A UNE realiza neste domingo (9) a campanha de boicote ao Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2008. Diretores da entidade farão plantões nos locais de prova em diversos estados distribuindo panfletos e adesivos aos estudantes que serão orientados a preencherem seus dados, colarem o adesivo na prova e entregá-la em branco. Os líderes estudantis chegarão a porta das escolas uma hora antes da prova e permanecerão nos locais acompanhando a saída dos estudantes.
A UNE esclarece que procedendo desta forma, o boicote estará caracterizado e ninguém sofrerá punições. Apenas o estudante que não comparece à prova (ou não assina) tem o diploma retido. "Não é preciso se preocupar em não responder as questões já que, a partir deste ano, a nota do Enade não fará parte do currículo acadêmico. Apenas o estudante que não comparece à prova (ou não assina) tem o diploma retido", alerta a diretora de comunicação da UNE, Luana Bonone.
O exame será aplicado neste domingo (9) em todo o País. Farão a prova cerca de 722 mil alunos de 13 graduações e de dez cursos tecnológicos. A UNE defende o boicote ao Exame por entender que avaliação das universidades, ou avaliação institucional, é um processo fundamental para todos aqueles que se preocupam com um ensino acessível e de qualidade no Brasil. Apesar do consenso, as formas de avaliação nem sempre agradam a todos, e às vezes não são amplas o suficiente para dar uma visão geral dos problemas de cada instituição e indicar mecanismos para consertá-los.
O que a UNE pensa sobre o Enade
A UNE apoiou a criação do Enade, dentro do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes). No entanto, atualmente a entidade critica o fato de a prova acabar tendo grande peso na avaliação final das universidades, avaliando somente os estudantes e servindo apenas para um a criação de um "ranking" entre as instituições.
Insatisfeita com a ausência de outros mecanismos para mensurar a qualidade do ensino, a UNE espera, com o boicote, protestar pelas diretrizes contidas na proposta original do Sinaes:
"A realização de uma avaliação plural, que leve em conta os diferentes agentes que compõem o ensino superior de forma transparente e participativa, garantindo que todos os segmentos da comunidade universitária participem do processo como sujeitos e não apenas como objetos", pontua a presidente da UNE, Lúcia Stumpf.
A iniciativa de "zerar" a prova também protesta pelo fim da obrigatoriedade do exame e repudia o vínculo da sua realização com a emissão do diploma, prática utilizada, principalmente, por algumas universidades particulares.
"O SINAES se configura em um avanço, pois avalia as instituições de forma mais ampla. Reflete o que a UNE e demais entidades do movimento estudantil, social e educacional reivindicam: uma avaliação completa que seja formada não só pelo Enade, mas que leve em consideração com o mesmo peso, a comissão interna de avaliação que deve ser paritária entre estudantes, funcionários e professores e a comissão externa coordenada pelo MEC. Apenas dessa forma podemos garantir a melhor aplicação de recursos e investimentos para o desenvolvimento das instituições de ensino superior e assim priorizar o tripé ensino-pesquisa-extensão", explica o diretor de políticas educacionais da UNE, Rafael Chagas.
Histórico
Em 2007 a entidade organizou um boicote ao ENADE. A iniciativa repercutiu e gerou um debate dentro do Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior (CONAES) que culminou em conquistas na implementação da avaliação no País, como a inclusão do Enade como parte da avaliação dos cursos (e não uma prova isolada), e a participação decisiva dos estudantes a partir do preenchimento de questionário que avalia a qualidade da instituição, do quadro docente e da infra-estrutura disponível.
No entanto, este ano o MEC divulgou um ranqueamento das universidades, baseado somente no Enade, que é apenas uma dimensão deste sistema composto por vários instrumentos de avaliação.
Isto posto, a UNE reafirma a necessidade de nova ação incisiva do movimento estudantil, no sentido de cobrar por parte do MEC a implementação da avaliação externa e também da auto-avaliação das universidades, como elemento central da implantação do SINAES, e pelo fortalecimento contínuo do CONAES como órgão de Estado responsável pela vigilância sobre a qualidade do ensino superior no País.
O exame será aplicado neste domingo (9) em todo o País. Farão a prova cerca de 722 mil alunos de 13 graduações e de dez cursos tecnológicos. A UNE defende o boicote ao Exame por entender que avaliação das universidades, ou avaliação institucional, é um processo fundamental para todos aqueles que se preocupam com um ensino acessível e de qualidade no Brasil. Apesar do consenso, as formas de avaliação nem sempre agradam a todos, e às vezes não são amplas o suficiente para dar uma visão geral dos problemas de cada instituição e indicar mecanismos para consertá-los.
O que a UNE pensa sobre o Enade
A UNE apoiou a criação do Enade, dentro do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes). No entanto, atualmente a entidade critica o fato de a prova acabar tendo grande peso na avaliação final das universidades, avaliando somente os estudantes e servindo apenas para um a criação de um "ranking" entre as instituições.
Insatisfeita com a ausência de outros mecanismos para mensurar a qualidade do ensino, a UNE espera, com o boicote, protestar pelas diretrizes contidas na proposta original do Sinaes:
"A realização de uma avaliação plural, que leve em conta os diferentes agentes que compõem o ensino superior de forma transparente e participativa, garantindo que todos os segmentos da comunidade universitária participem do processo como sujeitos e não apenas como objetos", pontua a presidente da UNE, Lúcia Stumpf.
A iniciativa de "zerar" a prova também protesta pelo fim da obrigatoriedade do exame e repudia o vínculo da sua realização com a emissão do diploma, prática utilizada, principalmente, por algumas universidades particulares.
"O SINAES se configura em um avanço, pois avalia as instituições de forma mais ampla. Reflete o que a UNE e demais entidades do movimento estudantil, social e educacional reivindicam: uma avaliação completa que seja formada não só pelo Enade, mas que leve em consideração com o mesmo peso, a comissão interna de avaliação que deve ser paritária entre estudantes, funcionários e professores e a comissão externa coordenada pelo MEC. Apenas dessa forma podemos garantir a melhor aplicação de recursos e investimentos para o desenvolvimento das instituições de ensino superior e assim priorizar o tripé ensino-pesquisa-extensão", explica o diretor de políticas educacionais da UNE, Rafael Chagas.
Histórico
Em 2007 a entidade organizou um boicote ao ENADE. A iniciativa repercutiu e gerou um debate dentro do Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior (CONAES) que culminou em conquistas na implementação da avaliação no País, como a inclusão do Enade como parte da avaliação dos cursos (e não uma prova isolada), e a participação decisiva dos estudantes a partir do preenchimento de questionário que avalia a qualidade da instituição, do quadro docente e da infra-estrutura disponível.
No entanto, este ano o MEC divulgou um ranqueamento das universidades, baseado somente no Enade, que é apenas uma dimensão deste sistema composto por vários instrumentos de avaliação.
Isto posto, a UNE reafirma a necessidade de nova ação incisiva do movimento estudantil, no sentido de cobrar por parte do MEC a implementação da avaliação externa e também da auto-avaliação das universidades, como elemento central da implantação do SINAES, e pelo fortalecimento contínuo do CONAES como órgão de Estado responsável pela vigilância sobre a qualidade do ensino superior no País.
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