EU VI OS COMUNISTAS EM SÃO PAULO:SÃO JOVENS E CANTAM A 'INTERNACIONAL'


Por Rodrigo Viana


Representantes de mais de 70 países - de todos os continentes - participaram no último fim-de-semana, em São Paulo, do Décimo Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários.

Escrevi sobre isso semana passada. E prometi que iria até lá conferir...

No sábado, fui ao ato público realizado na Quadra do Sindicato ds Bancários, no centro da capital paulista.
Havia muita gente, a quadra estava lotada de gringos e também de comunistas brasileiros. E o que me surpreendeu: havia muita gente jovem!

A imprensa tradicional tenta passar a imagem de que essa história de comunismo é papo de "dinossauros", de militantes velhos que têm saudade dos tempos da Guerra Fria.
Isso não é verdade. Pelo menos, levando-se em conta o que eu vi no encontro internacional de São Paulo.
Claro que também havia por lá muita gente de barba (afinal, os comunas mais antigos não abrem mão do velho estilo) e cabelos brancos. Mas, os jovens eram a maioria. E os mais empolgados quando, ao fim do ato público, todos se puseram de pé pra cantar a "Internacional": "de pé, ó vítimas da fome...".

Outro fato que me chamou atenção foi a temática, vinculada a temas bem contemporâneos.
Na mesa do encontro, por exemplo, havia um representante paraguaio, da frente de esquerda que levou Fernando Lugo ao poder. Havia também um senador do MAS boliviano. Os dois não falaram em materialismo dialético, nem em marxismo-leninismo. Mas, na importância dos movimentos indígenas na América Latina, e em como essas lutas indígenas se articulam com os partidos de esquerda.

Claro que não faltaram as homenagens aos ídolos tradicionais da esquerda, como Che Guevara, Ho Chi Min e o brasileiro João Amazonas...
O PCdoB fez o papel de anfitrião do encontro. Mas, também participaram - como convidados - outros partidos brasileiros como PDT, PSB e PT. Aliás, os dois representantes do Partido dos Trabalhadores (Arlindo Chinaglia e Walter Pomar) falaram sobre os "avanços" trazidos por Lula, mas curiosamente pareciam se desculpar diante da platéia ao falar do governo: "é um governo amplo, não é um governo de esquerda", disse Pomar; "apesar de muitos méritos, é um governo com insuficiências", lembrou Chinaglia.

"Insuficiências", parece-me, tem a defesa do Vasco da Gama. Ou o ataque da Portuguesa. O problema do governo Lula parece-me ser outro...

Durante o encontro, os estrangeiros foram mais benevolentes com Lula. Um deles chegou a colocar o brasileiro entre os que ajudam a América Latina a avançar rumo à superação do Capitalismo... Acho que o cara nunca ouviu falar em Henrique Meirelles, nem na fusão da OI com a Brasil Telecom...
A não ser que isso tudo seja uma tática camuflada para acirrar as "contradições internas" do capitalismo brasileiro. Mas, este já é outro assunto...

Aproveitei o encontro dos comunistas pra fazer algumas perguntas ao José Reinaldo Carvalho, Secretário de Relações Internacionais do PCdoB. Leia os principais trechos da entrevista logo abaixo.

Antes, um lembrete: José reinaldo será um dos convidados, nesta segunda, às 22horas, do programa de entrevistas que apresento na Record News: o "Entrevista Record - Mundo". Também estarão no estúdio representantes de partidos comunistas de outros países da América Latina.
O tema será justamente esse: como os comunistas se posicionam diante da crise mundial do Capitalismo?
O programa desta segunda debaterá, ainda, as eleições do último domingo na Venezuela - que podem ser decisivas para o futuro de Hugo Chavez e de sua Revolução Bolivariana.
Não perca!

(entrevista com José Reinaldo Carvalho - PCdoB)


1) Mais de 70 partidos participaram do encontro em São Paulo. No início do século XXI, o que une comunistas de países tão diferentes como Vietnã, Argélia, Suécia, India, França e Brasil?

Os partidos comunistas de todo o mundo não têm uma organização nem uma plataforma comuns. Mas, em geral, todos lutam pelo socialismo, tomando em consideração as peculiaridades nacionais. Unem-se na luta pela paz, contra as guerras de agressão e a militarização do planeta, na defesa dos direitos dos trabalhadores em luta contra as politicas socialmente regressivas características do capitalismo da época dos monopólios transnacionais e do capital financeiro.


