A ''ditabranda'' da Folha: a culpa é de Fidel !

Faltando três dias para o início do carnaval, a Folha de S. Paulo inverteu o rito de inversão. Tirou a fantasia de ''fiscal republicana”, longamente confeccionada ao longo dos anos 1980, e partiu para o desfile sem disfarces, disposta a contar suas origens, histórias e personagens.


Por Gilson Caroni Filho


Com o editorial (ou seria um samba-enredo?) ''Limites a Chávez '' (17/2/2009), o jornal acompanha o pensamento do ex-publisher, Otávio Frias de Oliveira (1912-2007), mostra o inconformismo com a nova institucionalidade latino-americana e reverencia os generais-presidentes da ditadura com quem manteve laços estreitos. Dessa vez, os carnavalescos da Barão de Limeira deixaram claro que o apreço pela democracia tem limites. E eles são bem mais estreitos do que supunham os otimistas.




Ecoando o sentimento da grande imprensa latino-americana, o editorial deplora mais uma vitória do presidente venezuelano em eleições internas e afirma que “o rolo compressor do bonapartismo chavista destruiu mais um pilar do sistema de pesos e contrapesos que caracteriza a democracia. Na Venezuela, os governantes, a começar do presidente da República, estão autorizados a concorrer a quantas reeleições seguidas desejarem.''.


É um raciocínio tortuoso esse. É como se, uma vez desenhada a tela institucional das elites, o regime político aceitável só pudesse existir como moldura para uma realidade pretérita. Não é apenas contra Chávez que a Folha se volta, mas contra qualquer possibilidade de incorporações de novos atores sociais à política. Algo fundamental quando o que se objetiva é dar maior densidade à democracia. Reinventar o ordenamento jurídico-político, respeitando os procedimentos constitucionais, é coisa recente na América Latina.


Os termos, bem como as idéias, estão fora do lugar. Empregam-se categorias como caudilhismo, bonapartismo e até mesmo ditador, fora de contexto histórico preciso, sem qualquer rigor conceitual. É o caso de indagarmos se a Venezuela bolivariana não dispõe de um Estado com organização flexível que, assegurando a vontade popular, preserve igualdade de possibilidades e liberdade? Talvez, ali, verifique-se, em plenitude, a idéia do Estado democrático como transformador da realidade. E é precisamente isso que deve ser exorcizado pelos editorialistas de plantão: a concepção de que a democracia implica um Estado fomentador da participação pública.


Os membros do conselho editorial da Folha sabem da inexistência de presos políticos em Caracas. Não têm notícias de perseguição e assassinatos de lideranças da oposição. Não ignoram a presença de uma forte mídia privada que continua defendendo os interesses das elites banidas do poder pelas urnas, mas batem na mesma tecla do “autoritarismo chavista”. O que chamam de antidemocrático, no final das contas, é o emprego da ordem legal como instrumento de reestruturação social.


Como parte integrante das classes dominantes, os conglomerados privados na área de comunicação, e seus prestimosos funcionários, não têm qualquer pudor em manejar torneios verbais de ocultamento e prestidigitação da realidade.


Voltemos ao editorial. O trecho em destaque vai além de um canhestro exercício de política comparada. Revela motivações bem mais profundas e significativas. ''Mas, se as chamadas ''ditabrandas'' - caso do Brasil entre 1964 e 1985 - partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso''.


Ao comparar o movimento político liderado por Chávez com a ditadura militar brasileira, a Folha não incorre em equívoco de um ''articulista desavisado''. Assume editorialmente a defesa dos golpistas de Pindorama. O neologismo ''ditabranda'' é usado pelos filhos de quem nunca negou apoio ao terrorismo de Estado. Pelo contrário, o empréstimo de peruas C-14 do jornal para transporte de presos mostra total alinhamento dos Frias com centros de torturas e seus comandantes mais conhecidos.


Em 1969, com o lançamento da Operação Bandeirantes (OBAN), antecedente dos DOI-Codi, a estrutura de terror estava praticamente montada. Financiada por setores do grande empresariado, a OBAN tinha a tarefa, definida após anos de discussão, em órgãos como a Escola Superior de Guerra, de centralizar toda a operação repressiva do Estado. Não lhe faltou apoio logístico da Folha da Tarde.


A ''ditabranda'' teve duas constituições e não respeitou nenhuma delas.O que prevalecia era uma lógica militar que devia obediência aos regulamentos internos de quartéis e aos altos comandantes do regime. Suas ''ditabrandas'' formas de convencimento incluíam torturas de vários tipos: espancamentos, telefones (tapas simultâneos nos dois ouvidos), corredor polonês (fila dupla de espancadores), pau-de-arara, choque elétrico, afogamentos, entre tantas outras ''técnicas''.


Em documento publicado pelo Congresso Nacional, conforme registrou a revista Retrato do Brasil, em 1984, havia uma ''Relação parcial sobre brasileiros mortos após 64'', dando conta de 197 casos até 1979, 147 dos quais só no período Médici, exatamente quando a Folha mais colaborou com o regime. Quantos mortos e torturados foram transportados por suas “ditabrandas” peruas?


Como os carros alegóricos já estavam na rua, os leitores que questionaram o editorial conheceram a ira do carnavalesco. O enredo de vilezas não acabou no editorial. A ele sobreveio a ridícula ''Nota da Redação'' de 19/2, com o ''ditadômetro''; seguida da torpe e covarde, porque oculta no anonimato da ''Redação'', agressão a Maria Victoria Benevides e Fábio Konder Comparato.


Com a ligeireza dos passistas de porões, a Folha se justifica com a mesma explicação dada ao personagem Anna de la Mesa, no magistral filme de Julie Gavras: A culpa é de Fidel. E não se fala mais nisso.


