegeu 39 prefeitos (em 2004 fez só 10), reelegeu o prefeito de Aracaju e concorrerá em São Luiz. O PSB pulou de 214 para 309 prefeitos, reelegeu dois em capitais e disputará outras três. E o PDT, mais acuado, subiu de 311 para 344 prefeitos.

Com base na crescente popularidade do presidente Lula e também nas experiências positivas de algumas administrações, além de outros fatores, o PT retomou sua trajetória eleitoral ascendente, recuperando-se da grave crise vivida em 2005-2006. Já o PCdoB, com a sua tática eleitoral mais ousada, apareceu com fisionomia própria em cidades-chaves, projetou lideranças e se cacifou na disputa pela hegemonia. E o “bloco de esquerda”, unindo por PSB, PDT e PCdoB, ganhou maior musculatura e pode exercer um papel mais incisivo na sua relação com o PT e o governo Lula.

Esforço para derrotar a direita

Na justa batalha por se firmar no cenário político, os partidos de esquerda nem sempre estiveram unidos nas disputas municipais. No geral, porém, predominou o bom senso nas alianças visando evitar vitórias da oposição liberal-conservadora. Este esforço garantiu, por exemplo, o apoio do PT aos comunistas em Aracaju e São Luiz. Já o PCdoB retirou as suas candidaturas próprias para impulsionar candidatos petistas mais bem situados em várias capitais. Sem esta conduta madura e unitária seria bem mais difícil a situação de Walter Pinheiro (BA) e Marta Suplicy (SP), só para citar dois casos emblemáticos. A união em Salvador ajudou a “dar uma surra” em ACM Neto.

No caso de Porto Alegre, era indispensável a prova das urnas. As duas candidatas estavam bem posicionadas nas pesquisas, mas a eleição confirmou a força do PT gaúcho. Mesmo assim, vale registrar as baixarias cometidas pela campanha petista, arranhando a unidade das esquerdas. Já em Florianópolis ficou patente a postura hegemonista do PT, que optou por um candidato com pouca densidade eleitoral e, com isso, foi culpado pela esquerda não ir ao segundo turno. O caso mais grave de divisão das esquerdas, porém, ocorreu no Rio Janeiro, a estratégica capital carioca. Nela se cometeu um verdadeiro crime político, com graves conseqüências no futuro.

A tragédia do Rio de Janeiro

Não faltaram alertas de que a fragmentação das esquerdas cariocas poderia resultar na vitória da direita. O próprio presidente Lula sugeriu ao PT o apoio à comunista Jandira Feghali, mais bem posicionada para a disputa. Outras lideranças petistas, como o ex-ministro José Dirceu, também tentaram viabilizar esta aliança. O PCdoB retirou a sua candidatura em São Paulo como prova do empenho nesta costura. Mas todo o esforço foi em vão. Vingou a visão partidista e hegemonista mais tacanha. O PT, além do PSOL e do PDT, bancaram candidatos sem condições de disputa. Resultado: um peemedebista com passado de direita e um tucano-verde estão no segundo turno.

O renomado intelectual Emir Sader lamentou o desfecho. “Mais uma vez os cariocas de esquerda ficam sem candidato no segundo turno e a cidade é entregue à direita. Responsabilidade grave da esquerda realmente existente, que não soube estar à altura do Rio de Janeiro, parecendo que tem mais amor as suas candidaturas e seus partidos do que à cidade, que pede aos gritos um governo de esquerda... Quem não se deu conta que a candidata Jandira Feghali era a melhor colocada para chegar ao segundo turno demonstrou grave desvinculação da realidade”. Ele não vacila em tecer duras críticas ao PT, mas também ao PSOL, PDT e PCB, culpando-os pela vitória da direita.

No mesmo rumo, o blog “Amigos do presidente Lula” também postou o seu desabafo. “Por falta de visão, o PT deixou de se aliar com Jandira Feghali (PCdoB) no primeiro turno. Jandira já foi candidata à prefeita em 2004 e teve mais votos do que Jorge Bittar, do PT. Ela foi candidata ao Senado em 2006. Perdeu no interior, mas foi a mais votada na capital. Já tinha uma candidatura com forte base eleitoral construída. Se Alessandro Molon (PT) fechasse a coligação com Jandira, ela teria mais tempo na TV e cresceria na disputa”. Mas o PT preferiu lançar candidato próprio e agora terá que optar entre Eduardo Paes, o “menos pior”, e o tucano-verde Fernando Gabeira.

O fiasco da “frente de esquerda”

Ainda no campo das esquerdas brasileiras, vale analisar o desempenho do PSOL, PSTU e PCB, que promovem uma oposição frontal ao presidente Lula, desconsiderando a atual correlação de forças no Brasil e na América Latina e a natureza hibrida deste governo. Na eleição presidencial de 2006, os três partidos montaram a chamada “frente de esquerda”, que ficou em terceiro lugar com a candidatura da ex-senadora Heloísa Helena e conquistou mais 6,5 milhões de votos. Já nas eleições municipais deste ano, a aliança implodiu devido a inúmeras divergências de projeto. Ela só vingou em onze capitais; no restante, o tiroteio entre os três partidos foi intenso e fratricida.