2) É a primeira vez que um encontro desse tipo acontece no Brasil? Por que o país foi escolhido?

Vários fatores pesaram para a escolha do Brasil como país sede do 10º Encontro de Partidos Comunistas. O novo ambiente político na América Latina, onde estão em curso importantes mudanças políticas e sociais com a vigência de vários governos de esquerda e centro-esquerda foi sem dúvida um fator decisivo para a escolha. Pesou também o ambiente político do Brasil, onde há democracia, diálogo entre os comunistas e o governo e certa estabilidade política. Mas o fator decisivo foi a crescente influência política e ideológica do PCdoB, partido coerente em suas postulações estratégicas e capaz de atuar com suficiente habilidade tática a fim de abrir novos caminhos à luta por transformações políticas e sociais de fundo na sociedade brasileira. O PCdoB é também um partido com intensa atividade internacional, com muito prestígio entre as forças comunistas e antiimperialistas no mundo.


3) Em países como França, Portugal e Itália, os Partidos Comunistas parecem enfrentar uma crise grave – com redução do eleitorado, envelhecimento da militância, dificuldades em manter a imprensa partidária. Por que isso ocorre? Onde os Partidos Comunistas têm conseguido avançar?

De um modo geral, ainda vivemos um período de refluxo acarretado pelas derrotas sofridas a partir da liquidação do socialismo na antiga União Soviética e demais países do Leste europeu. A recuperação eleitoral dos comunistas é processo de médio e longo prazos. Não obstante, em Portugal e na Grécia os partidos comunistas têm alcançado vitórias eleitorais e mantido percentuais que oscilam em torno de 8%. Mas o crescimento da influência dos comunistas não se mede apenas pelo seu desempenho eleitoral. Há que observar também sua força nos movimentos sindical e social de um modo geral.


4) Na época de Marx, e na virada do século XIX para o XX, a Internacional Comunista tinha um papel importante, articulando os comunistas, unificando discursos e estratégias de ação. Depois da Revolução Russa, Moscou passou a centralizar as ações. Com a queda da União Soviética, os comunistas perderam força e as lutas pareciam se direcionar para outro tipo de organização , no estilo do que se passa no Fórum Social Mundial. O Encontro que ocorrerá em São Paulo é uma reedição da velha Internacional Comunista?

Não pretendemos recriar a Internacional Comunista. Esta foi uma organização atuante entre as décadas de 20 e 40 do século passado, na melhor tradição da Primeira Internacional fundada por Karl Marx e da Segunda. Infelizmente, esta última assumiu posições chauvinistas e reformistas durante a Primeira Grande Guerra (1914-1918). A Internacional Comunista desempenhou importante papel, mas pecou pelo dogmatismo de algumas das suas posições e numa determinada altura era uma espécie de correia de transmissão das orientações da política externa soviética. Hoje os tempos são outros. É necessária a unidade de ação entre os comunistas, mas não convém a criação de uma organização internacional rígida, assim como a existência de um centro único dirigente do movimento. Cada partido deve atuar em seu país com absoluta independência. A elaboração e aplicação de uma linha política é atribuição exclusiva de cada partido em seu âmbito nacional.


5) Qual a diferença entre encontros como este dos Partidos Comunistas e as reuniões anuais do Fórum Social Mundial?

A diferença está em que este Encontro reúne os Partidos Comunistas e o Fórum reúne os movimentos sociais. Há áreas de atuação comum, inclusive nada deveria impedir que os Partidos Comunistas se apresentassem também no Fórum Social Mundial, sem tolher a autonomia dos movimentos sociais. Existem também outras articulações de partidos de esquerda no sentido mais amplo, como por exemplo o Fórum de São Paulo, que reúne forças de esquerda no âmbito latino-americano e caribenho, no qual os Partidos Comunistas participam ativamente.


6) Até os anos 80 do século XX, muitos comunistas ainda acreditavam no método leninista: uma vanguarda militante tomaria de assalto o poder central, e dali comandaria o processo de construção do Socialismo. Foi assim na Rússia e em Cuba, por exemplo. Os comunistas seguem acreditando em Lênin? Ou o Socialismo hoje passa por uma guerra de posições, pela famosa “disputa de hegemonia” de Gramsci (pensador e líder comunista italiano)?

