Durante a audiência pública, hoje (27), na Assembléia Legislativa gaúcha, denominada “Diagnósticos e Alternativas para enfrentar a Crise no Rio Grande do Sul”, que contou com a participação de deputados federais, entidades empresariais e centrais sindicais, com destaque para a massiva participação da CTB-RS, os trabalhadores gaúchos apresentaram à Ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Roussef suas opiniões e reivindicações acerca da crise.



O presidente estadual da CTB Guiomar Vidor destacou a importância dos governos estaduais e federal incidirem no combate às demissões. Chamou a atenção da Ministra, afirmando que para o Governo investir mais no PAC, precisa reduzir a taxa de juros, o superávit primário e o “spread” bancário. E sublinhou que os trabalhadores não podem arcar com a conta da crise que não foi criada por eles.

Guiomar Vidor alegou que as demissões ofendem e que os trabalhadores estão dispostos a lutar com pujança para barrá-lo. Lembrou ainda que os setores empresariais do Rio Grande têm a pretensão de acabar com o Piso Salarial Regional, que além de ser um instrumento que movimenta a economia gaúcha, representa também uma forma de estímulo ao consumo e a distribuição de renda.

Por sua vez, Sérgio de Miranda, vice-presidente da CTB e dirigente da FETAG-RS, lembrou que o enfrentamento da crise passa, em especial no Rio Grande do Sul, por incentivos à agricultura familiar e com mais aporte de recursos federais e estaduais para o campo. Também destacou a importância da EMATER e seu fortalecimento.

Após ouvi-los, a Ministra Dilma Rousseff enfatizou a gravidade da crise, mas assegurou que o país se preparou para enfrentá-la. Disse ainda que o Brasil seguirá no caminho de um modelo de desenvolvimento que tenha em conta a distribuição de renda.

Dilma também destacou as ações do governo Lula, que não aceitou pressões que visavam transformar num tamanho maior do que realmente tem. Mesmo assim, disse que a mesma atingiu e machucou o país. “O governo aumentou o volume de recursos para o PAC, fez o reajuste do salário mínimo, estimulou o crédito, deu um aporte de recursos ao BNDES”, entre outras medidas que a Ministra realçou. ''Não se combate crise reduzindo o gasto público''.

O dirigente da CTB e Presidente da Comissão de Economia, deputado Heitor Schuch (PSB), elencou uma série de sugestões levantadas na audiência pública de Caxias do Sul: redução da taxa de juros, do ''spread'' bancário, de impostos e da jornada de trabalho sem diminuição de salário, recuperação do papel do Estado como indutor de desenvolvimento, redução desoneração das exportações, entre outros. Para ele, ''medidas contra a crise não devem servir para salvar banqueiros e grandes empresários. As políticas devem atender quem trabalha e quem gera riqueza neste país'', disse.

A CTB entregou à Ministra um documento (leia a íntegra abaixo) com suas reivindicações e propostas.

Sônia Corrêa (Com Agências)

ÍNTEGRA DO DOCUMENTO DA CTB-RS

Em defesa do Desenvolvimento, dos empregos e dos direitos sociais


A CTB-RS dirige-se às autoridades federais e estaduais apresentando suas proposições para enfrentar o desemprego e a crise atual.


A crise financeira do capitalismo, originada nos EUA, repercutiu no Mundo todo e no Brasil também. Aqui, caiu a produção e houve demissões em massa no final de 2008 e no ano em curso.


O governo federal adotou medidas positivas de combate à crise, como manter o PAC e o Bolsa-família, reduzir o IPI dos automóveis, lançar programa de 1 milhão de casas, atendendo necessidades sociais e gerando empregos.


Entretanto, a manutenção de juros altos inibe a produção e a geração de postos de trabalho, além de sugar imensos recursos do governo para os bancos. Urge pôr fim à farra financeira de mais de uma década.


O momento é grave e não comporta ações unilaterais, como cortar direitos dos trabalhadores. Além de injusto, reduziria o poder de consumo gerando mais recessão. É preciso ética e visão de conjunto. E ações unitárias, defendendo o desenvolvimento do país com a valorização do trabalho, binômio que envolve o esforço de todos, trabalhadores, empresários, governos, legislativos, entidades associativas, etc. Acima de tudo, são necessárias medidas emergenciais para estancar as demissões e garantir os empregos.


Para a esperança ficar viva, a crise precisa ser vencida urgentemente.


Para isso, propomos:

- Redução urgente e drástica da taxa de juros, bem como do spread bancário
- Redução do Superávit Primário visando elevar o Investimento e gastos sociais
- Ampliar as Verbas do PAC (investimento em infra-estrutura/saneamento básico/reforma urbana), o Bolsa-família e outras iniciativas sociais e geradoras de emprego
- Apoio à construção de 1 milhão de casas populares
- Valorização do Salário Mínimo(aprovação de uma política permanente)
- Redução dos impostos diretos, como Imposto de Renda sobre as faixas de mais baixa renda (maior limite de isenções e com mais e menores alíquotas).
- Redução dos impostos sobre a cesta básica
- Taxação das grandes fortunas
- Recurso público destinado às empresas seja acompanhado de contrapartidas sociais, com destaque para a estabilidade no emprego.
- Convenção 158 OIT (contra demissão imotivada)
- Valorização do Piso Regional (como instrumento de distribuição de renda e indutor de
desenvolvimento).
- Fim do Fator previdenciário e reajuste dos aposentados igual ao salário mínimo.
- Frentes emergenciais de trabalho (saneamento, limpeza, ecologia, material de construção, etc.)
- ampliação do prazo de validade do seguro-desemprego.

- Valorização da Agricultura Familiar, nos âmbitos federal e estadual com as seguintes medidas dentre outras:

• Reabertura da discussão do endividamento agrícola, problema crônico que continua sem solução, através de securitização e alongamento das dívidas vencidas e vincendas dos financiamentos de custeios e investimento agrícolas;
• Socorro às cadeias produtivas de suinocultura, avicultura, fumicultura e vitivinicultura, que passam por sérias dificuldades de comercialização, através da abertura de linhas de crédito especificas, sendo que o apoio a estas cadeias produtivas, deve contemplar também os agricultores familiares.
• Reajuste imediato dos preços mínimos oficiais do governo, com especial atenção á uva, feijão, milho, trigo, leite, bem como a implementação de medidas de proteção a produção nacional de trigo, leite e vinho, que enfrentam a concorrência desleal da importação.
• Revisão da legislação ambiental ( código florestal lei 4.771/65 e decretos 6.514 e 6.686); adequando a legislação a sustentabilidade e viabilidade econômica da atividade agrícola.
• Fortalecimento da assistência técnica voltada a Agricultura Familiar, através da contratação imediata de técnicos para o quadro da EMATER, e ampliação de recursos para a FEPAGRO.
• Revisão de benefícios fiscais concedidos através do FUNDOPEM, como forma de contemplar toda a cadeia produtiva.

Porto Alegre, 26 de março de 2009.


Guiomar Vidor

Presidente Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – RS


Fonte: Vermelho




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Mídia retrata a grande confusão ideológica nos EUA diante da crise


Uma edição de fevereiro deste ano da revista Newsweek – semanário americano que foi a matriz editorial da revista brasileira Veja – traz a referência mais nítida da tremenda confusão ideológica que se estabeleceu nos Estados Unidos desde as eleições presidenciais de novembro do ano passado. Por Pedro de Oliveira

A edição cuja capa é reproduzida acima tem a seguinte manchete: We are all socialists now (Agora somos todos socialistas!). A linha fina que vem logo embaixo do título diz o seguinte: “The perils and promise of the new era of big government” (Os perigos e as promessas da nova era do Grande Estado), e que foi logo imitada pela sua “cópia” brasileira, a revista Veja que, na edição de 18 de março de 2009 trouxe uma capa onde a imagem do presidente Barack Obama imita uma pose do dirigente russo Vladimir Lênin em um quadro típico do realismo socialista, e a manchete diz “Camarada Obama”, tendo ao fundo uma foice e martelo numa bandeira vermelha.


Na Newsweek o texto que procura dar sustentação à reportagem de capa analisa os últimos acontecimentos e as medidas tomadas pelo governo de Barack Obama contra a crise econômica e financeira que teve origem no sistema de créditos podres nos EUA.


“Queiramos ou não, a América de 2009 está se transformando em um moderno estado europeu”, diz, explicando que os EUA continua sendo “uma nação de centro-direita de muitas maneiras, particularmente na esfera cultural (...) – mas objetivamente nacionalizamos boa parte do sistema bancário e da indústria de imóveis residenciais – o que é um sinal fortíssimo de socialismo...”


A revista britânica The Economist, em agosto de 2007, já havia estampado uma manchete interrogativa: “Será que a América está dando uma guinada à esquerda?”. Naquela edição o editorial da Economist acusava o então presidente George W. Bush de responsável por uma possível vitória democrata nas eleições que viriam a acontecer em novembro de 2008. E com os democratas, mesmo que a eleição sinalizasse à esquerda, continuaria a ser uma força eminentemente conservadora, principalmente em termos de política externa.


Os líderes do Partido Republicano desorientados pelas medidas reformistas de Barack Obama – e pela profundidade de algumas delas – tornou-se incapaz de oferecer uma resposta eficaz e de apresentar uma liderança conservadora que pudesse se apresentar como oposição ao atual Governo dos Estados Unidos.