Para sair do isolamento, o PSOL optou por uma tática mais ampla de alianças. Até o Movimento Esquerda Socialista (MES), da deputada Luciana Genro, aliou-se com PV, que em vários estados integra a oposição liberal-conservadora – em São Paulo, por exemplo, apóia o demo Kassab. Já o PSTU, totalmente avesso às alianças, espinafrou o seu antigo parceiro. Num documento público, criticou a direção do PSOL, que “realiza coligações com os partidos burgueses, que inclusive integram a base de sustentação do governo Lula”. O PCB, por sua vez, manteve a sua trajetória errática e preferiu demarcar posições, lançando candidatos próprios e sem densidade eleitoral.

A ausência de tática política

O resultado final deverá gerar acirrados debates no interior dos três partidos. O PSOL, que teve enorme visibilidade na sucessão presidencial, não elegeu prefeitos e fez apenas oito vereadores em capitais. Heloísa Helena, símbolo da “frente de esquerda”, teve 29 mil votos e será vereadora em Maceió. Já o PSTU não elegeu sequer vereadores. Até agora, o seu site não divulgou balanço crítico da sua campanha. E o PCB retrocedeu, perdendo alguns mandatos. Prevendo o desastre, a sua executiva nacional emitiu um comunicado enigmático: “Independentemente dos resultados matemáticos e eleitorais dos nossos candidatos, a nossa campanha foi vitoriosa politicamente”.

Outro importante setor de esquerda, não partidário e inserido nos movimentos sociais, optou pelo abstencionismo. O MST, por exemplo, desautorizou seus militantes a se candidatarem. Ricardo Gebrim, da Consulta Popular, critica os partidos de esquerda que investem no processo eleitoral. Para ele, as eleições despolitizam a sociedade e só “discutem no âmbito administrativo, do tipo construir pontes... Não houve, nesta campanha, a discussão sobre projetos de governo”. O risco desta análise, feita por lutadores combativos, é que ela desarma a militância, não dá alternativas táticas e reforça o ceticismo. Desta forma, joga os movimentos sociais no isolamento político.


Fonte: Blog do Miro

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Briga de polícia: violência de Serra leva caos às ruas de SP



João Batista Rebouças, presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia de São Paulo, afirmou que "jogaram polícia contra polícia". Segundo ele, policiais militares "atiraram bombas de gás lacrimogêneo, pimenta. Não estamos armados e [estamos] sendo tratados com insensatez", argumentou.

O confronto

Por volta das 16 horas desta quinta, os policiais grevistas chegaram na Rua Padre Lebret, no Morumbi. Um grupo que seguia em passeata forçou a passagem por uma primeira barreira formada pelos policiais militares e, a partir daí, iniciou-se o confronto.

Foram lançadas inúmeras bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e pimenta, além de balas de borracha sobre a multidão. Com a chuva dos artefatos o grupo de manifestantes recuou. Carros das equipes de forças especiais da Polícia Militar (PM) foram estacionados em um cruzamento para formar outra barreira, mais compacta, contra o avanço da passeata.

Após o retorno dos manifestantes, carros de equipes da Polícia Civil se aproximaram para a região onde foi feito o bloqueio. Após cerca de 10 minutos de tensão, com mais arremessos de bombas de efeito moral, o grupo de manifestantes se aproximou da barreira e tentava novamente avançar. Por volta das 16h18, novamente foram arremessadas novas bombas de efeito moral para dispersar o grupo.

Os manifestantes pretendiam seguir em direção à sede do governo de São Paulo. No caminho, grupamentos de policiais militares continuam em prontidão. Há barreiras formadas por PMs da Força Tática, da Tropa de Choque e da Cavalaria.

Feridos em vários hospitais

A assessoria do Albert Einstein enviou nota confirmando que, até as 18 horas, foram recebidas em seu pronto atendimento 12 pessoas vítimas da confusão. O quadro de saúde dos pacientes é estável e uma das vítimas já havia sido liberada no horário. O Hospital Itacolomy recebeu cinco pessoas e o Hospital Universitário, um ferido.

O Hospital São Luiz disse que atendeu cinco policiais civis na unidade do Morumbi. Quatro deles foram atendidos, medicados e receberam alta: um homem de 34 anos com escoriações na face; outro de 49 anos com ferimentos superficiais na coxa e no braço esquerdos; um policial de 44 anos com queimaduras de 1º e 2º graus na mão direita e na face e um homem de 43 anos com queimaduras de 3º grau na região abdominal.

Um policial de 30 anos teve fratura exposta em um dedo da mão direita, além de sofrer escoriações na mão esquerda. Ele fez exames e foi transferido para outro hospital.

O Palácio dos Bandeirantes informou que um dos feridos é um coronel que participava da negociação entre os manifestantes. Ele teria sido atingido por um disparo na perna e foi levado, ainda segundo o Palácio, para o Albert Einstein.

Outro ferido identificado foi o cinegrafista da Record, Flávio Roderley. Ele foi atingido por três balas de borracha. De acordo com a assessoria de imprensa da emissora, ele também foi atendido pelo Albert Einstein e passa bem.

Em nota, o governo do estado diz que "o confronto começou no momento em que o comando grevista aceitou proposta do governo de enviar um representante ao local onde estava concentrada a manifestação para receber um documento com a posição dos manifestantes".