Não creio que existam contradições entre o pensamento de Lênin e o de Gramsci. Rigorosamente, Gramsci foi um marxista-leninista, tendo feito um esforço para adaptar o pensamento de Marx e Lênin à realidade de seu país e de sua época. O mesmo se pode dizer de José Carlos Mariátegui, considerado um dos fundadores do pensamento marxista-leninista na América Latina. Lênin defendia a existência do partido de vanguarda, mas não tinha uma visão conspirativa da tomada do poder. Ele combateu o “esquerdismo infantil” e defendeu a necessidade de o Partido Comunista “fundir-se com as massas”.


7) Marx ajuda a entender o que se passa hoje no centro do Capitalismo?

O pensamento econômico de Marx é atual. Agora, quando eclodiu a crise financeira como expressão da crise sistêmica e estrutural do capitalismo, circulou a informação de que na Alemanha esgotaram-se as edições de O CAPITAL.


8) Com a crise mundial do Capitalismo, os comunistas voltam a ganhar força?

A crise mundial do capitalismo põe a nu as contradições insanáveis desse sistema e os seus limites históricos. É um momento propício para fazer a denúncia viva do capitalismo, chamar os trabalhadores e os povos à luta pela verdadeira alternativa, que é o socialismo. Nesse empenho os comunistas podem desenvolver-se se encontrarem a linguagem e os métodos corretos de se acercar dos trabalhadores e do povo em geral.


Fonte: www.rodrigovianna.com.br

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Entrevista com Responsavel pelo ME Universitário da UJS


Em entrevista à página da UJS (www.ujs.org.br) Marcio Cabral, responsavel pelo ME universitário fala do CONEB da UNE...



O que é o movimento ''Da Unidade Vai Nascer a Novidade'', que mensagem que ele procura passar?

Márcio Cabral: O movimento ''Da Unidade Vai Nascer a Novidade'' é inspirado na linda música O Homem falou, composta por Gonzaguinha e depois regravada pela Maria Rita. Acho que esse nome tem tudo a ver com a conjuntura política e aponta perspectivas. Veja só: o neoliberalismo vive uma crise gravíssima que tem origem nos EUA. Quem aponta a saída da crise são justamente os países que têm questionado as políticas neoliberais, as nações em desenvolvimento que não caíram na cantilena de que o mercado se auto-regula e apontam para o enfrentamento aos especuladores, por garantia dos direitos sociais, por geração de empregos e investimentos em políticas sociais. Em última análise, a crise mostra que o neoliberalismo fracassou e nós, que o combatemos, vamos vencer, pois a união dessas nações pode trazer a novidade, um mundo novo. O Brasil e outros países da América Latina estão engajados na construção desse mundo novo.

Qual a correspondência dessa novidade para a educação?

MC: Na educação a palavra chave, a novidade é democracia. A democracia no sentido amplo, que abra a universidade aos interesses da nossa nação e do nosso povo. Teremos em 2010 um Conferência Nacional para construir o Plano Nacional de Educação que vai vigorar de 2011 a 2020, portanto, é um momento de luta política que pode efetivamente trazer uma nova concepção para a universidade. Por isso, o movimento ''Da Unidade Vai Nascer a Novidade'' vai chamar os centros acadêmicos para um grande debate educacional, pautado numa radical ampliação do acesso com garantia de qualidade, com garantia de financiamento público. Queremos pelo menos 50% de vagas no ensino superior gratuito até 2020, entre vagas em universidades públicas e no ProUni. É preciso também resolver o problema da permanência do estudante, para o que propomos a criação de um fundo nacional de assistência estudantil.Também queremos democratizar a estrutura acadêmica, reestruturação curricular e do corpo docente. Queremos paridade de representação, instituição do ciclo básico e fortalecimento da pesquisa e da extensão. E tem mais. É preciso que se regulamente o ensino privado a partir da concepção de que a educação é serviço público, embora nesse caso em regime de concessão. Mas o princípio é atender à necessidade pública. Por isso, o ensino deve ter qualidade, não pode ter capital estrangeiro porque é ofensivo à soberania do país. Tem que ter mensalidade justa e tem que haver punição a quem trata a educação como mercadoria, como aconteceu no absurdo caso do SPC da Educação.


Qual a expectativa para o Coneb?