Um radialista americano de extrema direita, ouvido diariamente por um público formado por mais de 13 milhões de ouvintes, Rush Limbaugh, participou ativamente da última Conferência de Ação Política Conservadora, ocorrida em Washington no começo de março, e sintetizou suas preocupações torcendo pelo fracasso do governo Barack Obama. “Claro, quero que fracasse”, sustentou. “Como não iria querer que fracasse uma política que pretende acabar com o capitalismo e com a liberdade, as idéias que sustentam a América?!”.


“Lênin e Stalin estariam felizes com o que está acontecendo”, declarou durante a reunião o ex-candidato a presidente conservador Mike Huckabee. Já o senador Jim Demint, referindo-se a um pronunciamento de Obama no Congresso, disse que “no começo da semana escutei o melhor vendedor de socialismo do mundo dirigindo-se à Nação”...


Ou seja, a confusão é grande! O fato é que a política imaginada por Barack Obama em seu início de governo, de tornar sua gestão uma administração bipartidária, foi por água a baixo. Segundo um editorial do insuspeito Wall Street Journal, o diário ligado à alta finança dos EUA, o que o presidente almeja mesmo não é apenas ganhar alguns votos de republicanos para aplicar sua política para conter a crise econômica: “O que ele quer é mover a política norte-americana para a esquerda”.


O texto se refere também ao período da presidência de Ronald Reagan – como se fosse o antípoda de Obama -- argumentado que naquela época o ex-ator de cinema havia capitaneado uma virada à direita. Foi o que se viu nos dois governos de Bush, quando os EUA conheceram a aplicação em toda a linha do que ficou conhecido como ultradireita. Agora, quando a orientação do governo democrata tenta voltar-se para o centro, os direitistas de todos os matizes procuram rotulá-lo de “esquerda”, de “socialista”, quando se sabe que os EUA são ainda a fonte maior de capitalismo no mundo e de sua expressão mais acabada que é o imperialismo.

Pedro de Oliveira é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB



Fonte: Vermelho

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FHC está com saudades da ''ditabranda''

Por Altamiro Borges

Torcendo para que a crise mundial abale a popularidade do presidente Lula, o agourento FHC resolveu soltar a sua língua ferina. Em apenas dois dias, o ''príncipe da Sorbonne'' falou duas besteiras retumbantes. Talvez influenciado pela
Folha de S.Paulo, que recentemente cunhou o odioso termo ''ditabranda'' para se referir ao sombrio período da ditadura no país, afirmou: ''Aí que saudades do governo militar, quando eu podia falar''. Foi uma resposta intempestiva a uma justa alfinetada de Lula, que recentemente afirmou que ''tem ex-presidente que fala demais''.


Talvez FHC esteja com saudades da fase em que viveu no exílio, quem sabe ''brando'', durante o regime militar. Nos anos de chumbo da ditadura não se ''podia falar'' à vontade no país, marcado por prisões arbitrárias, torturas, mortes, cassação de parlamentares, intervenção nos sindicatos e censura à imprensa alternativa.


Ou talvez FHC esteja com saudades do seu reinado de oito anos no Palácio do Planalto, quando acionou as tropas do Exército para reprimir a greve da Petrobras e desqualificou as criticas ao seu governo, taxando-as de ''blábláblá''. Bem diferente de Lula, sua gestão foi autoritária e fez de tudo para ''quebrar a espinha dorsal'' dos movimentos sociais.


Corrupção e caradura dos tucanos


A outra pisada na bola de FHC ocorreu durante o programa Roda Viva, da TV Cultura, no qual ele afirmou que no governo Lula ''a corrupção é endêmica. A diferença [entre a minha administração e atual] é de atitude: não posso dizer que não teve, mas garanto que eu não compactuei com ela. Nunca passei a mão na cabeça de corrupto [ao contrário do presidente Lula]'', registrou, excitada, a Folha. Este jornal, hoje um dos principais palanques da oposição neoliberal-conservadora, deveria, no mínimo, citar as denúncias de corrupção durante o governo de FHC. E olha que não foram poucas. Vale à pena refrescar a memória de FHC e de Otavinho:

- Sivam. Logo no início do primeiro mandato de FHC, denúncias de corrupção e de tráfico de influencias no contrato de US$ 1,4 bilhão na criação do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) derrubaram o um ministro e dois assessores do presidente. Mas a CPI instalada no Congresso, após intensa pressão, foi esvaziada pelos aliados do governo e resultou apenas num relatório com informações requentadas ao Ministério Público.

- Pasta Rosa. Pouco depois, em agosto de 1995, eclodiu a crise dos bancos Econômico (BA), Mercantil (PE) e Comercial (SP). Através do Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro (Proer), FHC beneficiou com R$ 9,6 bilhões o Econômico numa jogada política para favorecer o seu aliado ACM. A CPI instalada não durou cinco meses, justificou o ''socorro'' aos bancos quebrados e nem sequer averiguou o conteúdo da pasta rosa, que trazia o nome de 25 deputados subornados pelo Banco Econômico.

- Precatórios. Em novembro de 1996 veio à tona a falcatrua do pagamento de títulos no Departamento de Estradas de Rodagem (Dner). Os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor destes precatórios para a quadrilha que comandava o esquema, resultando num prejuízo à União de quase R$ 3 bilhões. A sujeira resultou na extinção do órgão, mas os aliados de FHC impediram a criação da CPI para investigar o caso.

- Compra de votos. Em 1997, gravações telefônicas colocaram sob forte suspeita a aprovação da emenda constitucional que permitiria a reeleição de FHC. Os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, teriam recebido R$ 200 mil para votar no projeto. Eles renunciaram ao mandato e foram expulsos do partido, mas o pedido da CPI foi bombardeado pelos governistas.

- Desvalorização do real. Num nítido estelionato eleitoral, FHC promoveu a desvalorização do real no início de 1999. Para piorar, socorreu com R$ 1,6 bilhão os bancos Marka e FonteCidam - ambos com vínculos com tucanos de alta plumagem. A proposta de criação da CPI tramitou durante dois anos na Câmara Federal e foi arquivada por pressão da bancada governista.

- Privataria. Durante a privatização da Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas entre Luis Carlos Mendonça de Barros, ministro das Comunicações, e André Lara Resende, dirigente do banco. Eles articulavam o apoio da Previ, o Banco do Brasil, para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o tucano Pérsio Árida. A negociata teve valor estimado de R$ 24 bilhões. Apesar do escândalo, o governo sabotou a instalação da CPI. O outro envolvido neste escândalo foi Daniel Dantas, o especulador ''muito competente'', segundo outra besteira dita recentemente por FHC.

- Eduardo Jorge. O secretário-geral de FHC foi alvo de inúmeras denúncias no reinado tucano: esquema de liberação de verbas no valor de R$ 169 milhões para o TRT-SP; montagem do caixa-dois para a reeleição; lobby para favorecer empresas de informática com contratos no valor de R$ 21,1 milhões só para a Montreal; e uso de recursos dos fundos de pensão nas privatizações.


- CPI da Corrupção. Em 2001, chafurdando na lama, o governo ainda bloqueou a abertura de uma CPI para apurar todas as denúncias contra a sua triste gestão. Foram arrolados 28 casos de corrupção, que depois se concentraram nas falcatruas da Sudam, na privatização da Telebrás e no envolvimento do ex-ministro Eduardo Jorge.


A pisada na bola de Lula

Toda essa imundice no ninho tucano ficou impune, com a cumplicidade da maior parte da mídia. FHC também contou com a ajuda do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que por isso foi batizado de ''engavetador-geral''. Dos 626 inquéritos instalados até maio de 2001, 242 foram engavetados e outros 217 foram arquivados. Eles envolviam 194 deputados, 33 senadores, 11 ministros e ex-ministros e, em quatro, o próprio FHC. Nada foi apurado e FHC afirma hoje, na maior caradura, que ''nunca passei a mão na cabeça de corrupto''. Haja paciência!


Logo no início do seu primeiro mandato, Lula se jactou de ter rejeitado terminantemente a idéia da abertura das investigações sobre a ''herança maldita'' da corrupção tucana. Diante da língua ferida de FHC, talvez ele já tenha se arrependido de tanta ''bondade''!


Fonte: Vermelho


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Evo inaugura programa de pós-alfabetização na Bolívia


• ORURO, Bolívia. — O presidente Evo Morales fez uma chamamento no domingo, 22 de março, para recuperar a identidade do povo boliviano como melhor via para descolonizar à nação sul-americana, ao inaugurar o programa de pós-alfabetização na localidade de Chipaya, no altiplano, a 388 quilômetros a sul de La Paz.

Segundo a PL, o presidente lembrou que o plano é consequência da nova Constituição Política do Estado, vigente desde fevereiro último.

Morales agradeceu a cooperação de Cuba e da Venezuela e também de organismos internacionais como a Unesco, para dar-lhe continuidade com o método Sim, eu posso continuar à declaração da Bolívia em dezembro de 2008 como território livre de analfabetismo.

Na cerimônia, o diretor do programa de pós-alfabetização, Benito Ayma, explicou que a nova campanha contra o desconhecimento pretende levar o nível primário aos cidadãos,como ponto de partida de metas mais ambiciosas.

Fonte: Granma Internacional

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Economistas alertam para riscos com empréstimos do Banco Mundial

Economistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) alertam para o risco de endividamento externo que correm os estados que aderiram a empréstimos com o Banco Mundial. No comunicado divulgado recentemente pelo Ipea, são citados Minas Gerais e o Rio Grande do Sul, que já pediram dinheiro emprestado, e o estado de Alagoas, que aguarda a aprovação.