Ver José Serra na presidência foi um sonho não realizado pelo patriarca da família Frias. Seus filhos não poupam esforços para realizá-lo. Seria interessante saber o que pensa de tudo isso o atual governador de São Paulo. Afinal, ele foi presidente da UNE, militou na Ação Popular (AP) e, com o golpe militar, viveu no exílio até 1978. Tido por muitos como um quadro “progressista” do PSDB”, deveria tecer alguma consideração sobre a “ditabranda” do jornal que o apóia. No mínimo esclareceria o que vem a ser a “progressividade” do tucanato.

Fonte: Vermelho

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Altamiro Borges: mídia distorce a vitória de Chávez




A mídia brasileira, que mais parece uma sucursal dos neocons dos EUA, não engole o presidente Hugo Chávez. Nos editoriais dos jornalões e na "cobertura" das televisões - com exceção para a reportagem imparcial de Rodrigo Viana na TV Record -, o que se viu foi a tentativa de distorcer o resultado do referendo de domingo último, na qual o líder bolivariano obteve a sua 14ª vitória eleitoral em dez anos de governo. Para iludir os ingênuos, ela alardeou que o pleito foi fraudado, que a oposição oligárquica "quase" venceu e que Chávez garantiu "a sua reeleição ilimitada".

Por Altamiro Borges


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O editorial da Folha foi um dos mais deprimentes: "O rolo compressor do bonapartismo chavista destruiu mais um pilar do sistema de pesos e contrapesos que caracteriza a democracia", afirmou - logo ela que implorou pelo golpe militar no Brasil contra o "perigo comunista" e transportou presos políticos para a tortura. A vitória de Chávez no referendo, segundo sua análise enviesada, decorreu do uso do "dinheiro que fluiu copiosamente para as ações sociais do presidente" - ela prefere que o recurso público seja usado no subsídio ao papel de suas impressoras. Animada com "a oposição revigorada e ativa", a Folha aposta na diminuição do "conforto de Hugo Chávez".

O falso rótulo de "ditador"

Outros editoriais revelaram o desconforto da mídia com a vitória de Chávez, num tom bem mais realista do que o rei. Até o "império do mal", agora sob a direção de Barack Obama, procurou suavizar a sua ingerência agressiva, elogiando o processo de consulta democrática. A oposição direitista, que liderou um golpe em abril de 2002, um locaute patronal e várias iniciativas de desestabilização da Venezuela, também reconheceu a derrota. Mas a mídia burguesa, principal "partido do capital", conforme a definição clássica de Antonio Gramsci, ainda esperneia e faz de tudo para manipular a opinião pública. Derrotada nas suas pretensões, ela não perde a pose.

A distorção mais descarada, estampada nas manchetes dos jornais e nas chamadas da TV, é que Chávez bancou "a sua reeleição ilimitada". A manipulação visa carimbar no líder bolivariano o rótulo de "ditador". O referendo, porém, não foi sobre a possibilidade de reeleição do presidente, mas de todos os mandatos. Pela constituição atual, os parlamentares têm direito a duas reeleições - no Brasil não há esta limitação; já os governadores e prefeitos só podem se reeleger uma única vez. A vitória do "si" no referendo garante a possibilidade de reeleição para todos os integrantes do executivo e do legislativo, inclusive os da oposição - e não apenas para Chávez.

Além disso, a emenda constitucional aprovada no referendo não garante a "reeleição ilimitada", mas sim a possibilidade de disputar novamente o cargo. Caso o governante ou deputado frustre as expectativas da sociedade ele poderá ser rejeitado nas urnas. O povo é soberano. O cargo não é vitalício, como insinuam alguns "colunistas" da mídia. Quanto ao uso da máquina pública e do poder econômico, não dá para criticar apenas um dos lados. Os cinco governadores da oposição, filhotes do antigo bipartidarismo oligárquico do país, são mestres no uso da máquina pública. Já a maior parte dos ricos empresários e a mídia golpista nunca desistiram de derrotar Chávez.

A manipulação dos meios privados

No próprio referendo, o poder manipulador da mídia privada venezuelana ficou patente. Segundo pesquisas do Observatório Mundial de Mídia, encomendadas pelo Conselho Nacional Eleitoral, a campanha contra a emenda obteve 71% da cobertura nos veículos de comunicação. Já o "si" teve 29% dos noticiários. "O desequilíbrio informativo, apontado por órgãos que monitoram a mídia, colocou em desvantagem a campanha do bloco revolucionário, o que desmascara o papel de vítima da oposição", criticou Jesse Chacón, chefe de comunicação do Comando Simon Bolívar.

Outra pesquisa, feita pela Entorno Inteligente, constatou que "de cada 100 artigos publicados na mídia impressa, 77 foram a favor do ‘no' e 23 a favor do ‘si'. Quanto às principais cadeias de televisão, o estudo detectou que 73% das matérias foram a favor do ‘no' e 27% a favor do ‘si'; as emissoras mais equilibradas durante a campanha eleitoral foram a Televen e a Venevisión". Para Jesse Chacón, estes dados demonstram que "se houve algum setor privilegiado na campanha, foi o favorável ao no". Ele também criticou a manipulação dos institutos de pesquisa, que apontaram empate técnico no referendo, sendo que a vitória do ‘si' ficou bem acima da margem de erro.

"Péssima notícia para o império"

Diante destes fatos, por que a mídia burguesa faz tanto escarcéu com o resultado do referendo na Venezuela? Pascoal Serrano, num excelente artigo no sitio Rebelion, mostra que esse alvoroço é despropositado. "Vale lembrar que a reeleição sem limitações é reconhecida por 17 dos 27 países que integram a União Européia, sem que haja gerado polêmicas nem que estes sejam acusados de ditadura ou deterioro democrático. Basta lembrar-se de Tage Fritiof, primeiro ministro da Suécia durante 23 anos contínuos; de Helmut Kohl, chanceler da Alemanha por 16 anos seguidos; ou de Felipe Gonzáles, presidente do governo espanhol durante 14 anos sem interrupção".