MC: Temos as melhores expectativas. Do ponto de vista político, o movimento estudantil universitário tem demonstrado força, tanto através das ocupações de reitorias nas universidades públicas, quanto pela maior organização de entidades nas instituições privadas. Além disso, o movimento ''Da Unidade Vai Nascer a Novidade'' pretende fazer uma ampla aliança, a partir de muito debate de propostas, para lutarmos todos por uma universidade capaz de responder aos anseios da sociedade e do país. O Coneb também pode ser compreendido como um início de construção do Congresso da UNE. Por isso, nosso movimento vai dialogar com centro acadêmicos em todo o Brasil, especialmente os organizados nas maiores universidades e nos centros políticos.

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O Equador tem razão: o Brasil não pode ser imperialista


Por Paulo Henrique Amorim

. O programa “Bom (?) Dia Brasil” acaba de veicular uma catilinária imperialista do pensador Alexandre Garcia, o jornalista brasileiro mais ligado a Paulo Maluf.
. Garcia defendeu a posição tradicional dos colonistas(*) da Globo: o Brasil tem que invadir o Equador, como deveria ter invadido a Bolívia.
. A Bolívia, lá vai Garcia, teve a ousadia de invadir as propriedades da Petrobrás.
. E o Equador não quer pagar uma hidrelétrica construída por uma empreiteira brasileira que não produz luz elétrica.
. Uma hidrelétrica que não produz luz, interessante.
. O Equador não quer pagar também o BNDES, que financiou a obra.
. A empreiteira que construiu a hidrelétrica é a Odebrecht, uma das que abriu a cratera do metrô em São Paulo e recebeu do presidente eleito José Serra uma recompensa pelo transtorno: mais obras.
. O Presidente Rafael Correa não precisa do dinheiro da Odebrecht para se eleger no Equador.
. Logo, não quer pagar por uma obra que não funciona.
. E enviou o problema a uma arbitragem internacional.
. O jeito é o Brasil esperar a decisão da Corte.
. Ou fazer como pregam Alexandre Garcia e Miriam Leitão: invadir o Equador e depor o presidente esquerdista Rafael Correa.
. Como o Brasil não vai invadir o Equador, por que o Alexandre Garcia adota a posição mais radical (como a Miriam adotava no auge da crise de Bolívia) ?
. Por um motivo muito simples.
. Para encurralar a diplomacia brasileira.
. E para mostrar que o Governo brasileiro é frouxo.
. O PiG não falha: por trás de cada manobra do PiG há um objetivo explícito.
. Desmontar o Governo do Presidente Lula.
. Se o presidente fosse o Farol de Alexandria, Garcia, hoje, no “Bom (?) Dia Brasil” diria: o presidente Fernando Henrique Cardoso adota uma atitude madura e firme: chama o embaixador do Brasil no Equador de volta.
. Foi o que presidente Lula fez.
. Mas o Garcia está noutra, como esteve no passado: no Golpe de “Estado de Direita”.
Fonte: Conversa Afiada

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Reflexões de Fidel - O G-20, o G-21 e o G-192

• COMO se não existissem causas suficientes para enlouquecer, a proliferação de siglas com motivo da crise multiplica-se de maneira tal, que ninguém as entende. A primeira foi a do G-20, grupo seleto que pretendeu representar todos em Washington; a segunda, o grupo também seleto de Apec, que se reuniu em Lima; ali estavam presentes o país mais rico, Estados Unidos, no primeiro lugar, com um PIB per capita de US$45 mil anuais, e o que ocupa ao redor do 100º lugar, a República Popular da China, com US$2.483, o maior investidor em Bônus do Tesouro daquele país.

O G 192 é como o presidente Leonel Fernández, da República Dominicana, que não está em nenhum dos dois, denomina tal grupo, aludindo à cifra dos membros das Nações Unidas numa conferência econômica com a participação de Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel dessa ciência.

George Soros, grande magnata de origem húngara e cidadão americano, imensamente rico, ouvia, entre outras personalidades importantes.

É tarefa de enxadristas perscrutar os argumentos de tão diversos interesses nacionais e empresariais dos grupos G-20 e G-21.