Palácio intocável

Não é a primeira vez que uma manifestação é impedida de chegar ao Palácio. Desde que Serra tomou posse, sucessivas manifestações foram violentamente impedidas de chegar à sede do governo. A última, ocorrida durante a ocupação da reitoria da USP por estudantes, também foi impedida pela Tropa de Choque de chegar ao Palácio dos Bandeirantes.

Por meio de nota, o governo do estado informou nesta quinta que as vias públicas situadas ao redor do Palácio dos Bandeirantes são consideradas área de segurança. "Por esse motivo, todas as manifestações populares programadas para esses locais são obrigatoriamente desviadas para áreas próximas, que não se encontram na zona delimitada pela resolução, que abrange as avenidas Morumbi e Giovanni Gronchi e as ruas Combatentes do Gueto, Rugero Fazzano e Padre Lebret".

Caos nas ruas

O trânsito esteve bastante complicado na região do Estádio do Morumbi. Ruas em volta da Praça Roberto Gomes Pedrosa e travessas das avenidas Giovanni Gronchi e Morumbi foram parcialmente bloqueadas pela Tropa de Choque.

O acesso aos hospitais Albert Einstein e São Luiz estavam prejudicados. No horário do confronto começou a chover fraco na região, o que agravou as condições do tráfego. Os motoristas parados no local, sem orientação de trânsito, reclamavam e tinham dúvidas sobre que trajeto seguir.

O presidente do Sindicato dos Investigadores, João Rebouças Neto, reagiu às reclamações pelo protesto, “a medida é necessária; é preciso entender que, como a polícia defende a população, foi necessário chegar a esse ponto para melhorar as condições de trabalho".

Ele afirma que o sindicato tenta desde o mês de fevereiro entrar em contato com o governador. Segundo Rebouças, Serra não quer recebê-los e justifica que não tem dinheiro. Os policiais civis pedem 15% de reajuste salarial em 2008 e 12% para 2009 e 2010.

A Associação dos Delegados de Polícia Civil de São Paulo (Adpesp) informou que no início da noite desta quinta os policiais deixavam as delegacias para seguir ao Palácio. O objetivo é prestar solidariedade aos colegas que participam da manifestação na zona sul.

Em entrevista, o governador disse que a informação sobre as delegacias não procede e que tudo está sob controle. Porém, a população desconfia do governo que é carcaterizado pelo incompetência na segurança.

Em 2006, após o então governador Geraldo Alckimin (PSDB) se licenciar para disputar as eleições presidenciais, o estado viveu dias de pânico e terror com os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), que parou a capital paulista por quase dois dias num toque de recolher dado pelo crime organizado no estado.

Serra foge e acusa oposição

O governador José Serra acusou a manifestação dos policiais civis de ter cunho "político-eleitoral" em entrevistas à imprensa nesta quinta. “Estão tirando proveito eleitoral”, disse o governador ao indicar a CUT e a Força Sindical, o PT e o PDT, pela responsabilidade do confronto.

Serra afirmou que deputados participaram da manifestação com interesse eleitoral. Ele justificou a ação da Polícia Militar e disse que eles estavam lá para dissuadir os manifestantes e "evitar o uso da força". "Tem manipulação política", insistiu Serra que apóia o candidato do DEM, e atual prefeito Gilberto Kassab para a prefeitura da capital.

O coordenador da campanha de Marta Suplicy (PT) à Prefeitura de São Paulo, deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), refutou as acusações de Serra sobre "motivações eleitorais" por trás do confronto. Ele enfatizou que a campanha salarial dos policiais civis já dura mais de um mês e a eclosão do confronto, a dez dias do segundo turno, não tem relação com a eleição. "É um movimento sindical", disse Zarattini.

O presidente do PT em São Paulo, José Américo Dias, disse que o governador tenta de forma "oportunista" jogar nas "costas do PT um problema que ele causou". "Ele ganhou o governo com perspectiva de melhorar os salários, mas ao contrário disso o que ele fez foi trair suas promessas de candidato. Agora, diante da greve que já dura mais de 30 dias, ele tenta tirar o corpo fora e politizar a questão", afirmou.
Dias disse que os deputados que estavam presentes na manifestação são do PDT, PV e PT e participaram do ato porque apóiam o movimento. "Ele (Serra) precisa aprender a lidar com a democracia e parar criminalizar os movimentos sociais, mais uma vez." E emendou: a convivência com o PFL (o DEM) está fazendo muito mal a ele. Está transformando ele em uma pessoa autoritária."

Entenda a greve da Polícia Civil de SP

Os policiais civis entraram em greve por tempo indeterminado dia 16 de setembro. O movimento atinge delegados, investigadores, escrivães e peritos, que pedem aumento de salário e melhores condições de trabalho.
Os policiais civis pedem 15% de reajuste salarial em 2008 e 12% para 2009 e 2010. O governo propõe aumento linear de 6,2% a policiais civis da ativa, aposentados e pensionistas; aposentadoria especial; reestruturação das carreiras com a eliminação da 5ª classe e a transformação da 4ª classe em estágio probatório; e a fixação de intervalos salariais de 10,5% entre as classes.
Segundo a orientação da cartilha da greve, devem ser registrados apenas casos de flagrantes, captura de procurados e homicídios. As diligências referentes a investigações devem ser feitas apenas se forem inadiáveis. A cartilha, entretanto, ressalta o uso do bom senso na triagem dos casos.
A Polícia Civil já havia entrado em greve em 13 de agosto, reivindicando aumento salarial de cerca de 60%. O movimento foi suspenso na mesma tarde após uma reunião conciliatória entre representantes de sindicatos e associações da categoria e do governo estadual no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª região.