Para o renomado sociólogo argentino Atílio Boron, o motivo deste alarde é que a nova vitória de Chávez é uma "péssima notícia para o império" e a oligarquia local. "A emenda constitucional que o povo venezuelano aprovou evidencia o desespero dos adversários, de dentro e de fora, da revolução bolivariana. Eles estão conscientes de que a consolidação da liderança de Chávez e a continuidade de seu projeto reforçam os espaços da esquerda na balança política regional... Os publicistas do império e da plutocracia venezuelana afirmaram que a aprovação da emenda significaria que Chávez iria governar indefinidamente. Fiéis a sua tradição, tergiversaram sobre o que estava em discussão, procurando enganar a opinião publica".

Boron lembra ainda que esta mesma imprensa burguesa nada fala sobre o escandaloso processo que garantiu a reeleição de Álvaro Uribe na Colômbia, "mediante ao suborno de deputados que, com o passar do tempo, confessaram o delito... Quanto à nova proposta de re-reeleição de Uribe, os falsos defensores da democracia, que tanto atacam Chávez, não divulgam que ele aprovou seu projeto numa sessão extraordinária, convocada com extrema urgência, à meia noite, diante da quase total ausência da desprevenida oposição. Mas isto é a democracia [para a mídia burguesa]. A de Chávez, que segue todos os passos que manda a legalidade vigente, é ditadura".

Fonte: Vermelho

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O vídeo que Serra sempre escondeu. Ele no comício que derrubou Jango







É o presidente da UNE José Serra no Comício da Central do Brasil, em março de 64, que precipitou o golpe contra o presidente democraticamente eleito João Goulart.

. Aparece ele com Almino Afonso, Brizola, e ao discursar, inflamado, a favor das reformas de base de Jango!

. Serra sempre escondeu essa vídeo.

. Para não incompatibilizá-lo com os eleitores da frente demo-tucana e o PiG(*).

. Por ironia, quem deu veiculação a esse vídeo foi um site pró Serra: “Juventude pró Serra”.

. Zé Pedágio 2010 não vai resistir à internet.



Fonte: Conversa Afiada

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O bloqueio é injusto e anacrônico, temos que acabar com ele

• O presidente da República da Guatemala, Álvaro Colom Caballeros, condenou o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos à maior da Antilhas por quase 50 anos, depois da sua chegada à Havana na noite deste domingo, 15 de fevereiro, a convite do presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, general-de-exército Raúl Castro Ruz.

"O bloqueio continua sendo injusto, é anacrônico e temos que acabar com ele. Toda a América Latina está apoiando isso", afirmou.

O presidente, que foi recebido no aeroporto internacional José Martí pelo ministro da Saúde Pública, José Ramón Balaguer Cabrera, expressou sua satisfação por iniciar esta visita, a primeira depois de ocupar o mais alto cargo do governo no seu país.

Numa breve coletiva, Colom informou também que trouxe para o líder da Revolução cubana, Fidel Castro Ruz, a condecoração da Ordem do Quetzal, a mais alta distinção guatemalteca. •

Fonte: Granma Internacional

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Venezuela festeja vitória do 'Sim', oposição admite derrota





O povo da Venezuela saudou com buzinaços, fogos de artifício, música e dança nas ruas de numerosas cidades a vitória do ''Sim'' no referendo deste domingo (15), que permite a reeleição indefinida para cargos executivos. À noite, logo que foram divulgados os primeiros resultados da apuração, milhares de simpatizantes do presidente Hugo Chávez, que propôs a mudança legal, iniciaram a festa que se prolongou pela madrugada.


Em coletiva de imprensa, os líderes de duas das principais facções oposicionistas venezuelanas, Um Novo Tempo (UNT), Omar Barboza Manuel Rosales, e Podemos, Ismael García, reconheceram a derrota. Ambos destacaram o que consideraram uma boa votação do ''Não'' e prometeram ''prosseguir a luta nas ruas''. Chamou a atenção a ausência na coletiva de um representante da AD (Ação Democrática), outra sigla oposicionista, interpretada como sinal de diferenças de visão entre as hostes antichavistas.

Voto ''cívico, democrático e alegre''


Com 94,2% das urnas apuradas, a opção pelo ''Sim'' obtinha 54,4% dos votos válidos. O comparecimento às urnas foi de mais de 70%, excepcionalmente alto em um país onde o voto não é obrigatório.

A presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, cumprimentou ''o povo da Venezuela'' pelo seu ''comportamento cívico, democrático e alegre'' durante a ''jornada extraordinária''. Ela destacou a participação e expressou suas felicitações a todos, tanto vencedores como perdedores.

''Pedimos à opção ganhadora que celebre com orgulho, tranquilidade e sobretudo com generosidade; e àqueles cuja opção não resultou ganhadora que se conduzam com tranquilidade, por esta jornada maravilhosa em que também eles foram protagonistas''.

15 eleições e 14 vitórias em dez anos

Com o resultado deste domingo, os partidários de Chávez somam 14 vitórias nos 15 processos eleitorais (presidenciais, parlamentares, regionais e referendos) realizados nos dez anos desde a vitória do presidente bolivariano. Apenas no referendo da reforma constitucional, em dezembro de 2007, a corrente bolivariana não obteve a maioria, perdendo por 1,6% dos votos.