Acontece que, se um país do Terceiro Mundo assina ao mesmo tempo acordos de livre comércio com oito ou dez países desenvolvidos ou emergentes, entre os quais, alguns se caracterizam por ser produtores tradicionais de mercadorias abundantes e atraentes a baixo custo ou produtos industriais sofisticados, como os Estados Unidos, o Canadá, Japão, Coréia do Sul, etc., a indústria nascente de um país em desenvolvimento terá que concorrer com os produtos sofisticados que saem da indústria dos mais desenvolvidos ou das mãos laboriosas de seus poderosos parceiros, um dos quais administra a seu capricho as finanças mundiais. Apenas teriam o papel de produtores de matérias-primas baratas necessárias de grandes investimentos que serão, em todo o caso, propriedade estrangeira com plenas garantias contra veleidades nacionalizadoras. Assim sendo, ficariam com as mãos estendidas aguardando o apoio caridoso ao desenvolvimento, e uma eterna dívida a pagar com o suor de seus filhos. Por acaso não é a mesma coisa que aconteceu até hoje?

Por isso, não hesito em me solidarizar com a posição de Chávez, quando afirma que não concorda com a receita de Lima. Sobram as razões. Observemos o desenrolar dos acontecimentos, exigindo direitos sem nos ajoelharmos.
Fonte: Granma Internacional

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PSUV sai fortalecido das eleições regionais venezuelanas


O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) venceu as eleições regionais em 17 dos 22 estados venezuelanos onde houve eleições regionais neste domingo (23). Com a participação de 65,45% dos eleitores, o partido criado pelo presidente Hugo Chávez se consolidou como a principal força política do país e fortaleceu a democracia no país.
O percentual de eleitores que foram às urnas neste domingo é recorde na história do país, tratando-se apenas de pleitos regionais. De acordo com o boletim divulgado no início desta segunda-feira (24) pelo Tribunal Eleitoral do país, o PSUV venceu as eleições nos seguintes estados, com os seguintes percentuais de votos válidos:

Yaracuy (57.46%)
Delta Amacuro (55.54%)
Vargas (61.56%)
Apure (56.48%)
Barinas (49.63%)
Bolívar (46.58%)
Cojedes (51.53%)
Falcón (55.27%)
Guárico (52.08%)
Lara (73.15%)
Mérida (54.62%)
Aragua (58.56%)
Monagas (54.69%)
Portuguesa (57%)
Trujillo (59.47%)
Sucre (56.08%)
Anzoátegui (55.06%)


Ainda de acordo com os dados divulgados nesta madrugada, os partidos de oposição ao governo Chávez foram vitoriosos nos seguintes estados:

Zulia (53.59%)
Miranda (52.56%)
Nueva Esparta (57.64%)
Táchira (49.54%)
Carabobo (47.72%)


O PSUV recuperou o comando dos estados de Trujillo, Aragua, Guárico e Sucre de dissidentes chavistas. O governo manteve ainda Barinas, terra natal do líder e onde seu irmão, Adán Chávez, concorreu.
A oposição manteve os dois estados ganhos nas últimas eleições regionais, há quatro anos, e venceu na área metropolitana de Caracas, que é densamente povoada, além de obter a prefeitura da capital. Eles governarão 6,6 milhões dos 24 milhões de habitantes do país.


Chávez e a democracia


''Hoje, a vitória é da Venezuela. O caminho democrático escolhido pelo povo é ratificado'', afirmou Chávez em um discurso após a divulgação dos resultados. O presidente apontou o comparecimento recorde dos eleitores nos últimos anos como um sinal de que a democracia do país é saudável. ''Quem pode dizer que há uma ditadura na Venezuela?'', indagou. Ele ressaltou ainda que as instituições venezuelanas estão em pleno funcionamento, apesar das denúncias de fraudes levantadas pela oposição. ''Nós respeitamos a decisão do povo. Foi ratificado o caminho democrático que o povo escolheu, e não é a democracia de antes, de elite, restrita, que não foi uma verdadeira democracia'', afirmou.
Ao falar sobre a derrota do PSUV em algumas localidades importantes, Chávez fez menção novamente à importância de ser reconhecer a vontade da maioria. ''Quero felicitar os triunfadores dos partidos de oposição. Eu reconheço sua vitória e faço um chamado em nome do mais alto compromisso democrático'', disse.
O governador eleito de Zulia, Pablo Pérez, pediu a colaboração de Chávez e prometeu parceria. ''Vamos trabalhar com o Governo Nacional, o que nos importa é o estado de Zulia'', disse. O prefeito eleito do município Metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, afirmou que governará com amplitude.''É tempo de unidade'' falou o prefeito eleito, que dedicou sua vitória aos mais humildes.