Fonte: Vermelho

É mesmo muita cara de pau do governador de São Paulo, (que, diga-se de passagem, quer ser presidente do Brasil) depois de inúmeras vezes jogar a polícia contra os movimentos sociais, vir agora acusar Partidos Políticos e Centrais Sindicais como se os mesmos fossem responsáveis pelo conflito. Se o governador tivesse mais responsabilidade e real interesse receberia a Polícia Civil e negociaria um acordo. Mas parece que o mesmo esqueceu completamente seu passado como dirigente da UNE e o quanto manifestações por direitos fazem parte da vida democrática de um país.
Devemos observar as atitudes de Serra, pois elas já são comuns por parte de lideranças do PSDB, aqui no RS a nossa simpática governadora Yeda também já colocou a BM contra manifestações populares. Há alguns anos, antes da vitória de Lula em 2002 era a mesma coisa no Planalto, FHC era o primeiro a tratar os Movimentos Sociais como criminosos. Devemos estar atentos a esses que se dizem defensores da Democracia, nas eleições de 2010 certamente encontraremos vários deles tentando esconder sua truculência para ganhar votos daqueles que tratam como bandidos.

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Lutas populares e democráticas no Brasil

Todas as quartas-feiras realizaremos postagens que farão um resgate das lutas sociais, populares e democráticas do povo brasileiro, traçando um singelo relato das inúmeras lutas travadas em nosso país para a construção de um marco real de cidadania e dignidade a todos brasileiros e brasileiras, iniciaremos com a A luta contra a Escravidão no Brasil.


Rompendo com a “historiografia nacional oficial” (altamente contaminada por um etnocentrismo racista), que classifica o brasileiro como acomodado, sem grandes interesses por causas maiores, como se todas as conquistas sociais tivessem caído no colo do povo, tudo fruto do beneplácito das classes dominantes, ousamos através destes textos, retratar fatos históricos que demonstram justamente o contrário, que o povo brasileiro em diversos momentos de nossa história assumiu lutas que oportunizaram mudanças em nosso país, abordaremos essas lutas construindo assim um patrimônio das lutas sociais e populares de nosso país.
Uma das lutas mais extensa e dura foi a luta pela abolição da escravatura, uma ferida que ficou aberta ao longo de 4 séculos de nossa história, custou a vida e liberdade de muitos e foi sem sombra de dúvida uma das causas elementares para que o Brasil adotasse a forma republicana de governo.
O sistema escravocrata foi a estrutura econômica que sustentou não só o Brasil-colônia e a metrópole Portugal, como o império que se instalou em terras tupiniquins, ocasionou um verdadeiro massacre e deixou muitas pessoas ricas e outras milhares sem vida...
Vários foram os ciclos econômicos que utilizaram a mão-de-obra escrava, não somente negra, mas indígena também, embora a imensa maioria fosse de africanos, atividades como extração de vegetais (pau-brasil), minérios (ouro, diamantes), lavoura (canavieira, algodão), na elaboração do Charque (devido às condições de trabalho e a exposição ao sal, a média de “vida útil” de um escravo em uma charqueada não passava de 5 anos), fora as lides domésticas, amas de leite e outros locais em que seres humanos não passavam de meros objetos patrimoniais de um senhor, fidalgo ou pároco, pois é a Igreja sempre apoiou a escravidão, inclusive respaldava a escravidão, pois durante séculos debateu se negros e índios possuíam alma e se eram dignos do “reino do senhor”...
A luta contra a escravidão se deu nos mais variados campos, tanto no cultural, no artístico, quanto no campo da insurreição popular mesmo, prova disto são os quilombos onde os negros se reuniam e construíam um espaço de liberdade longe do trabalho forçado e do açoite do patrão e do capitão do mato, um exemplo nítido de processo de fossilização, onde um indivíduo de um extrato social era aliciado para caçar indivíduos do mesmo extrato.

Semana que vem trataremos sobre o tráfico negreiro, as condições de vida, na África, a viagem e o modo de vida e produção aqui na América.

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Charge




Essa charge foi enviada pelo camarada Marcus Zuanazzi, que foi militante da UJS e do PCdoB, hoje estuda medicina em Cuba. Sempre nos enviando vários textos e dicas.
Valeu pela força de sempre camarada.
Grande abraço

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Brasileiros solidários com Cuba após furacões