O pesquisador Marcelo Piancastelli integrou o grupo que elaborou o comunicado. Ele explica que o empréstimo com o Banco Mundial pode ser atrativo no início, mas acarreta um risco financeiro bastante grande para os estados. O principal motivo é o câmbio.

“O Rio Grande do Sul contratou um empréstimo a uma taxa de câmbio em torno de R$ 1,60 por dólar e hoje essa taxa de câmbio já está a R$ 2,38, chegou a R$ 2,40. Isso é um ônus adicional para o estado”, diz.

Quando contratou o empréstimo de US$ 1,1 bi na metade do ano passado, o governo gaúcho afirmou que os benefícios viriam com a redução nos juros das dívidas que seriam pagas. No entanto, Piancastelli questiona que isso esteja ocorrendo hoje. Desde 2008, o real teve uma desvalorização média de 36% em relação ao dólar. Além da variação cambial, o governo tem que pagar 4,5% de encargos ao Banco Mundial.

O pesquisador defende que empréstimos externos devem ser tomados pelos estados a fim de investir em infra-estrutura, como estradas e portos, o que gera retorno financeiro. Contratar empréstimo em dólar para pagar dívida em real, diz Piancastelli, significa apenas trocar de credor, com o ônus ainda da variação cambial.

“Era de direcionar esse empréstimo para áreas críticas do estado que precisam de investimento, sobretudo na área de infra-estrutura com pagamentos a longo prazo, que vão gerar retornos econômicos para o estado. Simplesmente para rolar a dívida, o estado está assumindo o ônus para agora e para o futuro; o Banco Mundial não tem risco nenhum porque simplesmente está trocando uma dívida por outra, ainda com aval do Tesouro Nacional”, afirma.

Fonte: Agencia Chasque


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Conferência de comunicação gera disputas

A Conferência Nacional de Comunicação nem foi convocada oficialmente e já é alvo de ataques e sabotagens. Ela foi anunciada inesperadamente pelo presidente Lula no Fórum Social Mundial, em Belém, no final de janeiro, sendo motivo de comemoração para todos os que lutam contra a ditadura midiática no país. Na sequência, foram feitas varias reuniões em Brasília para definir o temário e a comissão organizadora, mas a decreto oficial de convocação ainda não foi publicado. Esta demora preocupante se deve a intensa disputa de bastidores sobre os rumos da conferência.


Por Altamiro Borges



No próprio governo, as divergências são visíveis. O ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social, defende que a conferência discuta as concessões públicas, a propriedade cruzada e a concentração da mídia, num processo que sirva para democratizar este setor. Já o ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou em recente palestra que "a democratização da comunicação sempre existiu no governo Lula. Não precisa de uma conferência nacional para fazer a democratização de nada", polemizou, contrapondo-se ao próprio presidente.


Guerra no meio empresarial


As divergências também estão acirradas nos meios empresariais. Os barões da mídia temem que a convergência digital acelere a invasão das multinacionais da telefonia no setor. Eles fazem um discurso em defesa da produção cultural brasileira, mas não aceitam tocar nos seus privilégios - no monopólio midiático que manipula corações e mentes. Paulo Tonet, da Associação Nacional de Jornais, expressou bem esta contradição, ao criticar o debate sobre a concentração do setor e ao defender que a conferência discuta apenas "o conteúdo nacional da produção". Nesta guerra entre as teles e os barões da radiodifusão, a sociedade brasileira está totalmente excluída, alijada.


Mesmo com suas diferenças, os dois segmentos do capital se unem para evitar que a conferência se empenhe em emocratizar, de fato, os meios de comunicação. A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que expressa os interesses de ambos, recentemente atacou o presidente Lula por suas "críticas desmedidas" à mídia e manifestou temor com o evento. Já os jornalões e emissoras de televisão destilam veneno contra a participação da sociedade. A Folha de S.Paulo, por exemplo, publicou reportagem marota sobre os gastos públicos com o evento, previstos em R$ 8,2 milhões. Quanto menor a estrutura, mais difícil será o acesso e a participação das organizações da sociedade civil.


Limites ao poder incontrolado


Como alerta o professor Laurindo Leal, a gritaria indica que "a campanha contra já começou. E a ordem veio de cima, bem de cima: da associação internacional dos donos da mídia no continente, conhecida pela sigla SIP. Ela se diz preocupada ‘porque os debates serão conduzidos por ONGs e movimentos sociais que pretendem interferir no funcionamento da imprensa'. A expressão pode ser traduzida pelo temor diante da possibilidade de um debate mais sério e aprofundado sobre o pensamento único imposto pelos grandes meios de comunicação. Afinal, debates como o proposto podem conduzir a ações práticas, capazes de impor limites a esse poder incontrolado".


Profundo conhecedor do poder da ditadura midiática, Laurindo adverte que será preciso intensa pressão da sociedade para garantir uma conferência democrática. Do contrário, ela poderá ser manietada. Ele lembra que a divisão entre as teles e a radiodifusão pode servir como brecha aos movimentos sociais. Mas não alimenta ilusões. "Do lado patronal, dificilmente sairia posição diferente, afinal estão defendendo interesses de classe seculares... Daí a importância da mobilização, necessária para impedir que os interesses empresariais da mídia se sobreponham aos da sociedade".


Ilusões e avanços do governo Lula


Estas disputas explicam a demora na convocação da conferência. Apesar da guerra de bastidores, tudo indica que ela será oficializada. O governo Lula sofreria enorme desgaste se recuasse agora. A realização de um debate democrático, com ampla participação da sociedade, é anseio e demanda dos movimentos sociais brasileiros. A proposta da conferência fez parte da plataforma de Lula nas eleições de 2002, mas o governo preferiu conciliar com a oligarquia midiática, num misto de ilusão de classe e de tentativa pragmática de neutralizar os veículos privados.


A manipulação da mídia na eleição presidencial de 2006 fez com que o governo Lula acordasse, parcialmente, para este desafio estratégico. Uma iniciativa positiva foi a da criação da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), responsável pela TV Brasil. O presidente também passou a polemizar mais com mídia privada, o que irritou a SIP. O anúncio da conferência em Belém foi outra iniciativa positiva. A questão agora é garantir que o processo seja realmente democrático, garantindo a ampla participação da sociedade num debate cada vez mais candente.




Fonte: Vermelho

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Serra 36% e Dilma 18%

Por Renato Rovai editor da revista Forum


O número que você viu aí no título se refere à porcentagem de votos que esses candidatos têm entre os brasileiros com nível superior. Mas o leitor deve estar se perguntando, mas não é nesse segmento que o governo Lula tem seus piores índices, então por que Dilma está melhor entre eles? Pois então, pesquisa se lê assim, nas entrelinhas, não nos seus números absolutos.

O próprio DataFolha na sua página virtual dá indícios do que leva Dilma a ter 11% no geral e 18% entre os eleitores de nível superior.

Veja o trecho a seguir que extrai da análise do Datafolha:

“José Serra é o provável candidato à Presidência mais conhecido pelos brasileiros. 95% dos entrevistados afirmam conhecê-lo, mesmo que apenas tenham ouvido falar do tucano. Desses, 39% se dizem bem informados, 43% se consideram mais ou menos informados e 13% se dizem mal informados a respeito de Serra.

Dilma Rousseff é a provável candidata à Presidência menos conhecida pelos brasileiros: 52% afirmam ter conhecimento da existência ministra da Casa Civil, percentual similar ao dos que dizem não conhecê-la (48%). Dos que conhecem, 12% se dizem bem informados, 24% mais ou menos informados e 16% mal informados a respeito dela. Entre os brasileiros que moram na região Sul a taxa dos que dizem conhecê-la chega a 60%.”

Vou fazer umas contas pro leitor entender o que significa o nível de desconhecimento de Dilma. Apenas 52% sabem que ela existe. Outros 48%, claro que principalmente os de renda e escolaridade menores, onde se encontra o principal apoio ao governo, nunca ouviu falar da ministra.

Mas há números mais significativos ainda. Entre esses 52% apenas 12%, ou seja, aproximadamente 6% do total de brasileiros, se dizem bem informados sobre ela. Ou seja, 94% não se consideram bem informados sobre Dilma. E ela já tem 11% dos votos totais. É muita coisa. Não pouca, como alguns analistas estão tentando demonstrar.

Afora isso, a pesquisa ainda tem um outro dado importante a destacar. Fiz um recorta e cola da página do DataFolha pra não ter erro.

“Quando solicitados a dizer espontaneamente em quem gostariam de votar para presidente da República em 2010, um quarto (25%) dos brasileiros declaram a vontade de reeleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). José Serra é mencionado espontaneamente por 6% e Aécio Neves e Dilma Roussef são citados por 3% dos entrevistados, cada.”

Ou seja, esses 25% Lula vai transferir sem muita dificuldade. Por isso, num post anterior havia dito que Dilma deve chegar a 20% até o final do ano. E reafirmo. Isso só não vai ocorrer se a crise vier com um intensidade maior do que qualquer previsão. E nesse caso, talvez o tsunami não atinja só Dilma, mas também Serra.