Para o presidente, o resultado é um mandato para ''continuar a revolução'' iniciada dez anos atrás. ''Quero empenhar minha palavra na luta contra a insegurança nos bairros, a corrupção e a ineficiência'', disse Hugo Chávez ao comentar a vitória no Palácio de Miraflores, referindo-se a alguns dos problemas mais sentidos pelo povo venezuelano..

Fonte: Vermelho

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Sim Vence Na Venezuela... Vitória do Povo da Venezuela


PSUV declara vitória do 'sim' em referendo na Venezuela


O "sim" no referendo para a reeleição na Venezuela registra uma vantagem 'irreversível', segundo pesquisas de boca-de-urna citadas pelo ministro das Finanças e presidente do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV, no poder), Alí Rodríguez, ao final da votação neste domingo.

"Hoje certamente é um dia de celebração", afirmou Rodríguez em coletiva de imprensa do PSUV.


"Pelo que dizem todas as pesquisas de boca-de-urna, a tendência é irreversível e a resposta que o povo deu é irreversível", afirmou Rodríguez, que pediu que a oposição não dê início a atos de violência e reconheça os resultados.


A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Tibisay Lucena, anunciou às 18h10 locais (19h40 em Brasília) o encerramento do processo eleitoral deste domingo, em que foi votada a aprovação da emenda constitucional que propõe a reeleição ilimitada para cargos públicos eletivos.


Em seu pronunciamento, Tibisay pediu calma e tranquilidade aos grupos que são favoráveis e contrários à medida, reiterando que "não há vencedores ou perdedores" até que os primeiros resultados oficiais sejam divulgados.


"Neste momento, podemos dizer que há somente um ganhador, que é a Venezuela", acrescentou. A funcionária parabenizou a população pela "demonstração de civismo, democracia e grande comportamento" durante o pleito.


No início da tarde, ela havia indicado que os primeiros boletins oficiais só seriam divulgados duas ou três horas depois do fechamento das urnas.


Com a ordem do CNE, os centros de votação em que não há mais eleitores já estão sendo fechados. Onde há filas, porém, as atividades seguem, como mandam as regras eleitorais venezuelanas.


Em novembro, durante as eleições regionais, os atrasos causaram o adiamento do encerramento da votação, o que gerou desconfiança e críticas da oposição, que fez alertas para o risco de manipulações.


Até que saiam os primeiros números oficiais do CNE, está proibida a divulgação de pesquisas de boca-de-urna.


Ao contrário dos últimos dias, marcados por uma forte tensão e polarização entre simpatizantes do presidente Hugo Chávez e setores críticos a seu governo, a votação ocorreu em clima de tranquilidade. Apenas pequenos incidentes foram registrados.


Segundo o chefe do Comando Estratégico Operacional (CEO), o major-general Jesús González, 80 pessoas foram detidas durante o dia após cometerem crimes eleitorais, dentre os quais a danificação de comprovantes de voto, falsidade ideológica e campanha política ilegal.


O referendo foi acompanhado por cerca de 100 observadores internacionais e 1.200 nomeados pelo governo. Para garantir a segurança do processo, o Exército mandou 140 mil oficiais para as ruas.


No início da tarde, após votar em Caracas, o presidente Chávez pediu respeito ao resultado e disse que o referendo de hoje decidirá seu destino político.


"Todos nós devemos respeitar a vontade soberana de nosso povo. Nós reconheceremos os resultados, quaisquer que sejam eles, assim que forem anunciados pelo CNE", afirmou.


Se a emenda constitucional for aprovada, o mandatário, no poder há 10 anos, poderá tentar o terceiro mandato em 2012. Durante a campanha, em reiteradas vezes ele afirmou que precisa de mais tempo para levar adiante seu projeto bolivariano, cujo objetivo é introduzir na Venezuela o chamado "socialismo do século 21".


A oposição, porém, acusa-o de querer se perpetuar no poder. Além disso, alega que uma medida similar à que foi votada hoje já foi reprovada pelo povo venezuelano em dezembro de 2007. Naquela ocasião, um projeto de reforma constitucional apresentado pelo governo foi rejeitado com 50,7% dos votos.


Para Chávez, o referendo de hoje integra um processo que engloba também o Equador e a Bolívia, países que recentemente aprovaram novas constituições e cujos presidentes, Rafael Correa e Evo Morales, são seus principais aliados na América do Sul.


Segundo ele, a votação "é parte de uma nova doutrina constituinte que está nascendo na América Latina, e que tem o processo venezuelano como vanguarda".


Fonte: Vermelho



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Redução de salários pode agravar crise, diz juiz do Trabalho


A pretexto de evitar demissões, empresas do setor automotivo vêm aumentando a pressão para impor a redução da jornada de trabalho com diminuição no salário. Alguns acordos já foram assinados, mas Jorge Luiz Souto Maior, juiz do Trabalho e professor da Universidade de São Paulo (USP), alerta sobre os riscos desse tipo de negociação.


Souto Maior: contra a flexibilização “O que está havendo é uma reivindicação da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e de alguns setores do meio empresarial, de redução dos direitos dos trabalhadores por meio de negociação coletiva”, diz Souto Maior. Segundo ele, ocorre também “uma forma de pressão sobre o governo para reduzir a


legislação trabalhista — ou seja, a flexibilização para redução do custo do trabalho, por meio da retirada de direitos dos trabalhadores.”

Visando garantir a ordem jurídica nas negociações trabalhistas, o magistrado lançou o manifesto “Contra oportunismos e em defesa do direito social” (clique aqui para ler). O documento é assinado por juízes, professores, procuradores, promotores, membros do Ministério Público do Trabalho, entre outros. Ele lembra que a mera redução do custo trabalhista não vai acabar com a crise econômica e pode até agravar o problema.