Os cubanos que vivem no Brasil, reunidos com outras entidades no Clube de Engenharia na última segunda-feira (29), lançaram uma ampla campanha de ajuda humanitária a Cuba, face à destruição causada pelos furacões Gustav e Ike. A campanha será lançada no Rio, no próximo dia 10, em local a ser definido.
A campanha tomou como título uma frase de José Martí, herói nacional em Cuba: ”Com o amor renasce a esperança”. Para um país que já sofre as conseqüências do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos, o momento atual é de enormes dificuldades.
Os prejuízos são calculados em US$ 5 milhões. Cerca de 3 milhões de pessoas, quase um quarto da população, teve que abandonar suas casas. Os furacões danificaram 470 mil prédios e derrubaram 168 mil.
Em menos de 10 dias, a ilha foi devastada por dois furacões. O Gustav atingiu a parte oeste de Cuba no dia 30 de agosto, movendo-se para noroeste e chegando ao sul do Golfo do México. Em 9 de setembro o Ike chegou à capital cubana, Havana, trazendo chuvas e ventos.
O Gustav e o Ilke cruzaram a ilha furiosamente. Arrasaram a agricultura, casas, escolas, hospitais. A rede elétrica foi destruída. Da safra de açúcar, sobrou um terço. Morreram sete pessoas – o que para Cuba é muito, pois o país é mundialmente conhecido pela eficácia de seus planos de evacuação em caso de catástrofes naturais.
A campanha aposta no espírito solidário do povo brasileiro, que sempre teve grande afinidade e simpatia pelo povo cubano. Além disso, vivem no Brasil cerca de 2.500 cubanos, muitos deles médicos, em programas de intercâmbio. A ajuda poderá ser prestada de várias formas: 1) Captação de recursos financeiros junto a pessoas físicas e jurídicas, por meio de depósitos em contas bancárias a serem criadas com esse objetivo;
2) Doação de alimentos não perecíveis e de medicamentos, assim que forem definidos os locais de armazenamento e procedimentos de envio a Cuba;
3) Artigos de primeira necessidade que serão especificados durante a campanha.
Para estimular a participação foi criada uma página na internet – www.porcuba.com.br. Os interessados terão acesso a todos os passos da campanha, com informações sobre os recursos financeiros captados e materiais doados. O endereço eletrônico para contato é porcuba@porcuba.com.br.A União de Jornalistas de Cuba (Upec) solicita a colaboração dos jornalistas e comunicadores brasileiros.
Os coordenadores da campanha pretendem que as contribuições materiais cheguem aos lugares mais necessitados de Cuba, contando com o apoio das autoridades dos dois países, para alcançar seus objetivos. Você também pode contribuir, difundindo desde já essas informações.

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Reflexões do companheiro Fidel: A Lei da Selva