Os 36% a 18% entre os brasileiros de nível superior, base principal dos tucanos, é um número muito mais significativo do que o resultado geral. Mas por que será que ninguém tratou dele? Será que é por que nossa mídia já elegeu antes do povo quem deve ser o próximo presidente da República? Será que é porque o Gilmar Mendes prefere o Serra à Dilma, e os nossos editores e diretores de redação têm medo do Gilmar Mendes.

Aliás, que mal lhe pergunte, caro leitor, você tem medo do Gilmar Mendes?

Eu morro de medo de sonhar com ele.


Fonte: Blog do Rovai

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Pochmann e Renato debatem ''singularidades'' da crise

''Uma crise do capitalismo globalizado'', sistêmica e de longa duração, que é também ''uma crise do padrão de produção e consumo'', e ainda ''uma crise da governança global'', são alguns dos elementos que o economista Márcio Pochmann destaca como distintivos do derretimento econômico em curso. Pochmann os expôs nesta sexta-feira (20) em debate com Renato Rabelo, presidente do PCdoB, promovido pelo portal Vermelho e a revista Fórum.


Mais de cem pessoas lotaram o auditório do debate que o jornalista Altamiro Borges, do Vermelho, apresentou como ''o primeiro do que pretende ser uma longa série'', anunciando o professor Emir Sader como próximo palestrante. Seguiram-se uma rodada de perguntas do público e um coquetel de lançamento do último livro do presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Qual Desenvolvimento? - Oportunidades e Dificuldades do Brasil Contemporâneo, autografado pelo autor.



''Uma crise do modo de produção''


Pochmann falou da crise, mas também da problemática brasileira face a ela e da necessidade da construção do que chamou ''um novo padrão civilizatório''. Mas começou pela exposição das particularidades que ela apresenta em relação às grandes crises capitalistas anteriores – em 1873, 1929, 1973.


''Esta crise atual tem uma singularidade, pelo fato de que se trata de uma crise do capitalismo globalizado, em que praticamente todos os países estão submetidos a uma lógica mercantil'', afirmou. E lembrou que em 1873 grandes áreas do mundo eram formações precapitalistas, enquanto em 1929 e 1973 existia o bloco socialista – abrindo como uma questão em debate o lugar atual de países como a China e Cuba.


''Trata-se de uma crise sistêmica, uma crise do modo de produção capitalista, não é uma crise financeira, é mais ampla. É sistêmica porque, embora tenha aparecido do ponto de vista financeiro, no mercado imobiliário, rapidamente contaminou o setor produtivo. Também passa a ter efeitos crescentes do ponto de vista político, que ainda não se apresentaram de modo preciso, mas certamente se apresentarão, pois é uma crise de longa duração'', afirmou o presidente do Ipea, sempre avesso a isolar os problemas econômicos de seus vínculos extra-econômicos.


''Uma crise do padrão de produção''


''É uma crise do padrão de produção e consumo'', argumentou Pochmann, em outra conexão pouco encontradiça nos meios da ''economia vulgar'', como diria Karl Marx. ''O elemento dinâmico do capitalismo no pós-guerra foi a produção industrial em série. Esse modo de produzir se generalizou pelo mundo. Mas este padrão de produção e de consumo é fortemente degradante do meio ambiente'', argumentou.


Pochmann usou os automóveis e as casas contemporâneas como exemplos dos limites do que chamou ''sociedade do ter''. ''A reprodução desse padrão para todos é inimaginável. Está em jogo a construção de um novo padrão de produção e consumo'', previu.


Desgovernança e protecionismo


Por fim, o presidente do Ipea comentou ''a problemática da governança do mundo, a governança global''. Lembrou que, em geral, para cada momento de crise havia um posicionamento, do FMI, do Banco Mundial, mas nesta crise, a ONU não conseguiu chamar uma conferência.


''A governança do mundo é feita cada vez mais pela grande empresa privada. Estamos falando cada vez mais de empresas que têm países e não países que têm empresas. O modelo neoliberal de abertura dos livres mercados construiu um capitalismo quase monopolista, dado o pequeno número das grandes empresas: as 500 maiores empresas têm um faturamento que equivale a 48% do PIB do mundo. A nossa Petrobras tem um faturamento maior que o PIB da Argentina. Fala-se hoje do G20, mas o G20 não tem institucionalidade'', observou.


Em uma crise de longa duração e na ausência de uma governança mundial, ''prevalecem os interesses nacionais mais organizados, que colocam o problema do protecionismo, disse o economista. Tendo chegado do México horas antes do debate, ele citou que naquele país há hoje cartazes: ''O meu emprego, o teu emprego dependem da compra de produtos mexicanos''.


Neste quadro, Pochmann identifica o perigo de conflitos armados. ''A superação da crise de 29 não se deu pelo New Deal; os EUA saíram da crise através da guerra'', comentou.


Brasil: ''Não estamos trabalhando com recessão''


''O Brasil historicamente tem se saído relativamente bem nas crises'', voltando a buscar exemplos em 1873, 1929 e 1973. ''O Brasil toma posições'', avaliou.


Ele destacou sobretudo as respostas à crise de 29, quando o Brasil ''foi um dos primeiros países a sair da crise, através de uma reinvenção do seu modelo, com a industrialização. Nós somos produto das decisões, muito difíceis, tomadas em 30. A maioria política naquela época enfrentou uma guerra civil (1932), mas tinha um modelo a seguir, o da industrialização''.


''Esta crise não foge à regra'', prosseguiu o presidente do Ipea, uma fundação vinculada ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. E agrupou as medidas adotadas em duas categorias:


Uma é a das medidas anticíclicas, como outros países também vêm tomando, medidas tradicionais, mas que diferem das tomadas por governos brasileiros anteriores: ampliação do crédito, redução da carga tributária ''e até, mais recentemente, a redução dos juros, por incrível que pareça''. Ressalvou porém que ''é claro que estas medias poderiam ser outras, mais ousadas, construídas de uma maneira mais participativa'', usando exemplos.


''Há uma segunda ordem de ações que não são injeções na veia mas representam uma tentativa de diálogo com a superação da crise'', agregou. Citou entre estas as obras em infraestrutura, os pontos do PAC, reorganização estrutural de grandes setores e o plano habitacional.


Ciclo atual ''obviamente está em cheque''


Mesmo assim, Pochmann vê com preocupação os reflexos da crise no Brasil. ''No Ipea vamos divulgar na próxima semana as projeções para este ano. Não estamos trabalhando com recessão, mas não o suficiente para reduzir o número de desempregados, o que exigiria um crescimento de 4%. Esse ciclo que vivemos desde 2007, muito positivo, obviamente está em cheque'', resume ele.


Durante a rodada de perguntas, uma pessoa indagou se Pochmann achava que já chegamos ''no fundo do poço''. Ele foi enfático na negativa.


''Um novo processo civilizatório''


Muitas dessas questões, de desenvolvimento recente, não estão no livro lançado nesta sexta-feira. Mas o último ponto abordado está, pois tem sido um dos temas preferidos de Pochmann ultimamente: ''Identificarmos as possibilidades que estão dadas do ponto de vista técnico para termos uma sociedade diferente da que temos, um novo processo civilizatório''.


''A história dos trabalhadores no capitalismo é a luta pela superação do trabalho heterônomo, o trabalho pela sobrevivência. Evidentemente há a possibilidade de um outro trabalho, autônomo, não no sentido de por conta própria, mas que liberte a vida do trabalhador da luta pela sobrevivência'', raciocina o economista.


Há cem anos, para o trabalhador, viver era trabalhar, desde os cinco anos até a morte e em jornadas elevadíssimas. O trabalho representava 70%, 75% da vida do trabalhador. Na sociedade moderna, o trabalho heterônimo representa talvez 40% do tempo de vida, porque o ingresso no mercado de trabalho se dá mais tarde, a jornada de trabalho é menor, há a aposentadoria, expôs Pochmann.


''Quem financiou isso foi, basicamente, um fundo público. Se na sociedade agrária ele representava 5% do excedente econômico, na sociedade atual vai representar 35, 40%'', prosseguiu.


Na sociedade do século 21, ''em que há uma intensificação do trabalho, os ganhos do trabalho são crescentes'', Pochmann defendeu que é possível ''ingressar no mercado a partir dos 25 anos, com jornadas de trabalho de 12 horas semanais, com educação durante toda a vida, na sociedade do conhecimento, dada a complexidade da vida. E um fundo público que represente 60%, 70% do excedente econômico. Isso tecnicamente é possível. A questão é política'', concluiu.

Renato: ''Quem paga a crise? E quem ganha?''


Renato Rabelo começou com um caloroso elogio ao presidente do Ipea: ''Eu considero hoje o Márcio Pochmann como um estudioso dos problemas brasileiros que pode dar uma grande contribuição a essa questão da alternativa que temos que perseguir diante de uma crise com essa dimensão'', avaliou.


''Muito das opiniões e idéias do Márcio se identificam também com idéias nossas. A crise atual, que é uma crise do capitalismo, de grande dimensão, é uma crise sistêmica, integral e civilizacional. O capitalismo já é impotente, enquanto sistema, de dar passos no sentido do avanço civilizacional'', disse Renato.


O dirigente comunista se deteve em especial na questão das alternativas diante da crise. ''A crise não é um processo neutro, com saídas técnicas. Os donos do processo procuram transmitir essa ideia. Na realidade, o processo de crise que vivemos provoca uma luta política acirrada, encarniçada'', opinou.