Fonte: Vermelho

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Manuela repudia proposta do governo Yeda sobre manifestações

A deputada federal Manuela D´Ávila (PCdoB-RS) repudiou no plenário da Câmara dos Deputados, a tentativa do governo Yeda de restringir o direito de manifestação em frente ao Palácio Piratini. "O coronel Mendes busca transformar a Brigada Militar, instituição que tantos serviços prestou ao Estado, numa tropa de repressão aos movimentos sociais" destacou Manuela.

"Senhoras e senhores deputados quero trazer ao debate nesta Casa, a flagrante ameaça que a democracia e a liberdade de expressão sofre no Rio Grande do Sul.
Afirmo isso baseada nas recentes declarações que o comandante da Brigada Militar, coronel Mendes, de que deveriam ser proibidas as manifestações em frente ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho.
Figuras como o coronel Mendes infelizmente ainda subsistem na nossa democracia, embora pertençam historicamente ao passado antidemocrático de nosso país.
Sua atuação à frente da Brigada Militar busca transformar a nossa instituição que tantos serviços prestou ao Estado, numa tropa de repressão aos movimentos sociais.
A desproporção da violência contra professores e sindicalistas contrasta com a timidez no combate ao tráfico de drogas e ao roubo de carros na cidade de Porto Alegre.
Não se trata apenas de falta de efetivos, esta postura é fruto de uma política apoiada pela governadora Yeda, que não realiza concursos e ao mesmo tempo afasta a Brigada de sua função constitucional para tentar abafar as críticas e os protestos pelo som das agressões.
A governadora Yeda deve decidir se vai continuar atacando as manifestações populares ou se irá pedir ao capitão Nascimento dos Pampas para sair.


Muito obrigada."



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O TERCEIRO FURACÃO

Pode debilitar-se, porém já começou a chover em quase todo o território nacional. As águas caem sobre as áreas agrícolas saturadas de humidade pelas recentes chuvas, e as represas com alto nível de capacidade como consequência dos furacaes Gustav e Ike, verterão as suas águas sobre vales e campos cultivados, como aconteceu nos fins de Agosto e princípios de Setembro. Este foi batizado com o enganoso nome de Paloma.
Muitas culturas cujos frutos se esperavam logo, inúmeras horas de trabalho humano, o combustível, as sementes, os fertilizantes, os herbicidas e o trabalho dos equipamentos empregues para a produção de alimentos com urgência, voltarão a perder-se.
Em muitos sítios onde as famílias esperavam e recebiam materiais para as moradias, e batiam palmas com admiração aos operários que restabeleciam a eletricidade, tão vital para muitos serviços, outra vez voltarão a viver em parte a mesma experiência.
Novamente a destruição das estradas, caminhos e outras obras será repetida em várias províncias do país.
O último parte do Centro Nacional de Prognósticos do Instituto de Meteorologia confirma o curso implacável do fenómeno. Não devemos, contudo, desanimar-nos pela adversidade. Paloma não tem o colossal diámetro de Gustav.
Cada facto deste carácter deve servir para educar o nosso povo sobre as consequências da mudança de clima e o desequilíbrio ecológico, entre muitos dos problemas que encara a humanidade.
Os cálculos iniciais das perdas económicas dos dois furacoes anteriores ficaram por baixo da realidade. Estes ascenderam a mais de 8 bilhões em vez dos 5 anunciados inicialmente. Agora se producirão danos adicionais.
Os dirigentes que enfrentam de maneira decisiva e sem descanso os problemas poderão demandar dos seus compatriotas, com maior ênfase ainda, a necessidade de consagrar-se ao trabalho productivo e os serviços como resposta adequada às circunstâncias adversas.
Outra vez seria necessária a conducta digna se o chefe do império, que foi o máximo impulsionador do bloqueio genocida contra a nossa pátria, oferecesse mais uma vez outra piedosa ajuda. Com certeza será rejeitada. O cessar do bloqueio contra Cuba é o que demanda o nosso povo, e agora mais do que nunca, quando existe o reclamo unánime da comunidade internacional em meio da crise financeira que atinge todos os países do planeta, desenvolvidos ou por desenvolver.
Existem aqueles que ainda sonham com pôr de joelhos a Cuba esgrimindo o criminoso bloqueio como instrumento da política exterior dos Estados Unidos da América contra a nossa pátria. Se esse país cair novamente nesse erro, poderia permanecer outro meio século a aplicar essa política inútil no tocante a Cuba, no caso de que o império fosse capaz de durar tanto tempo.