“É uma saída que não resolve os problemas da crise, que tem razões muito mais profundas do que o mero custo do trabalho e que, além disso, aprofunda as causas da crise. Na verdade, ela gera problemas maiores, pode implicar na redução do consumo, na redução da distribuição de renda — ou seja, piorar as condições sociais


e econômicas”, afirma.

O juiz defende que, para resolver a crise financeira, é necessária uma reestruturação


da sociedade, com medidas de incentivo à produção, reforma agrária, tributária e investimento em educação. “É uma crise proveniente do sistema econômico, não é fruto


do custo do trabalho”, enfatiza.

Dado “surpreendente”

Apesar do oportunismo, a campanha da Fiesp e de outros setores do empresariado tem surtido efeito na sociedade. A pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira (3) mostra que 50% da população apoia a redução temporária da jornada de trabalho e dos salários dos trabalhadores, em troca da estabilidade dos empregos.

Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade, o dado


é "surpreendente". Outros 38,9% dos entrevistados são contra a medida, e 11,1% não responderam.


A proposta de redução das horas trabalhadas e dos salários tem sido combatida duramente por algumas centrais sindicais do país, como a CUT e a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).

Questionado sobre o resultado da pesquisa, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, afirmou na quarta-feira (4) que é preciso ter cautela. “Se você pergunta ao trabalhador se ele quer ser demitido ou se prefere a redução de salário, ele vai dizer que prefere a redução, obviamente.”

Lupi lembrou que o setor automobilístico, por exemplo, está recuperando as vendas. No mês de janeiro, mais de 198 mil carros foram vendidos — contra 200 mil no mesmo período em 2008. “É o momento de o Brasil ter tranqüilidade, de os empresários brasileiros acreditarem no Brasil e continuarem investindo — e dos trabalhadores se organizarem com os seus sindicatos para defender os seus direitos.”


Fonte: www.vermelho.org


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Evo Morales promulga nova Constituição da Bolívia

''Missão cumprida. Para voltar a fundar uma Bolívia unida'', proclamou Morales, ao declarar promulgada uma Carta Magna que, pela primeira vez na história do país, foi aprovada com o voto popular no referendo realizado em 25 de janeiro.

Em um grande ato realizado na cidade de El Alto, o presidente indígena, funcionários de seu governo, as Forças Armadas e os milhares de bolivianos reunidos no local formularam um juramento coletivo para ''respeitar e fazer respeitar'' a nova Constituição.

De acordo com Morales, a Carta Magna foi inspirada na ''permanente luta pela libertação'' que desde os tempos da colônia espanhola empreenderam os povos indígenas, os movimentos sociais e os patriotas bolivianos em defesa ''da vida, da justiça e da soberania''.

''É impressionante o que estamos fazendo: da rebelião de nossos antepassados à revolução democrática e cultural. Há uma nova Bolívia, com a reconciliação entre milenares e contemporâneos'', destacou o presidente.
Com a promulgação da Carta Magna, Morales pôs hoje em vigor um modelo de Estado multinacional e unitário, de economia social e que, destacou, ''protege por igual todos os bolivianos''.

No entanto, lembrou que, ''após tantas adversidades e humilhações'', o texto consagra ainda ''as aspirações mais profundas dos setores mais abandonados'' no país, como o caso de indígenas e trabalhadores.
Após um discurso carregado de referências históricas com o qual quis prestar homenagem aos heróis da luta indígena e social da Bolívia, Morales fez pediu a união de todos os setores do país para implementar a nova Constituição.


No dia 25 de janeiro, 61,4% dos bolivianos apoiaram em referendo esta Carta Magna que constitui o eixo do processo de mudança impulsionado por Morales desde que chegou à Presidência do país, há três anos.


A rejeição ao texto se concentrou majoritariamente nas regiões autonomistas de Santa Cruz, Beni e Tarija, todas governadas por opositores de direita, assim como em Pando, regida por um governador regional militar após a prisão do governante anterior por sua suposta responsabilidade por um massacre ocorrido em setembro.
Depois da promulgação, uma das primeiras medidas de Morales para a implantação da nova Carta Magna será a reestruturação de seu Governo para adequá-lo ao texto já vigente.

A nova Constituição da Bolívia incorpora a formação de autonomias em três níveis, incluindo a indígena, destaca o papel do Estado e permite a reeleição presidencial uma vez.

Seguem abaixo seus artigos mais importantes:

- PRINCÍPIOS E VALORES DO ESTADO: O Estado assume e promove os princípios quechua "ama qhilla, ama llulla, ama suwa" (não ser preguiçoso, não ser mentiroso, não ser ladrão), o aymara "suma qamaña" (viver bem) e o guarani "ñandereko" (vida harmoniosa).

- O ESTADO: A Bolívia se constitui em um Estado Unitário Social de Direito Plurinacional Comunitário, livre, independente, soberano, democrático, intercultural, descentralizado e com autonomias.

- OS BOLIVIANOS: A nação boliviana é composta de nações e povos indígenas e de comunidades interculturais e afro-bolivianas.

- RELIGIÃO: O Estado respeita e garante a liberdade de religião e de crenças espirituais, de acordo com suas cosmovisões. O Estado é independente da religião.

- PROPRIEDADE PRIVADA: Garante-se a propriedade privada individual, ou coletiva, sempre que essa cumprir uma função social.

- CONTROLE SOCIAL: O povo organizado participará da elaboração de políticas públicas e exercerá controle sobre a gestão pública em todos os níveis do Estado.

- AUTONOMIA DEPARTAMENTAL: O governo autônomo departamental é constituído por uma Assembléia Departamental, com faculdade deliberativa, fiscalizadora e legislativa departamental.