''Quem paga a crise? E quem ganha com a crise? Solução da crise a favor de quem e contra quem? Na lógica do capitalismo, a maioria paga e uma minoria se salva. Isso é reflexo de uma luta de classes, que se expressa no plano mundial e nacional. Isso requer luta, dura e crescente, para que a maioria não pague pela crise'', sublinhou Renato.


Conforme o presidente do PCdoB, ''a grosso modo nós poderíamos resumir as alternativas em três grandes blocos''. Primeiro, a tentativa de reformar o próprio neoliberalismo (''defendida por esse capital portador de juros, que vai tentar suas saídas''). Segundo, uma série de saídas intermediárias, keynesianas ou neokeynesianas, algumas das quais ''seriam a chamada meia-sola''; para Renato, elas ''podem jogar um papel importante na fase emergencial, mas não resolvem a questão de fundo. Por fim, ''existem as saídas pela tentativa de superação do capitalismo, a verdadeira emancipação nacional e do trabalho, que seria a saída revolucionária''.


Posicionando-se expressamente pelo terceiro bloco de saídas, Renato comentou: ''Nós já reunimos forças para uma saída revolucionária? De imediato, não. Mesmo a força social que promoveria essa ruptura, em que condições se encontra? O cenário mais provável é que prevaleça essa tentativa intermediária, buscando alternativas civilizatórias.''

Por um ''novo pacto político-social''


''A situação brasileira: o Brasil vive uma encruzilhada: ou aproveita a oportunidade da crise, ou desperdiça. Diz aqui o Márcio Pochmann que o Brasil nas crises sempre agiu. E agora? Nós podemos aproveitar esta oportunidade? Nós achamos que sim'', afirmou.


''Os grandes impasses do Brasil são a dependência, a desigualdade e o Estado conservador. No caso no nosso país, a solução é antes de tudo política. Nós temos de encontrar os caminhos econômicos e sociais, mas antes de tudo uma saída política. É necessário, no nosso modo de ver, um novo pacto político-social. O primeiro governo Lula fez um pacto, um pacto de dualidade, em função do quadro de forças daquele momento, com a Carta aos brasileiros. Um pacto dúbio, origem da dualidade do governo Lula, e teve fiadores para isso, não só o ministro da Fazenda mas o presidente do Banco Central, que foi uma exigência'', descreveu Renato.


''Ora, diante desta crise e da fragilização dos setores que impuseram esse pacto, não é o momento da gente exigir um novo pacto político, dos que produzem, dos trabalhadores e empresários produtivos?'', indagou o presidente do PCdoB.


Ao responder às indagações do público, ele explicitou que ao seu ver o ''novo pacto político-social'' deve incluir os trabalhadores e também o capital produtivo. E citou o Manifesto contra a crise, assinado no início do ano por centrais sindicais e entidades patronais desse segmento patronal.



Fonte: Vermelho

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Governo Obama deve decidir sobre presos de Guantánamo

O Governo do presidente americano, Barack Obama, deve responder, na semana que vem, ao pedido dos advogados de mais de 30 detidos na base naval de Guantánamo, que exigem receber o tratamento estipulado pela Convenção de Genebra, informaram hoje fontes judiciais.

Os advogados pediram ontem ao juiz do Distrito de Columbia (EUA), Reggie Walton, que dê seu parecer sobre se esses detidos devem ser tratados como prisioneiros de guerra.

Em janeiro de 2002, o Governo do ex-presidente americano George W. Bush começou a levar para a prisão de Guantánamo centenas de homens capturados como supostos terroristas em várias partes do mundo.

Bush classificou essas pessoas como "combatentes inimigos ilegais" e decidiu que eles não seriam amparados pela Convenção de Genebra sobre o tratamento de prisioneiros de guerra.

Em junho de 2008, a Corte Suprema de Justiça dos EUA decidiu que os prisioneiros de Guantánamo tinham direito a recorrer de sua detenção nos tribunais americanos.

Na semana passada, durante uma apresentação sobre outros casos relacionados aos prisioneiros em Guantánamo, a Administração Obama abandonou o uso do termo "combatentes inimigos ilegais" e deu a entender que aplicará as garantias da Convenção de Genebra a esses indivíduos.

Obama já anunciou que o campo, onde estão detidos militantes suspeitos de "terrorismo", será fechado. Segundo analistas, a decisão de abolir o uso do termo "combatentes inimigos ilegais" tem uma grande carga simbólica.

No último dia 3, o juiz Walton pediu aos advogados dos detidos e ao Governo que apresentassem novos argumentos quanto ao uso da Convenção de Genebra em Guantánamo.

Além disso, Walton solicitou que sejam apresentados argumentos sobre se os detidos têm direito a "certas normas mínimas de atenção e cuidado" caso os direitos da Convenção de Genebra não sejam aplicáveis.

Os advogados responderam que a Convenção deve ser utilizada em Guantánamo e que os tribunais dos EUA podem e devem garantir essas leis.

Os magistrados completaram seu ponto de vista dizendo que, se as Forças Armadas americanas não cumprirem as Convenções de Genebra em Guantánamo, os detidos devem ser transferidos para outro país ou repatriados para seus locais de origem.

O próximo dia 26 é a data limite para o Governo Obama responder perante o juiz Walton à primeira reivindicação que põe esta nova política à prova, ao mesmo tempo em que Washington estuda como proceder para fechar a prisão de Guantánamo.

Fonte: EFE e BBC

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A crise mundial está só no começo

Por Altamiro Borges


Os últimos dados econômicos indicam que a crise capitalista será mais destrutiva do que muitos imaginavam. Ela está mais para tsunami do que para “marolinha”. Não dá ainda para prever sua dimensão ou duração, mas ninguém mais duvida dos enormes estragos que causará e muitos se recordam do desastre do crash de 1929, que só atingiu o seu pico quatro anos depois – em 1933. Os países capitalistas centrais estão derretendo. A economia dos EUA, apesar do socorro dos cofres públicos, não dá qualquer sinal de recuperação. Como descreve uma excelente reportagem do jornal Avante, do Partido Comunista Português, o cenário é dramático, desesperador.

“Com a economia e o desemprego a baterem todos os recordes negativos, os trabalhadores dos EUA enfrentam a fome e a degradação das condições de vida. Somente em fevereiro, segundo dados oficiais, registrou-se a perda de cerca de 700 mil empregos, cifra idêntica às apuradas em dezembro de 2008 e janeiro deste ano. Estes números elevam a taxa de desemprego para 8,1%, a mais alta dos últimos 25 anos... Desde dezembro de 2007, a economia norte-americana já perdeu quase 4,5 milhões de empregos, a maior perda desde a II Guerra”. O jornal cita a queda de 6,2% do PIB no último trimestre de 2008, a retração de 21,1% nos investimentos privados, a redução de 23,6% nas exportações e o abrupto aumento dos dependentes de cupons alimentares, já usados por 31 milhões de pessoas que passam fome e privações – um em cada dez estadunidenses.

O descolamento dos “emergentes”

As potências capitalistas da Europa vivem um quadro semelhante. O Financial Times divulgou nesta semana dados sobre a indústria no Reino Unido, França e Suécia, que comprovam a brutal retração econômica. Tecnicamente, a Europa já está em recessão. O PIB recuou 1,5% no último trimestre do ano passado, marcando o pior período desde a criação da zona do euro, em 1999. A recessão impulsiona o Banco Central Europeu (BCE) a cortar novamente a taxa básica de juros – que já se encontra no seu nível histórico mais baixo, de 2% - e aumenta a pressão pela estatização integral do sistema financeiro, que está totalmente apodrecido e contagia o restante da economia.

Mesmo nos chamados países emergentes, o cenário é preocupante e questiona a complicada tese sobre o “descolamento”. Na China, com uma economia altamente dependente das exportações, as vendas externas tiveram em fevereiro a maior retração desde 1998, com queda de 25,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi o quarto recuo consecutivo das exportações chinesas. No Brasil, a forte retração de 3,6% no PIB no último trimestre de 2008 ascendeu a luz vermelha e forçou o Banco Central a recuar na sua política criminosa de juros estratosféricos. A produção industrial tem encolhido e o desemprego se torna rapidamente uma dura realidade.

Limites imanentes do capitalismo

Estes dados, entre outros, parecem confirmar as previsões mais pessimistas sobre a gravidade da crise. Em recente palestra em Buenos Aires, o intelectual francês François Chesnais afirmou que a economia capitalista vive “uma verdadeira ruptura, num processo de crise com características comparáveis à crise de 1929, ainda que se desenvolva num contexto diferente. É preciso recordar que aquela crise se desenvolveu como processo: começou em 1929, mas seu ponto culminante se deu depois, em 1933, e abriu caminho para uma longa fase de recessão. Digo isto para sublinhar que vivemos as primeiríssimas etapas de um processo de amplitude e temporalidade. Estamos diante de um desses momentos em que a crise exprime os limites históricos do capitalismo”.

Citando uma passagem do livro O Capital, de Karl Marx, ele lembra que “o verdadeiro limite da produção capitalista é o próprio capital... O meio empregado – desenvolvimento incondicional das forças produtivas – choca-se constantemente com o fim perseguido, que é um fim limitado: a valorização do capital existente. Por conseguinte, se o regime capitalista de produção constitui um meio histórico para desenvolver a capacidade produtiva material e criar o mercado mundial correspondente, envolve ao mesmo tempo uma contradição constante entre essa missão histórica e as condições sociais de produção próprias deste regime”.