Fonte: Granma Internacional

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UNE convoca estudantes para a campanha de boicote ao Enade 2008

A UNE realiza neste domingo (9) a campanha de boicote ao Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2008. Diretores da entidade farão plantões nos locais de prova em diversos estados distribuindo panfletos e adesivos aos estudantes que serão orientados a preencherem seus dados, colarem o adesivo na prova e entregá-la em branco. Os líderes estudantis chegarão a porta das escolas uma hora antes da prova e permanecerão nos locais acompanhando a saída dos estudantes.
A UNE esclarece que procedendo desta forma, o boicote estará caracterizado e ninguém sofrerá punições. Apenas o estudante que não comparece à prova (ou não assina) tem o diploma retido. "Não é preciso se preocupar em não responder as questões já que, a partir deste ano, a nota do Enade não fará parte do currículo acadêmico. Apenas o estudante que não comparece à prova (ou não assina) tem o diploma retido", alerta a diretora de comunicação da UNE, Luana Bonone.
O exame será aplicado neste domingo (9) em todo o País. Farão a prova cerca de 722 mil alunos de 13 graduações e de dez cursos tecnológicos. A UNE defende o boicote ao Exame por entender que avaliação das universidades, ou avaliação institucional, é um processo fundamental para todos aqueles que se preocupam com um ensino acessível e de qualidade no Brasil. Apesar do consenso, as formas de avaliação nem sempre agradam a todos, e às vezes não são amplas o suficiente para dar uma visão geral dos problemas de cada instituição e indicar mecanismos para consertá-los.


O que a UNE pensa sobre o Enade


A UNE apoiou a criação do Enade, dentro do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes). No entanto, atualmente a entidade critica o fato de a prova acabar tendo grande peso na avaliação final das universidades, avaliando somente os estudantes e servindo apenas para um a criação de um "ranking" entre as instituições.
Insatisfeita com a ausência de outros mecanismos para mensurar a qualidade do ensino, a UNE espera, com o boicote, protestar pelas diretrizes contidas na proposta original do Sinaes:

"A realização de uma avaliação plural, que leve em conta os diferentes agentes que compõem o ensino superior de forma transparente e participativa, garantindo que todos os segmentos da comunidade universitária participem do processo como sujeitos e não apenas como objetos", pontua a presidente da UNE, Lúcia Stumpf.

A iniciativa de "zerar" a prova também protesta pelo fim da obrigatoriedade do exame e repudia o vínculo da sua realização com a emissão do diploma, prática utilizada, principalmente, por algumas universidades particulares.

"O SINAES se configura em um avanço, pois avalia as instituições de forma mais ampla. Reflete o que a UNE e demais entidades do movimento estudantil, social e educacional reivindicam: uma avaliação completa que seja formada não só pelo Enade, mas que leve em consideração com o mesmo peso, a comissão interna de avaliação que deve ser paritária entre estudantes, funcionários e professores e a comissão externa coordenada pelo MEC. Apenas dessa forma podemos garantir a melhor aplicação de recursos e investimentos para o desenvolvimento das instituições de ensino superior e assim priorizar o tripé ensino-pesquisa-extensão", explica o diretor de políticas educacionais da UNE, Rafael Chagas.

Histórico

Em 2007 a entidade organizou um boicote ao ENADE. A iniciativa repercutiu e gerou um debate dentro do Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior (CONAES) que culminou em conquistas na implementação da avaliação no País, como a inclusão do Enade como parte da avaliação dos cursos (e não uma prova isolada), e a participação decisiva dos estudantes a partir do preenchimento de questionário que avalia a qualidade da instituição, do quadro docente e da infra-estrutura disponível.

No entanto, este ano o MEC divulgou um ranqueamento das universidades, baseado somente no Enade, que é apenas uma dimensão deste sistema composto por vários instrumentos de avaliação.