O comércio dentro da sociedade e entre os países é o intercâmbio de bens e serviços que produzem os seres humanos. Os donos dos meios de produção se apropriam dos lucros. Eles dirigem, como classe, o estado capitalista e se gabam de serem os impulsionadores do desenvolvimento e do bem-estar social através do mercado, ao qual se rende culto como deus infalível.
Dentro de cada país é a concorrência entre os mais fortes e os mais fracos, os de maior força física, os que se alimentam melhor, os que aprenderam a ler e a escrever, os que freqüentaram escolas, os que acumulam mais experiência, maiores relações sociais, mais recursos, e os que carecem dessas vantagens dentro da sociedade.
Entre países, os que têm melhor clima, mais terra cultivável, mais água, mais recursos naturais no espaço em que lhes coube viver quando não existem mais territórios que conquistar, os que dominam as tecnologias, os que possuem maior desenvolvimento e manejam infinitos recursos midiáticos, e os que, pelo contrário, não desfrutam de nenhuma dessas prerrogativas. São as diferenças, às vezes abismais entre as que se qualificam como nações ricas ou pobres.
É a lei da selva.
As diferenças entre as etnias não existem no relativo às faculdades mentais do ser humano. Isso está mais que provado do ponto de vista científico. A sociedade atual não foi a forma natural em que evoluiu a vida humana; tem sido uma criação do homem já mentalmente desenvolvido, sem a qual não se pode conceber sua própria existência. Portanto, a questão que se põe é se o ser humano poderá sobreviver ao privilégio de possuir uma inteligência criadora.
O sistema capitalista desenvolvido, cujo máximo expoente é o país de natureza privilegiada aonde o homem branco europeu levou suas idéias, seus sonhos e suas ambições, hoje se encontra em plena crise. Não é a crise habitual cada certo número de anos, nem sequer a traumática dos anos trinta, mas sim a pior de todas desde que o mundo seguiu esse modelo de crescimento e desenvolvimento.
A atual crise do sistema capitalista desenvolvido acontece quando o império está próximo a mudar de chefia nas eleições que se realizarão dentro de vinte e cinco dias; era a única coisa que faltava por ver.
Os candidatos dos dois partidos que decidem nessas eleições, tentam persuadir os votantes desconcertados ―muitos dos quais nunca se preocuparam por votar― de que eles, como aspirantes à presidência, são capazes de garantir o bem-estar e o consumismo do que qualificam de um povo de camadas médias, sem o menor propósito de verdadeiras mudanças no que consideram o mais perfeito sistema econômico que tem conhecido o mundo; um mundo que, logicamente, na mentalidade de cada um deles, é menos importante do que a felicidade de trezentos e tantos milhões de habitantes de uma população que não chega a 5% dos habitantes do planeta. A sorte do outro 95% dos seres humanos, a guerra e a paz, a atmosfera respirável ou não, dependerá em grande medida das eleições do chefe institucional do império, se é que esse cargo constitucional tem ou não poder real na época das armas nucleares e dos escudos espaciais conduzidos por computadores em circunstâncias tais que os segundos são decisivos e os princípios éticos têm cada vez menos vigência. Entretanto, não pode ser ignorado o papel mais ou menos nefasto que corresponde a um presidente desse país.
Nos Estados Unidos existe um profundo racismo, e a mente de milhões de brancos não se reconcilia com a idéia de que uma pessoa preta, com a esposa e os filhos, ocupem a Casa Branca, que se chama assim: Branca.
De puro milagre o candidato democrata não tem sofrido a sorte de Martin Luther King, Malcolm X e outros, que albergaram sonhos de igualdade e justiça em décadas recentes. Além disso, tem o costume de olhar para o adversário com serenidade, e rir dos apertos dialéticos de um oponente que enxerga para o vazio.
Por outro lado, o candidato republicano, que cultiva sua fama de homem belicoso, foi um dos piores alunos de seu curso em West Point. Não sabia nada de Matemáticas, segundo ele próprio confessa, e é de supor que muito menos das complicadas ciências econômicas.
Sem dúvida, seu adversário o supera em inteligência e serenidade.
O que mais abunda em McCain são os anos, e sua saúde não é para nada segura.
Menciono esses dados para assinalar a eventual possibilidade ―se alguma coisa acontecesse com a saúde do candidato republicano, se o elegerem― de que a senhora do rifle e inexperiente ex-governadora do Alasca fosse Presidenta dos Estados Unidos. Vê-se que não sabe nada de nada.
Meditando sobre a dívida pública atual dos Estados Unidos que o presidente Bush descarrega sobre as novas gerações nesse país ―10,3 quatrilhões―, passou-me pela mente fazer o cálculo do tempo que levaria um homem para contar a dívida que ele praticamente tem duplicado em oito anos.
Supondo oito horas de trabalho diário sem perder um segundo, ao ritmo rápido de cem notas de um dólar por minuto, 300 dias de trabalho por ano, um homem tardaria 715 mil anos para contar essa quantidade.
Não encontrei outra forma gráfica de me imaginar o volume dessa quantidade de dinheiro que se menciona quase diariamente por estes dias.
O governo dos Estados Unidos, para evitar um pânico generalizado, declara que garantirá depósitos de poupadores que não ultrapassem os US$ 250 mil; administrará bancos e cifras de dinheiro que Lenine, com ábacos, não teria imaginado contabilizar.
Podemos perguntar-nos agora, qual é a contribuição que fará a administração Bush ao socialismo? Mas não vamos fazermos ilusões. Quando o funcionamento dos bancos ficar normalizado, os imperialistas as devolverão às empresas privadas, como fez algum que outro país neste hemisfério. O povo sempre paga as contas.
O capitalismo tende a se reproduzir em qualquer sistema social, porque parte do egoísmo e dos instintos do homem.
À sociedade humana não tem outra alternativa que ultrapassar essa contradição, porque de outra forma não poderia sobreviver.
Neste momento, as somas de dinheiro que lhes lançam às finanças mundiais os bancos centrais dos países capitalistas desenvolvidos está golpeando fortemente as bolsas dos países que tentam vencer o subdesenvolvimento econômico e recorrem a essas instituições. Cuba não possui bolsa de valores. Sem dúvida surgirão formas de financiamento mais racionais, mais socialistas.
A crise atual e as brutais medidas do governo dos Estados Unidos para se salvar, terão mais inflação, mais desvalorização das moedas nacionais, mais perdas dolorosas dos mercados, menores preços para as mercadorias de exportação, mais intercâmbio desigual. Porém trarão também aos povos maior conhecimento da verdade, maior consciência, maior rebeldia e mais revoluções.
Veremos agora como se desenvolve a crise e o que vai acontecer nos Estados Unidos dentro de 25 dias.

Fidel Castro Ruz
11 de outubro de 2008
18h15 •
Fonte: Granma Internacional

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Crise nos EUA e onda de desemprego

No mesmo dia em que a Câmara dos Deputados dos EUA aprovou, por 263 votos a favor e 171 contra, a nova versão do pacote de socorro ao sistema financeiro, que sugará US$ 850 bilhões dos cofres públicos, o governo ianque divulgou um novo recorde de desemprego no país. Baita ironia! Segundo o informe oficial, em setembro foram eliminadas 159 mil vagas nas empresas, o maior número de demissões desde março de 2003. O facão atingiu todos os setores da economia, o que indica que a crise no mundo da especulação financeira bateu com força na economia real.

Foi o nono mês seguido de corte de vagas, na pior sequência desde 2001, ano da última recessão neste país. A taxa de desemprego bateu em 6,1%; quando Georg Bush tomou posse, em 2001, ela era de 3,9%. As reduções mais drásticas ocorreram na indústria (51 mil) e no comércio varejista (40 mil). A construção civil, principal vítima da crise do subprime do setor imobiliário, eliminou 35 mil vagas e as atividades financeiras cortaram 17 mil empregos.

Miséria bate recorde

Até setembro, já foram eliminados 760 mil postos de trabalho. As projeções indicam que o ano terminará com mais de 1 milhão de trabalhadores demitidos – algo raro na história dos EUA, que só aconteceu quatro vezes (1946, 1949, 1982 e 2001). Com mais este desastre, George Bush, o presidente-terrorista desta nação imperialista, deverá deixar a Casa Branca pela porta dos fundos. Nem o candidato do seu partido, o republicano John McCain, aceita aparecer ao lado do “homem bomba”, já considerado em pesquisas com o pior presidente da história dos EUA. Nos seus dois trágicos mandatos, a vida dos trabalhadores virou um verdadeiro inferno.

