Furacão passa pelo Caribe e EUA e mata 85; nenhum é cubano

Peço desculpas aos leitores do blog, pelas poucas postagens nos últimos meses. Estamos com muito pouco tempo devido à campanha eleitoral, passamos por um processo de importância fundamental para nossas cidades e nosso país, onde em inúmeros lugares as forças progressistas se desafiam a construir as condições necessárias para as mudanças mais profundas que o Brasil precisa. Por isso acabamos priorizando a campanha que somada as nossas tarefas diárias acabam por nos deixar com pouquíssimo tempo para cuidar melhor do blog. Mas a medida do possível estaremos trazendo novas, e após 5 de Outubro certamente voltaremos a ter postagens todos os dias.
Desde já obrigado pela compreensão.
O furacão Gustav deixou no Caribe um saldo de 85 mortos e um dado revelador: nenhum deles era cubano. Mais uma vez, os meios de comunicação ocidentais tiveram de engolir outro sapo que, provavelmente, teriam esfregado as mãos se a história tivesse sido diferente. Terão de seguir espreitando.

Por J.M. Álvarez, para o Kaos en la Red

O Gustav tocou a terra cubana no sábado, 30 de agosto, com ventos de 240 quilômetros por hora, isto é, Furacão de Categoria 4 na escala Saffir-Simpson.
A província mais afetada foi Pinar del Río. Em sua trajetória pela ilha, o furacão deixou 18 pessoas feridas, nenhuma gravemente, e destruiu, total ou parcialmente, 90 mil casas. Todas serão reconstruídas.
O Gustav tocou terra americana na segunda-feira, 1.º de setembro, na costa do Golfo do México, a oeste de Nova Orleans, com categoria 2, ou seja, a metade da força com a qual golpeou Cuba, mas provocou, no mínimo, 7 mortes e causou danos variados a 80 mil residências, como casas alagadas e com destroços (além de cortes de eletricidade).
Os proprietários das casas terão de resolver por suas próprias contas os danos. Pobre daquele que não tiver seguro.
Hugo Chávez recomendou à Casa Branca, horas antes da chegada do furacão, que atendesse melhor a população, para que não se repetisse o que aconteceu em 2005, com o furacão Katrina.
Embora a limpeza étnica de 2005 (a maioria dos mortos eram negros) não tenha se repetido nesta ocasião — devido em parte às críticas que o governo Bush recebeu então — a presença, novamente, de vítimas fatais evidencia que Washington não deu muita bola às recomendações do presidente venezuelano.
Levando em consideração que não há valor maior que a vida humana, portanto supera qualquer outro tipo de perda, as cifras falam por si próprias:
O Gustav, um furacão de categoria 4, quando passou por Cuba, não causou vítima fatal alguma em um país pobre e subdesenvolvido.
O Gustav, um furacão de categoria 2, quando chegou aos EUA, matou sete pessoas (até esta data) no país mais rico e poderoso do planeta.
Cabe a pergunta:
Quem se preocupa pelos seus cidadãos sem exceção?

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