“Uma catástrofe para a humanidade”

Sem cair numa visão fatalista, Chesnais prevê que o sistema terá dificuldades para superar a crise e retorna a Marx com outra brilhante citação: “A produção capitalista aspira constantemente a superar os limites imanentes a ela, mas só pode superá-los recorrendo a meios que voltam a levantar diante dela os mesmos limites, e ainda com mais força”. A ofensiva neoliberal, com a desregulação financeira e o desmonte do keynesianismo, foi a resposta do capital à crise capitalista já presente nos anos 70. Mas ela não superou os limites imanentes do sistema e, ainda, agravou-os. “Um dos métodos escolhidos pelo capital para superar seus limites se tornou fonte de novas tensões, conflitos e contradições”.

Os outros dois meios usados pelo capital para enfrentar sua crise foram: a criação descontrolada de capital fictício e a ampliação do mercado mundial, com a incorporação da China. O primeiro já teria sucumbido. “Toda a etapa de liberalização e de globalização financeira dos anos 80/90 foi baseada na acumulação de capital fictício, sobretudo em mãos dos fundos de investimento e de pensão”. Este mecanismo entrou em colapso nos EUA. “Agora, eles estão desmontando este processo. Mas dentro dessa desmontagem, há processos de concentração do capital financeiro... Há uma fuga para frente que não resolve nada [...] e isso é um fator de perturbação ainda maior”.

Quanto à China, ele não arrisca a prever sua capacidade de resistência. Mas, numa abordagem polêmica, avalia que ela não se manterá imune. “A China é realmente um lugar decisivo, porque até as pequenas variações na sua economia determinam a conjuntura de muitos outros países do mundo”. Com base nesta análise, Chesnais prevê que a crise mundial será mais grave do que se previa há alguns meses. Diante das críticas ao seu “catastrofismo”, enfatiza: “Na realidade, creio que estamos diante do risco de uma catástrofe, mas não do capitalismo e sim da humanidade”.

A “tempestade global” e o Brasil

No mesmo rumo, a economista Maria Conceição Tavares também teme que a crise só esteja no início. “Estamos diante de uma tempestade global. Não é apenas a violência que assusta; é o fato de que sua origem financeira torna tudo absolutamente opaco no horizonte da economia mundial. Mente quem disser que sabe o que virá e quanto tempo vai durar. Minha percepção é que será uma guerra de resistência”. Para ela, a atual crise “é dramaticamente mais séria que a de 29. Ela ainda não alcançou a proporção daquela, mas o núcleo financeiro dos EUA está carcomido. Os maiores bancos praticamente agonizam. Baixas dessa magnitude não ocorreram nem em 29”.

Quanto ao Brasil, motivo maior de preocupação da brasileiríssima Conceição Tavares, ela se diz preocupada, mas sempre otimista. “O Brasil tem condições de segurar o manche e agüentar... A luta será dura. Mas, pela primeira vez na história, o país enfrenta uma crise mundial sem ter que carregar o setor público nas costas. E isso é inédito. Nesta crise, o Estado não está afundado em dívida externa, para não dizer totalmente quebrado, como ocorreu nos anos 90. Significa mais do que não ter um peso morto. Significa um Estado em condições de amparar o investimento, o emprego e o capital de giro da economia... Basta ter determinação política”. A questão é: será que o governo Lula está disposto a enfrentar a tempestade com ousadia e determinação política?


Fonte: Blog do Miro

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Presidente eleito salvadorenho chama à unidade nacional

San Salvador, 16 mar (Prensa Latina) Em sua primeira mensagem à nação, o presidente eleito de El Salvador, da Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), Mauricio Funes, fez um chamado à reconciliação e a unidade nacional.


Contabilizadas 91,7 por cento das atas eleitorais, Funes obteve 51,26 por cento, diante de 48,74 do candidato da governista Aliança Republicana Nacionalista (ARENA), em resultados já considerados como irreversíveis.

"Esta noite deve ter o mesmo sentimento de esperança e reconciliação do esforço que fez possível a assinatura dos acordos de paz", disse.

Funes convidou às diferentes forças sociais e políticas a construir juntas a unidade baseada na tolerância, no respeito às diferenças e na identificação de objetivos comuns.

"Meu governo estará animado pelo espírito da unidade nacional e isso exige deixar de lado a confrontação e o revanchismo", declarou.

O presidente eleito expressou seu agradecimento ao FMLN, a sua direção e militância, ao Movimento de Amigos de Mauricio e a todas as forças políticas que optaram pela mudança.


Fonte: Prensa Latina

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Ministério da Saúde em Bem Estar Social capacita 3 mil 212 médicos especialistas



Caracas, 10 Mar. ABN .- Nsta terça-feira, o Ministério do Poder Popular para a Saúde e Previdência Social começou a pós-formação dos médicos hospitalares em diversas especialidades da saúde, com os quais até um total de 3 mil 212 especialistas em formação.

. O titular deste cargo, Jesus Mantilla, argumentou que essas medidas darão resposta a problemas estruturais relacionados com a longa carência de médicos especialistas no país.

A este propósito, considerou que tais decisões refletem o compromisso de trazer soluções para este setor revolucionário.

Mantilla enfatizou que o lançamento formal destas pós-graduações reforça as ações conjuntas com o Hospital Universitário de Caracas para treinar médicos em especialidades como a terapia e adultos emergências.


A este respeito, afirmou: "Esta importante questão (20) os médicos estão indo para fazer uma rotação estágio, o que nos permitirá dar resposta à necessidade, no Maternidad Concepción Palacios.

Mantilla O ministro disse que estas políticas públicas para a formação de recursos humanos atendendo darão respostas estruturais a situação de médicos e permitirá a consolidação do Sistema Público Nacional de Saúde.

Fonte: Agência Bolivariana de Notícias

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Folha “fica de joelhos” e manobra


Indignado com a Folha de S.Paulo que qualificou de “ditabranda” a ditadura militar brasileira, o ilustre jurista Fabio Konder Comparato ironizou numa carta ao jornal: “O autor do vergonhoso editorial e o diretor que o aprovou deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça púbica e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada”. Relembrando sua postura nos anos de chumbo, a arrogante Folha rechaçou a crítica do jurista e da professora Maria Victória Benevides, taxando-a de “cínica e mentirosa”. Mas, com o emocionante ato de repúdio à Folha neste sábado, Otavio Frias Junior, chefão do jornal, teve que ficar de joelhos!


Numa manobra inteligente, o jornal noticiou o ato. Não deu manchete ou fotos, relatou que havia 300 pessoas – quando foram coletadas 345 assinaturas no protesto e muita gente sequer assinou a lista dos presentes – e ainda destilou seus venenos. Apesar disto, foi forçado a noticiar o protesto, reconhecendo o crime. Para acobertá-lo, contou com a cumplicidade dos outros veículos privados de comunicação, que nada falaram sobre o evento. Apenas a TV Brasil, num ponto valioso para a nova emissora pública, cobriu a manifestação. Até no exterior o protesto teve mais repercussão. “Leitores obrigam diário brasileiro a reconhecer seu erro em editorial”, noticiou a agência EFE.

Uma aparente autocrítica

Além da reportagem, a Folha publicou a marota autocrítica do diretor de redação, Otavio Frias Junior. “O uso da expressão ‘ditabranda’ em editorial de 17 de fevereiro passado foi um erro. O termo tem uma conotação leviana, que não se presta à gravidade do assunto. Todas as ditaduras são igualmente abomináveis”. O recuo, porém, é aparente. O herdeiro do trono nada fala sobre o apoio do Grupo Folha ao golpe de 64 e os serviços sujos prestados à repressão fascista. E ainda insiste em desqualificar os professores Comparato e Benevides.

Como afirma Eduardo Guimarães, presidente do Movimento Sem Mídia responsável pelo ato, a reação do jornal foi lamentável: “Os textos em questão são absurdos porque dizem que a Folha errou ao qualificar a ditadura militar brasileira de ditabranda, mas reiteram e endossam a teoria que gerou o neologismo”. Ele também rejeita a exigência do jornal do “atestado ideológico” aos que discordam da sua linha: “Sou cidadão brasileiro, não cubano, chileno ou da Cochinchina”. Na essência, a Folha mantém sua linha editorial reacionária; mas, como peça de marketing, tenta preservar a máscara de jornal “plural e democrático”, para continuar iludindo os ingênuos.

A conversão de Eugênio Bucci

Neste esforço, a Folha conta com insólitos apoios. É o caso do jornalista Eugênio Bucci, que faz questão de dizer que militou no grupo trotskista Organização Socialista Internacionalista (OSI) e que dirigiu a Radiobrás no primeiro mandato do presidente Lula. Num artigo intitulado “A briga em que todos perdem”, ele tenta limpar a barra do jornal. Após se solidarizar com os professores Comparato e Benevides, ele lembra seu papel na campanha das Diretas-Já e do impeachment de Fernando Collor para enfatizar que “a democracia brasileira deve muito à Folha de S.Paulo”.

Para Eugênio Bucci, que também parece querer apagar o passado, a polêmica sobre o editorial do jornal, “assumiu proporções de movimentos radicalizados, de parte a parte... Quem ganha com a radicalização? Apenas os inimigos da democracia”. Após atacar a esquerda brasileira, que “tem seus oportunistas, ladrões, cínicos e mentirosos”, ele afirma que é um erro caracterizar a Folha “como um pilar da ditadura – ou, pior, da ‘ditabranda’. Cair nessa armadilha é uma temeridade – e até mesmo os melhores, quando movidos pela raiva repentina, embarcam nessa falácia”. Num passado recente, Bucci teria ido ao ato de repúdio; hoje, prefere relativizar os crimes dos Frias.