O Census Bureau, instituto oficial de estatísticas, divulgou recentemente que o número de pobres atingiu 36,5 milhões de pessoas. Já a Academia Nacional de Ciências, órgão independente e mais rigoroso nos cálculos, fixa em 41,3 milhões de pobres, um recorde histórico. O trabalho parcial, temporário e precário é um dos mais altos do mundo, já que impera no país a total desregulação trabalhista, e os salários não têm aumento real, acima da inflação, há anos. Cerca de 47 milhões de pessoas não têm proteção à saúde e 8,7 milhões de crianças estão sem assistência social.

O inferno dos imigrantes

A crise atinge mais duramente os imigrantes – os milhões de miseráveis da periferia capitalista atraídos pelo “paraíso do consumo”. Há 12 milhões de latino-americanos – incluindo um milhão de brasileiros – na triste condição de ilegais, já chamados de “escravos modernos”. O imigrante coloca a vida em risco ao atravessar o “muro da vergonha”, que separa o México dos EUA. Na parte mexicana, ele é espoliado por máfias criminosas que cobram até US$ 12 mil pela travessia ilegal – dormindo em barracas de lona, sem higiene e com péssima alimentação.

Já no território ianque, o imigrante é perseguido por 17 mil soldados – só em abril passado, 4.802 brasileiros foram detidos, uma média de 160 ao dia. Ele também é alvo dos sádicos empresários, que pagam para participar das caçadas organizadas por grupos racistas, como a Gatekeeper. Em 2006, ocorreram 441 mortes na fronteira. Os que ingressam nos EUA são explorados como mão-de-obra barata, nos trabalhos mais penosos e perigosos e sem direitos à rede pública de hospitais e escolas. O imigrante é o retrato da miséria na pátria do capitalismo, que agora afunda na crise.

Revolta contra o pacote

Este cenário explica o forte repúdio ao pacote de socorro financeiro elaborado pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson. Diariamente ocorrem protestos na Casa Branca contra a ajuda de US$ 850 bilhões aos bancos. A sociedade não quer arcar com o aumento da dívida interna, que cortará investimentos públicos e, como efeito, causará mais desemprego e miséria. Não aceita “salvar”, com o dinheiro dos seus tributos, dezenas de bancos investigados por práticas ilícitas e nem topa pagar a conta da desregulamentação financeira. Não quer jogar cash for trash (dinheiro no lixo).

Conforme relata o jornalista Luiz Carlos Azenha, “há muito tempo não se via revolta tão grande como nos últimos dias nos EUA. Num movimento aparentemente sem lideranças, centenas de milhares de norte-americanos protestaram contra o plano de socorrer Wall Street... A oposição ao pacote juntou gente da esquerda à direita. Eleitores republicanos comparam a intervenção estatal ao ‘socialismo’, enquanto democratas protestam contra o que seria uma recompensa àqueles que estão na origem da crise”. O clima é de repulsa, o que alavanca a candidatura de Barack Obama.

Fonte: http://altamiroborges.blogspot.com/

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Um balanço parcial das eleições municipais