Isto posto, a UNE reafirma a necessidade de nova ação incisiva do movimento estudantil, no sentido de cobrar por parte do MEC a implementação da avaliação externa e também da auto-avaliação das universidades, como elemento central da implantação do SINAES, e pelo fortalecimento contínuo do CONAES como órgão de Estado responsável pela vigilância sobre a qualidade do ensino superior no País.

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Os impactos da crise na América Latina



Ninguém mais duvida que a atual crise capitalista, deflagrada nos EUA, já é a mais destrutiva da história deste sistema desde o crash da Bolsa de Nova York em 1929. Seus efeitos estilhaçam por todos os lados. Bancos e “agências de risco”, que antes ditavam as regras neoliberais para o mundo, estão definhando; os adoradores do “deus-mercado” e os mentores da desregulamentação financeira pedem, com urgência, a intervenção do “estado leviatã”; George Bush, o prepotente imperador, está morto antes mesmo do pleito presidencial. Este é o lado bom da crise. O lixo vai para o lixo!O lado negativo são os seus efeitos no mundo real, na vida dos trabalhadores. Segundo estudo da Organização Internacional dos Trabalhadores (OIT), a crise deverá acrescentar mais 20 milhões de desempregados nas frias estatísticas mundiais. O desemprego saltará dos atuais 190 milhões para 210 milhões até fins de 2009, “um recorde histórico”, segundo Juan Somavia, diretor-geral da OIT. O número de “trabalhadores pobres”, com renda inferior a dois dólares por dia, crescerá em 140 milhões de pessoas. Infelizmente, as projeções da OIT não têm nada de alarmista.

Marola ou tsunami?


De fato, as demissões já começaram. Nos EUA, 159 mil vagas foram eliminadas em setembro, o maior número desde 2003. Quando Bush Jr. tomou posse, em 2001, a taxa de desemprego era de 3,9%; agora, atinge 6,1%. Até o mês passado, foram extintos 760 mil postos de trabalho e várias pesquisas indicam que o ano terminará com mais de 1 milhão de demitidos, algo raro na história dos EUA. Já na Europa, as notícias sobre demissões também são alarmantes. E na pobre América Latina? E no Brasil? Quais serão os impactos da crise capitalista na vida dos trabalhadores?Durante o fugaz ciclo expansivo da economia capitalista, os países da região foram beneficiados pela forte liquidez do mercado mundial e pela alta dos preços das commodities, como petróleo e produtos agrícolas. Isto permitiu que boa parte dos países do continente tivesse um crescimento da economia acima de 5%, o que resultou na geração de empregos e na tímida melhoria da renda. Agora, porém, com o brusco breque no crédito externo e a queda na demanda por commodities, é ilusório pensar que economia latino-americana ficará “descolada” da crise mundial. Lula, como qualquer outro presidente, pode até falar em “marola”, mas a tendência é mesmo de um tsunami.

Tendência de graves confrontos


O Fundo Monetário Internacional (FMI) inclusive reduziu as projeções de crescimento na região para menos de 3,2% em 2009. “Dado o que acontece no restante do mundo, nossa previsão é que o crescimento da economia na América Latina vai se reduzir de maneiro notável”, afirmou David Robinson, diretor do FMI. Alguns sintomas preocupantes já começam a aparecer. Duas unidades da GM no Brasil já concederam férias coletivas aos metalúrgicos, o que sempre é prenúncio de demissões; na Argentina, a crise global aterroriza os agricultores, já que é o país é dependente ao extremo do mercado externo; na Venezuela, Chávez garante que a redução do preço do barril de petróleo não afetará as missiones, os vários programas sociais do governo.Diante destas ameaças, os trabalhadores e a sociedade devem se preparar para duros confrontos. O capital tentará despejar todo o ônus da crise nas costas dos assalariados. Na fase da bonança, ele embolsou os lucros; agora, tentará socializar os prejuízos; antes, pregou o desmonte neoliberal do Estado; agora, sugará os recursos públicos para se salvar da crise. Sem pressão organizada, a crise do capitalismo não conduz automaticamente para a superação deste sistema aviltante. Pelo contrário, ela somente agrava a barbárie capitalista. Mesmo as modestas conquistas obtidas pelos povos latino-americanos, a partir da vitória de vários governos progressistas, correrão sério risco.


Fonte: http://altamiroborges.blogspot.com/

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© 2008 Por Giovane D. Zuanazzi , Douglas T. Finger