Fonte: Blog do Miro

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Folha assume erro pela expressão “ditabranda"


Depois da manifestação promovida pelo Movimento dos Sem Mídia (MSM) neste sábado (7), em frente à sede do jornal Folha de S.Paulo, e do abaixo-assinado com mais de 7 mil assinaturas repudiando seu editorial, o diário paulista admitiu o erro no uso da expressão “ditabranda” com a qual se referiu aos anos de chumbo da ditadura militar brasileira.

Além de dar cobertura para a manifestação, o diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, deu as seguintes declarações: ''O uso da expressão ´ditabranda´ em editorial de 17 de fevereiro passado foi um erro. O termo tem uma conotação leviana que não se presta à gravidade do assunto. Todas as ditaduras são igualmente abomináveis.”

Mas a autocrítica parou por aí. Negando o que diz acima, isto é, que todas as ditaduras são igualmente abomináveis, a nota afirma que a do Brasil foi menos truculenta que a de outros países.

Voltou atacar a professora Maria Victória Benevides e o jurista Fábio Konder Comparato que antes foram chamados de “cínicos e mentirosos” depois que enviaram protesto ao jornal. Agora são taxados de tutores do comportamento democrático alheio por cobrarem uma autocrítica em praça pública, “de joelhos”, dos responsáveis pelo editorial.

Na edição deste domingo (8), o jornal publicou matéria sobre a manifestação em frente à sede. Disse que o ato tinha duplo objetivo de protestar contra o editorial que usou a expressão “ditabranda” e prestar solidariedade aos professores Maria Victoria e Comparato.

Esqueceu, porém, de divulgar que o ato denunciou intensamente as relações que o jornal manteve com os ditadores de plantão. O manifesto distribuído no local cita, inclusive, o editorial publicado em 1971 no qual Octávio Frias de Oliveira exalta o “governo sério, responsável, respeitável” de Emílio Garrastazu Médici.

Também descreveu a existência do abaixo-assinado de repúdio que colheu mais de 7 mil adesões pela internet em repúdio ao editorial e solidariedade aos professores. Entre seus signatários estão o arquiteto Oscar Niemeyer, o compositor e escritor Chico Buarque, o crítico literário Antonio Candido e o jurista Goffredo da Silva Telles Jr.”. Publicou na íntegra o texto.

Entenda o caso:

Em editorial “Limite a Cháves”, publicado no dia 17 de fevereiro passado, o jornal demonstrou inconformismo pelo fato do presidente Venezuelano ter vencido o referendo que lhe dá o direito a reeleições seguidas.

Diz o editorial que uma vez vitorioso, Cháves não estaria disposto a reapresentar a consulta popular. “Tamanha margem de arbítrio para manipular as regras do jogo é típica de regimes autoritários compelidos a satisfazer o público doméstico, e o externo, com certo nível de competição eleitoral.”

No parágrafo seguinte diz que se as chamadas “ditabrandas – caso do Brasil entre 1964 e 1985 – partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça -, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso.”

Assim como vários leitores, os professores Maria Victoria e Fábio Comparato enviaram cartas ao “Painel do Leitor” repudiando o editorial. Comparato diz que o autor do editorial e o diretor de Redação “deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro”. O jornal classificou a indignação dos professores de “cínica e mentirosa”.

De Brasília,

Iram Alfaia

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Resposta ao provocador Mainardi


Diogo Mainardi, colunista da Veja e comentarista da TV Globo, parece que ficou irritadinho com uma postagem deste blog. Na revista estadunidense de maior circulação no Brasil, ele atacou esta página – omitido meu nome e sem dar o endereço deste blog, talvez para evitar que seus leitores leiam opiniões antagônicas as suas. Aproveitou-se de um erro de informação – que teve origem numa notícia que circulou amplamente na internet, inclusive com fotos da festança que reuniu o tucano José Serra e o colunista Arnaldo Jabor. Reconheço o erro e peço desculpas aos leitores. Não padeço da doentia vaidade do provocador global, um hitlerzinho egocêntrico.

O erro, porém, não nega as relações íntimas entre o presidenciável tucano e as “estrelas” globais. A data pode ter sido trocada, mas as relações de vassalagem só aumentaram. Arnaldo Jabor ficou ainda mais rancoroso nos seus comentários na TV Globo, tornando-se um ícone da direita nativa. Miriam Leitão, tida pelo provocador como “a melhor colunista de economia do país”, expressa as idéias neoliberais mais anacrônicas, bancadas pelos demos e rentistas. Em síntese, o erro de informação não anula a essência das críticas às posições fascistóides de Mainardi. Ele até tentou posar de jornalista “neutro”, que critica os seus cupinchas da direita midiática. Puro engodo!

A reação de Mainardi evidencia que a blogosfera incomoda os serviçais da mídia hegemônica – a Folha, que recentemente qualificou a ditadura brasileira de “ditabranda”, também está sentindo a sua força. “A internet é como uma cidadezinha no interior do Pará, assolada por parasitas que proliferam nessas zonas insalubres do Terceiro Mundo”, esbraveja este elitista, na sua linguagem tipicamente preconceituosa. A sua ira, porém, não mete medo. Mainardi é um pitbul desdentado, que late, mas não morde. Não retiro uma palavra que já disse sobre este “difamador travestido de jornalista”. Para reforçá-las, reproduzo artigo de minha autoria publicado em vários sítios em novembro de 2006:

Mainardi, o pitbul da Veja

O presidente interino do PT e ex-coordenador da campanha presidencial de Lula, Marco Aurélio Garcia, deu a resposta que estava entalada na garganta de muitos brasileiros. Na semana passada, o “colunista” Diogo Mainardi, o pitbul da revista Veja, solicitou por e-mail uma entrevista exclusiva com o dirigente petista. “Eu gostaria de entrevistá-lo por cerca de quatro minutos para um podcast da Veja. O assunto é a imprensa. Eu me comprometo a não cortar a entrevista. Ela será apresentada integralmente”, apelou.

A resposta de Marco Aurélio foi direta: “Sr. Diogo Mainardi, há alguns anos – da data não me lembro – o senhor dedicou-me uma coluna com fortes críticas. Minha resposta não foi publicada pela Veja, mas sim, a sua resposta à minha resposta, que, aliás, foi republicada em um de seus livros. Desde então decidi não falar com a sua revista. Seu sintomático compromisso em não cortar minhas declarações não é confiável. Meu infinito apreço pela liberdade de imprensa não vai ao ponto de conceder-lhe uma entrevista”.

Reacionário e preconceituoso convicto

Há tempos que as estripulias deste badalado jornalista da mídia hegemônica mereciam este tipo de reação. Expressão do que há de mais reacionário e preconceituoso na imprensa brasileira, este direitista convicto colecionou inúmeros adversários desde que deixou de escrever banalidades sobre cultura e passou a tratar de temas políticos na sua coluna semanal da revista Veja, na qual escreve desde 1999. Seus cinco livros – um deles sugestivamente batizado de “Contra o Brasil” – e dois filmes nunca tiveram maior repercussão, mas seus comentários rancorosos na mídia excitaram a direita nativa. Mais recentemente, ele também substituiu outro renomado elitista, Arnaldo Jabor, no programa Manhattan Connection, da Rede Globo.

Provocador contumaz, ocupou estes espaços midiáticos regiamente pagos para satanizar o governo Lula – “sou um conspirador da elite, quero derrubar Lula, só não quero ter muito trabalho” (Veja, 13/8/05) – e tudo o que tenha alguma conotação progressista. Não poupa o MST, o sindicalismo, os intelectuais e as lideranças de esquerda no país e no mundo. Apóia o genocídio dos EUA no Iraque e odeia Fidel Castro, Evo Morales e Hugo Chávez. Prepotente e egocêntrico, ele chegou se gabar de “quase ter derrubado o presidente Lula” e ficou furioso com os milhões de votos dados para a sua reeleição. A exemplo de outro ícone da “nova direita”, Reinaldo Azevedo, faz questão de explicitar a sua aversão e nojo ao povo.

“Difamador travestido de jornalista”

No meio jornalístico, Mainardi é visto como um aventureiro, um troglodita, em busca de fama e dinheiro. Também é chamado de fascista por ter criado o seu “tribunal macartista mainardiano”, no qual promove uma cruzada leviana contra vários profissionais da imprensa. “Minha maior diversão é tentar adivinhar a que corrente do lulismo pertence cada jornalista”, explicou ao anunciar a estréia do seu “tribunal” na Veja em dezembro de 2005. “Tereza Cruvinel é lulista. Dessas que fazem campanha na rua. Outro dia mesmo ela foi vista em Brasília distribuindo santinhos do PT. Paulo Henrique Amorim pertence a outra raça de lulistas. Ele é da raça dos lulistas aloprados, dos lulistas bolivarianos. Ele acha que a primeira tarefa do lulismo é quebrar a Globo e a Veja”, afirmou recentemente em sua coluna.