O novo mapa político do país, advindo das eleições municipais, somente será consolidado com o segundo turno marcado para 26 de outubro. Dependendo dos resultados finais nas 29 cidades que retornarão às urnas – das 5.563 existentes no país e que incluem pesos-pesados como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre –, a correlação de forças institucionais ficará mais definida, assim como os seus desdobramentos para a sucessão presidencial em 2010. Apesar deste hiato de tempo, já é possível fazer um balanço parcial do pleito, que destoa do coro orquestrado pelo bloco liberal-conservador e pelo grosso da sua mídia manipuladora. Aparente calmaria e reeleiçãoUma primeira marca do pleito foi a expressiva reeleição dos atuais governantes, o que deu certo tom de continuísmo ao embate. Dos 20 prefeitos que concorreram à reeleição, 13 venceram já no primeiro turno e os outros sete disputarão a nova rodada em boas condições. Até os governantes avaliados negativamente pelas pesquisas, como João Henrique (Salvador) e Serafim Correa (Manaus), demonstraram força na reta final da campanha. Mesmo Gilberto Kassab, do demo de São Paulo, deve sua surpreendente votação a este fenômeno nacional. Para efeito de comparação, em 2004, apenas cinco prefeitos foram reeleitos; nesta eleição, nenhum foi derrotado até agora.Este fenômeno deriva da situação de aparente calmaria no país, resultante do tímido crescimento da economia e da melhora de alguns índices sociais, com a queda do desemprego e o aumento da renda. Os bons ventos da economia elevaram a arrecadação e reforçaram o caixa das prefeituras, o que permitiu maiores investimentos em infra-estrutura e benfeitorias sociais. A receita corrente nas capitais atingiu a média de R$ 59,6 bilhões em 2007, contra R$ 41 bilhões em 2006. Muitas obras nas cidades ainda receberam investimentos federais, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Todos os prefeitos, inclusive tucanos e demos, surfaram nesta “onda Lula”. Segundo vários analistas políticos, este cenário reforçou a tendência conservadora do eleitorado, que prefere a segurança e não quer mexer no que está dando certo. “Aconteceu o que chamamos de efeito bem-estar, que favorece quem está no poder”, avalia o sociólogo Paulo Kramer. Tanto que as campanhas eleitorais priorizaram os temas administrativos, secundarizando o debate mais politizado. Até tucanos e demos raivosos, como o ACM Neto, famoso pela bravata de que daria uma “surra no presidente”, evitaram politizar a disputa e tentaram vender a imagem de “amigos de Lula”. Isto não salvou ACM Neto da surra nas urnas. A vingança do eleitor foi maligna!Derrota dos tucanos e demosApesar do fenômeno, nas cidades em que houve renovação no primeiro turno, a oposição liberal-conservadora foi a maior derrotada. Tucanos e demos, como era natural, ainda tentam disfarçar o fiasco e contam com a ajuda da mídia, que amplifica a mentira do “empate”. Mas os números são taxativos. O DEM-PFL perdeu 176 prefeituras – tinha 670 e ficou com 494. Ele viu sumir quase 2 milhões de eleitores entre 2004-08. Nas capitais, demos famosos, como Cesar Maia e ACM Neto, foram rejeitados pelos eleitores. O partido foi o maior derrotado do pleito e agora aposta todas as suas fichas na capital paulista, até como forma de evitar a sua extinção do mapa político.O PSDB perdeu 109 prefeituras e 1,225 milhão de votos no período. Os tucanos ainda mantêm a sua hegemonia em São Paulo, principal laboratório e plataforma das idéias neoliberais, mas saiu fraturado do pleito. Após o vexame do primeiro turno na capital, no qual o seu candidato oficial, Geraldo Alckmin, foi cristianizado, o partido tenta colar os cacos para viabilizar o demo Kassab. No Rio de Janeiro, aposta no verde-tucano Fernando Gabeira. A eleição também acirrou a briga entre os presidenciáveis José Serra e Aécio Neves. Já o PPS, sob a trágica batuta oposicionista de Roberto Freire, também encolheu, perdendo 70 prefeituras e 2.151milhões de eleitores.Crescimento do PT e dos aliadosNo extremo oposto, a eleição municipal presenciou o consistente crescimento do PT e das forças de esquerda da base de sustentação do atual governo. O partido do presidente Lula, por motivos óbvios, foi o principal beneficiário da sua crescente popularidade e dos bons ventos na economia. Sai da eleição como recordista no aumento do número de prefeitos: tinha 391 e elegeu 548. Nas 26 capitais e nas 53 cidades com mais de 200 mil habitantes, o chamado G-79 – que reúne quase 47 milhões de votantes, o equivalente a 36,4% do eleitorado brasileiro –, o partido também foi o maior vencedor: ganhou em 13 cidades e disputará o segundo turno em outras 15.PCdoB, PSB e PDT, que formam o “bloco de esquerda”, também obtiveram expressivas vitórias. Os comunistas, que adotaram uma postura eleitoral mais ousada, superando a tática da coligação-concentração, conquistaram 39 prefeituras: em 2004, o partido elegeu 10 prefeitos; outros nove ingressaram posteriormente. Já o PSB elegeu 309 governantes; tinha 214; e o PDT pulou de 311 para 344. O bom desempenho dá maior musculatura ao “bloco de esquerda” na sua relação com o PT e o governo Lula. A vitória deste campo só não foi maior devido a alguns erros grosseiros, como os que resultaram do hegemonismo do PT nas eleições do Rio de Janeiro e Florianópolis. Centro como fiel da balançaOutra marca do primeiro turno foi o crescimento das forças políticas mais de centro, que passam a jogar um papel ainda mais decisivo, de fiel da balança, no processo da sucessão presidencial. O PMDB, uma frente partidária que reúne desde aliados fiéis até adversários ferrenhos do governo Lula, elegeu 1.194 prefeitos, 134 a mais do que em 2004. É o partido com o maior número de prefeituras no país. Já o PTB e outros partidos centristas da eclética base de apoio do governo também se deram bem nas urnas, aumentando seu número de prefeituras e vereadores.Este balanço parcial, como já foi dito, só será mais conclusivo com o resultado das eleições no segundo turno. Uma vitória do demo Gilberto Kassab em São Paulo, devido ao peso político e econômico desta capital, embaralha todo o quadro da correlação de forças. Será encarada como um forte impulso da candidatura presidencial do tucano José Serra, além de ressuscitar o falido DEM-PFL. Já a vitória das esquerdas em Salvador e Porto Alegre terá efeito inverso. Nos casos do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte, o quadro é mais complicado e exige meticulosa reflexão.
O próximo artigo abordará “os acertos e erros das esquerdas na eleição”.



Depois de algum tempo sem postar no Blog, devido à falta de tempo, trago o primeiro de uma série de artigos de Altamiro Borges sobre as eleições municipais. O Texto é grande, mas vale a leitura. Miro é jornalista e membro do Comitê Central do PCdoB.
Ainda essa semana, espero estar postando a análise da atuação da UJS nas eleições de Caxias. Peço desculpas por termos postado tão pouco nos últimos meses, mas o tempo estava curto por conta da campanha.
Ahá ultrapassamos as 1000 visitas, muito obrigado por acompanharem o Blog.
Gostaria também de agradecer o Michael que tem contribuído muito com a manutenção deste espaço.

Abraços

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© 2008 Por Giovane D. Zuanazzi , Douglas T. Finger