- AUTONOMIA INDÍGENA: A autonomia indígena consiste no autogoverno como exercício da livre determinação das nações e dos povos indígenas nativos camponeses, cuja população compartilha território, cultura, história, línguas e organização, ou instituições jurídicas, políticas, sociais e econômicas próprias.

- ECONOMIA: O modelo econômico boliviano é composto pelas economias comunitária, estatal, privada e social cooperativa e não se permitirá o acúmulo privado de poder econômico em um grau tal que ponha a soberania econômica do Estado em risco.

- RECURSOS NATURAIS: O Estado assume o controle e a direção sobre a exploração, industrialização, transporte e comercialização dos recursos naturais estratégicos.

- HIDROCARBONETOS: Os hidrocarbonetos são de propriedade inalienável e imprescritível do povo boliviano.

- REELEIÇÃO: Reconhece a reeleição de presidente e vice-presidente por uma única vez de maneira contínua.


Fonte: EFE

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Igor Fuser: a mídia contra Battisti

"Não me parece que o Brasil seja conhecido por seus juristas, mas sim por suas dançarinas. Portanto, antes de pretender nos dar lições de Direito, o ministro da Justiça faria bem se pensasse nisso não uma, mas mil vezes". Essa ofensa ao povo e ao Judiciário brasileiros, divulgada pela agência Ansa no dia 30 de janeiro, partiu da boca do deputado Ettore Pirovano, da Liga Norte, um partido de extrema-direita famoso pelas campanhas de ódio aos imigrantes e pela esdrúxula proposta de separar o norte (rico) da Itália do resto (menos rico) do país.

O discurso cafajeste de Pirovano, com seu eufemismo de mau-gosto para se referir a outro ofício que não o de dançarina, já revela muito sobre o universo mental da coligação governista da qual ele faz parte, em companhia dos neofascistas declarados que, sob a batuta de Silvio Berlusconi, sentem novamente o gosto do poder, mais de 60 anos depois que Mussolini teve o seu merecido fim. O assunto: a decisão de Tarso Genro de conceder ao ex-extremista italiano Cesare Battisti, residente no Brasil, a condição de refugiado político, o que inviabiliza o pedido de extradição feito pelo governo italiano.

Diante do alarido que a imprensa brasileira tem feito em torno do tema (manchete principal numa das edições do Estadão!), era previsível que aquela fala destemperada de um aliado de Berlusconi aparecesse com destaque na mídia brasileira, certo? Errado. A notícia passou batida pela imprensa empresarial, que permanece, em duas semanas de intensa cobertura do tema, fiel a um padrão bem conhecido. Tudo o que se presta a reforçar as posições dos donos das empresas jornalísticas é realçado, martelado até ganhar as feições de verdade auto-evidente. Já os conteúdos que podem alimentar argumentos contrários são minimizados, relativizados ou omitidos.

O mecanismo é bem conhecido dos estudiosos da comunicação. Noam Chomsky foi quem melhor elucidou a dialética de "ênfases" e "omissões" que garante às classes dominantes a difusão das idéias do seu interesse sob o manto insípido da objetividade. Mas a postura da mídia empresarial nesse episódio também pode ser explicada a partir das teorias do sociólogo Ervin Goffman, que desenvolveu nos anos 70 o conceito do "enquadramento". Trata-se, segundo Goffman, do dispositivo interpretativo mais geral que envolve os conteúdos específicos. Opera de uma forma sutil, como uma moldura invisível ao redor dos fatos. Uma vez estabelecido, garante que o juízo do receptor se incline, automaticamente, para o enfoque escolhido pelo emissor.

A maneira como essa moldura foi construída no caso Battisti daria uma tese de doutorado. A Folha de S.Paulo, por exemplo, se refere ao ex-militante como "terrorista", desprezando a existência pacata que ele mantém há 30 anos. O governo italiano, em contrapartida, aparece na mídia brasileira como uma entidade neutra, imune às paixões políticas. O nome de Berlusconi raramente é mencionado. As motivações do ministro Tarso Genro são pintadas como "ideológicas", como se as autoridades italianas ou os próprios jornais atuassem à margem das ideologias.

Nesse esquema, a imagem simpática da Itália se converte em capital simbólico para legitimar decisões tomadas pelo Judiciário daquele país no contexto da turbulência política da década de 70. Qualquer que seja a verdade sobre a participação de Battisti nos crimes a ele atribuídos, é incontestável que não se tratava de delinquência e sim de ações políticas, como reconheceu o ex-presidente Francesco Cossiga ao se referir a ele como "um subversivo". Isso, por si só, já justificaria a decisão de Genro.

A ultra-esquerda da época, com todos os erros, tampouco tinha como inimigo um estado de Direito "normal", mas um regime democrático degenerado, dirigido por um primeiro-ministro, Giulio Andreotti, com ligações mafiosas mais do que provadas. Leis assumidamente "de exceção" foram adotadas no combate à esquerda armada e o Estado italiano recorreu, sim, a violações aos direitos humanos, inclusive à tortura, como denunciou a Anistia Internacional.

Tudo isso é história, mas a imprensa, ainda assim, insiste em desprezar o contexto tenebroso em que se deu a condenação de Battisti. Na descrição do filósofo Norberto Bobbio, a Itália se achava submetida a um "criptogoverno", em que as autoridades "agem na sombra em articulação com os serviços secretos". Um cenário de "mistérios", de verdades encobertas, de "trevas" que "não foram dissipadas". A citação, que a mídia não teve a gentileza de compartilhar com os leitores, está no livro O Futuro da Democracia e faz parte do arrazoado de Genro.