Esta atitude fascistóide já resultou em vários processos na Justiça de jornalistas como Mino Carta e Paulo Henrique Amorim. Mas também lhe rendeu dividendos entre os barões da mídia e a direita. No caso mais famoso e execrável, Mainardi precipitou a demissão do jornalista Franklin Martins da Rede Globo. Na guerra pública travada entre os dois, iniciada após a inclusão do segundo na lista “macartista” da Veja, a poderosa emissora preferiu ficar com o estrume da direita – uma opção de classe. Mas Franklin Martins não levou desaforo para casa. Desafiou publicamente “o difamador travestido de jornalista” a comprovar a “estapafúrdia história de que eu teria uma cota pessoal de nomeações no serviço público”, publicada na revista Veja de abril de 2006. Vale a pena reproduzir alguns trechos deste documento:

“Não tem compromisso com a verdade”

“Se qualquer um dos 81 senadores ou senadoras vier a público e afirmar que o procurei pedindo apoio me sentirei sem condições de seguir em meu trabalho como comentarista político. Pendurarei as chuteiras e irei fazer outra coisa na vida. Em contrapartida, se nenhum senador ou senadora confirmar a invencionice do Sr. Mainardi, ele deverá admitir publicamente que foi leviano e, a partir daí, poupar os leitores da Veja da coluna que assina na revista. O Sr. Mainardi topa o desafio? Se não topar, o Sr. Mainardi estará apenas confessando que não tem compromisso com a verdade e deixando claro que não passa de um difamador”.

“Nos últimos meses, semana sim, semana não, pelo menos duas dúzias [de jornalistas] foram vítimas de investidas absolutamente desrespeitosas, carregadas de insinuações capciosas contra as suas atividades e carreiras. Mas como ninguém deu pelota para os arreganhos do rapaz – nem os jornalistas, que simplesmente não o levam a sério, nem os leitores da Veja, que já se cansaram de ver um anão de jardim querendo passar-se por um gigante da crônica política –, o Sr. Mainardi decidiu aumentar o calibre de seus ataques. E partiu para a difamação pura e simples”.

“Vivemos numa democracia, felizmente. Todos têm direito a defender suas idéias, mesmo os doidivanas, e a tornar públicas as suas posições, mesmo as equivocadas. Em compensação, todos estão obrigados a aceitar que elas sejam criticadas livremente. O Sr. Mainardi, por exemplo, tem a prerrogativa de dizer as bobagens que lhe dão na telha, mas não pode ficar chateado se aparecer alguém em seguida dizendo que ele não passa de um bobo. Pode pedir a deposição do presidente Lula, mas não pode ficar amuado se alguém, por isso, chamá-lo de golpista. Pode dizer que o povo brasileiro é moralmente frouxo, mas não pode se magoar depois se alguém classificá-lo apenas como um tolo enfatuado. Ou seja, o Sr. Mainardi pode falar o que quiser, mas não pode querer impedir que os outros falem”.

“As tolices e o bobo da corte”

“Mais ainda: o Sr. Mainardi é responsável pelo que fala e escreve. Enquanto permaneceu no terreno das bobagens e das opiniões disparatadas, tudo bem. Faz parte da democracia conviver com uma cota social de tolices e, além disso, presta atenção no bobo da corte quem quer. Mas quando o bufão passa a atacar a honra alheia, substituindo as bobagens pela calúnia e as opiniões disparatadas pela difamação, seria um erro deixá-lo prosseguir na sua torpe empreitada. No Estado de Direito, existe um caminho para os que consideram que tiveram a honra atacada por um detrator: recorrer à Justiça. É o que farei nos próximos dias”.

”Desde já, adianto que, se a Justiça fixar indenizações por dano moral, o dinheiro será doado à Federação Nacional dos Jornalistas e à Associação Brasileira de Imprensa. Não quero um centavo dessa causa. Não dou tanta importância a dinheiro como o Sr. Mainardi, que já definiu seu próprio perfil: ‘Hoje em dia, só dou opinião sobre algo mediante pagamento antecipado. Quando me mandam um e-mail, não respondo, porque me recuso a escrever de graça. Quando minha mulher pede uma opinião sobre uma roupa, fico quieto, à espera de uma moedinha’. Prefiro ficar com Cláudio Abramo: ‘O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter’. Mas, para tanto, o Sr. Mainardi está incapacitado. Não porque lhe seja escassa a inteligência; simplesmente falta-lhe caráter. A história da moedinha diz tudo”.

“Mainardi envergonha os jornalistas”

O “macartismo mainardiano” já causou certa revolta no meio jornalístico – infelizmente, muito aquém do necessário. Um abaixo-assinado foi encaminhado à Central Globo de Jornalismo manifestando “o nosso protesto e preocupação com a demissão do jornalista e comentarista político Franklin Martins, um dos mais qualificados e respeitados profissionais do país. Acusado levianamente por um articulista, cuja missão ‘do momento’ parece ser unicamente agredir profissionais e intelectuais com relevantes serviços prestados ao aperfeiçoamento democrático do país, Martins não teve direito de resposta. Esperamos que a Justiça obrigue esse veículo a atender este preceito básico do jornalismo: ouvir o contraditório”.

O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal também teve a honradez de acioná-lo na Justiça por sua defesa escancarada do assassinato de Hugo Chávez, feita durante o programa Manhattan Connection de setembro de 2005. “Se o pastor protestante dos EUA, Pat Robinson, quiser realmente matar o presidente Chávez, eu ajudo”, bravateou. “Este deplorável episódio exige reflexões severas sobre o papel dos meios de comunicação e dos comunicadores sociais. Diogo Mainardi envergonha os jornalistas brasileiros com essa campanha homicida e revela a natureza intelectual, a estatura moral e o caráter de certa oposição aos dirigentes que empreendem transformações sociais no continente”, explicou a nota do sindicato.

Sua postura leviana gerou críticas até de Alberto Dines, do Observatório da Imprensa: “Diogo Mainardi é, na feliz expressão de Luís Nassif, um parajornalista. Um dos muitos revelados nestes meses de crise. Ouviram falar de Carlos Lacerda e imaginaram que basta indignação e nenhum senso de responsabilidade para ganhar o respeito dos leitores. Seus colegas na direção da Veja ofereceram-lhe uma isca e ele, faminto de reconhecimento, a abocanhou com voracidade. Quanto mais se entrega ao delírio mais se enreda na armadilha. Há poucos meses puxava o cordão dos que mais recebia mensagens; agora nem aparece no esfarrapado Oscar semanal. O leitor da Veja já não agüenta tanta fanfarronada”.


Fonte: Blog do Miro

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Guerrilha do Araguaia: Memória afogada não!

O governo Lula tem duas importantes dívidas com a democracia, em particular com os familiares dos mortos, desaparecidos e vítimas de torturas durante a ditadura militar: abrir os arquivos do regime militar; e devolver aos familiares os restos mortais dos democratas que tombaram em combate e dos assassinados na tortura. Este último objetivo, em relação aos mortos na Guerrilha do Araguaia, se tornará inviável com a construção da Usina Hidroelétrica de Santa Isabel no Rio Araguaia.

Por Aldo Arantes*

A revista Carta Capital deste fim de semana, em artigo publicado sob o título Memória Afogada, informa que, com a construção da Usina Hidroelétrica Santa Isabel, "desaparecidos há mais de três décadas, os corpos de 58 brasileiros mortos durante a Guerrilha do Araguaia, possivelmente assassinados a sangue-frio ou sob tortura pelo Exército, precisam ser encontrados em quatro anos. Ou cairão, para sempre, no esquecimento".
A matéria informa que a usina irá inundar uma área de 24 mil hectares de terras às margens do Rio Araguaia, entre Palestina, no Pará, e Ananás, no Tocantins, exatamente a região onde atuou a Guerrilha.
O presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão, afirmou que "se houver a inundação, será uma irreversível perda histórica". Ele sugere que o governo exija que os construtores da hidroelétrica realizem um levantamento arqueológico forense para encontrar as ossadas dos guerrilheiros. Já o presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos do mesmo Ministério, Marco Antônio Barbosa, afirmou que "Isso é um absurdo, é inadmissível que isso ocorra antes da localização dos corpos".
O PCdoB, que encabeçou a guerrilha, tem uma posição francamente favorável à utilização do nosso potencial hidroelétrico para produzir energia. Ressalta a necessidade de rigoroso estudo de impacto ambiental de tal forma que sejam adotadas medidas de mitigação visando reduzir os malefícios causados ao meio ambiente, particularmente em se tratando da construção de obras na Amazônia.
No caso da Usina Santa Isabel, em nome da democracia, dos que tombaram na guerrilha do Araguaia e de seus familiares, é inaceitável a realização desta obra sem que haja a devolução dos corpos dos guerrilheiros mortos na região.
O Brasil, sob o governo Lula, tem obtido importantes conquistas democráticas. Todavia, alagar a região da Guerrilha do Araguaia antes da devolução dos restos mortais é uma decisão inaceitável e o PCdoB deve atuar junto ao governo, de que faz parte, para que isto não ocorra.
Nosso país tem que passar a limpo o período da ditadura militar. Para isto é indispensável abrir seus arquivos, devolver os restos mortais dos combatentes pela democracia e julgar aqueles que cometeram crimes a serviço do regime militar.
Estas medidas são absolutamente necessárias para que o país, particularmente sua juventude, conheça o que ocorreu naquele período e o povo fique preparado para impedir que tais fatos não voltem a ocorrer.


* Ex-presidente da UNE e deputado constituinte, secretário de Meio Ambiente do PCdoB

Fonte: Vermelho


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© 2008 Por Giovane D. Zuanazzi , Douglas T. Finger