'Ou caem os juros, ou cai Meirelles', protestam centrais


Para pressionar a última reunião do ano do Copom (Comitê de Política Monetária) a reduzir os juros, seis centrais sindicais foram às ruas em São Paulo e em Brasília nesta quarta-feira (10). Na capital do país, as lideranças distribuíram sardinhas em frente ao Banco Central (BC) para simbolizar o futuro da população brasileira caso a Selic continue nas alturas. “Cai os juros ou cai (Henrique) Meirelles [presidente do BC]”, diziam as faixas das manifestações.


“As manifestações são uma conseqüência da grande Marcha da Classe Trabalhadora, realizada no último dia 3, e reforçam o pedido de baixar os juros e o superávit. O Copom tem sido sabotador do desenvolvimento nacional e não permitiremos que Meirelles, que é o principal defensor da sabotagem, continue à frente do BC. Queremos a sua imediata saída”, declarou ao Vermelho o presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Wagner Gomes.
A última reunião do Copom começou nesta terça (9) e deve anunciar nesta noite de quarta qual será a nova taxa básica de juros. A expectativa dos analistas de mercado é que o colegiado mantenha a Selic em 13,75%. Mas os manifestantes pedem que os juros diminuam em dois pontos percentuais, passando para 11,75%.


Sardinha em Brasília


A Força Sindical e a NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores) seguiram em passeata do Congresso Nacional até o BC, onde promoveram uma “sardinhada”. Segundo o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, a sardinha é o símbolo da miséria.
“A idéia é mostrar aos conselheiros do Banco Central que essa será a situação do povo brasileiro se os juros não baixarem”, afirmou. Segundo o presidente da Força Sindical, para que a população possa consumir mais, o governo precisa sinalizar que o país está seguro diante da crise financeira internacional. “Se nós pudéssemos sair de 13,75% e passar para 11,75%, a sociedade iria entender que o país está bem, iria comprar e nós poderíamos salvar o primeiro trimestre de 2009.”
Participantes da passeata exibiram faixas pedindo a queda dos juros e a saída do presidente do BC. Para Paulinho da Força Sindical, “se o Brasil entrar em recessão, a situação de Meirelles fica insustentável”.



SP tem protesto na Avenida Paulista


A manifestação aconteceu na tarde de hoje, em frente ao prédio do BC, que fica na Avenida Paulista, símbolo financeiro do país, com a participação de trabalhadores de diversas categorias.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), afirma: “A redução dos juros vai incentivar o consumo, gerando produção e mais emprego. Isso ajudaria o Brasil a enfrentar a crise financeira”.
O presidente da CGTB-SP (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Paulo Sabóia, declarou: “Meireles representa a resistência dentro do Banco Central a baixar os juros. Ele veio do Banco de Boston, onde a especulação desencadeou essa crise financeira. Queremos que ele saia para por fim a essa política que só tem prejudicado o País”. Além das centrais citadas, também mobiliou as manifestações a CUT e a UGT (União Geral dos Trabalhadores).

Fonte: Vermelho

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