Por fim, uma pergunta básica, incontornável: qual é a motivação do governo italiano? Por que tanto empenho em botar as mãos num personagem tão inofensivo, depois de tanto tempo? A resposta, ou parte dela, está na conjuntura doméstica da Itália, marcada pela crise e por uma onda de protestos em que se sobressai um vigoroso ativismo estudantil. Berlusconi e seus aliados reagem à ascensão de uma esquerda não-domesticada sacudindo o espantalho dos "anos de chumbo".

A histeria em torno do caso Battisti, manipulado para criar uma anacrônica associação entre os "radicais" de ontem e de hoje, nada tem de irracional. Ao contrário, dá respaldo a um discurso em que o prefeito fascista de Roma, Gianni Alemanno, acaba de declarar que "o movimento estudantil italiano (seria) dirigido por 300 criminosos da universidade La Sapienza".

Quanto às motivações da imprensa tupiniquim, a explicação é mais simples. A oposição conservadora, diante da patética escassez de argumentos para 2010, quer incluir no seu arsenal de campanha a denúncia do "apoio a um terrorista". Rende votos, supostamente, e ajuda a manter acuados os setores de esquerda no governo Lula e no PT. Tal como espaguete ao sugo e queijo parmesão, a agenda repressiva do governo Berlusconi combina perfeitamente com os interesses do conglomerado PSDB-DEM-mídia-banqueiros-agronegócio. Uma direita ajuda a outra.

Por Igor Fuser, no Operamundi.

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Altamiro Borges: Cesare Battisti e a conspiração da CIA

A oposição de direita e sua mídia têm aproveitado o caso Cesare Battisti para atacar o presidente Lula, que num gesto soberano e legítimo deu asilo político ao escritor italiano. Todas as noites, o casal global do Jornal Nacional apimenta as críticas, bem diferente da postura adotada quando do exílio do ditador paraguaio Alfredo Strossner. Já os jornais Folha e Estadão publicaram editoriais insinuando que o ministro da Justiça, Tarso Genro, teria simpatias por “terroristas de esquerda”. Até a revista Carta Capital, um veículo progressista, reforçou estranhamente o coro crítico.

Parlamentares tucanos e demos, estes egressos do partido da ditadura militar brasileira, fizeram questão de se solidarizar com o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, o barão da mídia, que numa reação midiática retirou seu embaixador de Brasília. Caraduras, afirmam que a Itália é um exemplo de democracia para justificar o envio do escritor à prisão perpétua neste país. Nada falam sobre a trajetória ultradireitista de Berlusconi, das suas alianças com partidos neofascistas ou da recente medida do seu governo que impede que ele seja julgado por crimes de corrupção.

“Um bode expiatório conveniente”

O caso Cesare Battisti é complexo, mas não justifica a gritaria da direita servil e da mídia venal. França e Japão já deram asilo político aos condenados pela justiça italiana e não houve o mesmo alarde. O bufão Berlusconi e o processo jurídico neste país não são levados muito a sério. Como apontou Maria Inês Nassif, num excelente artigo no jornal Valor, Battisti foi condenado à prisão perpétua sem qualquer direito de defesa. As testemunhas que o acusaram de quatro assassinatos gozam da delação premiada e há indícios de que uma foi torturada. Dois dos citados homicídios foram cometidos no mesmo dia 16 de fevereiro de 1979, a 500 km de distancia um do outro.


“[Battisti] nunca esteve num tribunal para defender-se das acusações e, de volta à Itália, não será ouvido por nenhum juiz”, afirma a colunista no artigo “Um bode expiatório conveniente à Itália”. Para ela, “diante de tantas contradições e de tantos fatos mal explicados, fica a dúvida de por que interessa tanto ao governo italiano coroar Cesare Battisti como o bode expiatório de um período negro na Itália, onde não apenas a luta armada enevoou o país, mas as instituições se ajustaram a uma guerra contra o terror usando métodos poucos afeitos à ordem democrática”.

EUA subornam políticos e jornalistas


O livro recém-lançado “Legado de cinzas, uma história da CIA”, do jornalista estadunidense Tim Weiner, vencedor do prêmio Pulitzer, confirma a tese de Maria Inês Nassif de que o período em que Battisti participou da luta armada, nos anos 70, foi um dos mais tumultuados e sombrios da história recente da Itália. O clima era de guerra. Com base em inúmeros documentos oficiais, o autor demonstra que o serviço de espionagem e terrorismo dos EUA teve participação ativa no processo político italiano, financiando partidos da direita e realizando ações de sabotagem.


“A CIA gastou vinte anos e pelos menos US$ 65 milhões comprando influência em Roma, Milão e Nápoles”. McGeorge Bundy, diretor da agência, chamou o programa de ações secretas na Itália de ‘a vergonha anual’. Thomas Fina, cônsul-geral dos EUA em Milão durante o governo Nixon, confessou que a CIA subsidiou o partido democrata-cristão e deu milhões de dólares para bancar “a publicação de livros, o conteúdo de programas de rádio, subsidiando jornais e jornalistas”. Ele se jacta que “tinha recursos financeiros, recursos políticos, amigos e habilidade para chantagear”.


Nutro trecho, Tim Weiner revela que a ingerência ianque se intensificou a partir de 1970. “Com aprovação formal da Casa Branca, houve a distribuição de US$ 25 bilhões a democratas cristãos e neofascistas italianos. O dinheiro foi dividido na ‘sala dos fundos’ – o posto da CIA no interior da suntuosa embaixada americana”. Giulio Andreotti “venceu a eleição com injeção de dinheiro da CIA. O financiamento secreto da extrema direita fomentou o fracassado golpe neofascista em 1970. O dinheiro ajudou a financiar as operações secretas da direita – incluindo bombardeios terroristas, que a inteligência italiana atribuiu à extrema esquerda”. Como se nota, não houve inocentes neste período sombrio, nem a mídia corrompida pela CIA.


Fonte: Blog do Miro

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Empresas Aproveitam a Crise para Demitir



Apesar de culpar a crise, as empresas querem mais é manter seus lucros no mesmo patamar. A avaliação, do doutor em economia José Nicolau Pompeo - professor da Escola Politécnica da USP e do Departamento de Economia da PUC-SP - é o ponto principal da entrevista que ele concedeu à Folha Online.

Clique aqui e ouça a entrevista de José Nicolau Pompeo

Fonte: Conversa Afiada

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Altamiro Borges: Uma década da revolução bolivariana


Empossado em 2 de fevereiro de 1999, o presidente Hugo Chávez completa 10 anos à frente da "revolução bolivariana" na Venezuela. Sua inesperada eleição, em dezembro de 1998, com 56% dos votos, foi uma resposta à devastação neoliberal e representou duro golpe ao bipartidarismo oligárquico imperante neste país desde 1958 - através do pacto de "Punto Fijo". Ela deu início a uma experiência inédita na América Latina, com a vitória de inúmeros governantes progressistas, antineoliberais, e recolocou na agenda política o debate sobre o "socialismo do século 21".

Nesta uma década, Hugo Chávez, que chegou ao governo sem contar com partidos estruturados e movimentos sociais consistentes, enfrentou enormes obstáculos. Além dos problemas estruturais de um país miserável, ele foi alvo da fúria das elites racistas, das conspirações do imperialismo e do cerco da mídia. Com base no apoio popular e num núcleo nacionalista das forças armadas, ele derrotou o golpe de estado de abril de 2002, o locaute petroleiro de dezembro/janeiro de 2003 e incontáveis iniciativas de desestabilização do seu governo. Segundo pesquisa recente, atuam no país 271 organizações não-governamentais financiadas pelos EUA e com propósitos golpistas.


"A palha e o furacão revolucionário"


Num processo radicalizado, ele insistiu na via democrática, ao contrário do que alardeia a mídia. Hugo Chávez enfrentou e venceu três eleições presidenciais (1998, 2000 e 2006), três referendos constitucionais (dois em 1999 e outro em 2004), quatro pleitos executivos (2000, 2004, 2005 e 2008) e dois legislativos (1999 e 2005). Na mais recente disputa, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) conquistou 17 dos 23 governos estaduais e 233 prefeituras (80% das existentes). Nesta trajetória, ele sofreu apenas uma derrota, no referendo de dezembro de 2007.


A cada nova vitória, Chávez foi firmando sua convicção no projeto bolivariano. "Eu sou apenas uma débil palha arrastada pelo furacão revolucionário", explica. Após derrotar o golpe de 2002, ele exonerou os generais golpistas e acelerou os programas sociais. Com a derrota do locaute, ele demitiu a casta de diretores e gerentes endinheirados e assumiu, de fato, o comando da poderosa empresa de petróleo da Venezuela - a PDVSA. Ele também enfrentou a ditadura midiática, não renovando a concessão pública da RCTV e incentivando rádios e TVs comunitárias. A partir da eleição presidencial de 2006, Chávez anunciou sua idéia híbrida do "socialismo do século 21".


Mudanças políticas radicais


Vários fatores explicam os avanços da revolução bolivariana, com seus ziguezagues e lacunas. A primeira é a radical mudança política no país, com o governo apostando na participação ativa das camadas populares - na chamada democracia protagônica. Através dos comitês bolivarianos, das missiones (programas sociais sob controle da sociedade) e dos conselhos, há um enorme esforço pedagógico para envolver os "excluídos". Na retaguarda deste processo movimentista aparecem as forças armadas. "Nossa revolução é pacífica, mas não é desarmada", enfatiza sempre Chávez.
O debate político na Venezuela é dos mais intensos e democráticos. As sucessivas eleições e as várias instâncias de participação popular procuram superar a fragilidade dos movimentos sociais e a debilidade de um processo centrado num único líder. Nesta empreitada se dá a guerra contra a ditadura midiática. Balanço recente indica que, além dos quatro veículos estatais, hoje já existem 250 rádios comunitárias, 24 emissoras de TV sob controle popular, 300 periódicos alternativos e uma potente rede de internet - de 640 mil usuários em 2002 pulou para 4,142 milhões em 2008.


Avanços no campo econômico


Outro fator determinante para os avanços da revolução bolivariana são as mudanças no terreno econômico. Inicialmente, o processo foi até conservador, cauteloso. Com o tempo, as mudanças ganharam ritmo - com a estatização, de fato, da PDVSA, introdução de tributos sobre ganhos das multinacionais e medidas de controle do fluxo de capitais, entre outras de cunho antineoliberal. Procura-se diversificar a base produtiva do país, que continua muito dependente do petróleo, no que se batizou de econômica endógena. Há também o estímulo às cooperativas e às propriedades sociais. Com base nestas medidas, a economia cresceu em média 11,2% nos últimos cinco anos.


Na fase recente, a revolução bolivariana acelerou o processo de estatização de áreas estratégicas, comprando empresas privadas na telefonia (Cantv), energia (AES), siderurgia (Sidor) e bancos (Santander). A proposta do "socialismo do século 21" ainda é uma peça de propaganda. Diante da grave crise mundial do capitalismo, que afeta duramente o preço e o volume das exportações de petróleo, o governo tenta atrair o chamado setor produtivo. Em julho passado, promoveu um encontro com 300 empresários e lançou um forte programa de subsídios às empresas. Há muita polêmica sobre o lançamento de uma nova NEP, a exemplo do ocorrido na revolução soviética.


A força dos programas sociais


O que dá forte impulso à revolução bolivariana, porém, são os programas sociais implantados nestes 10 anos. Três reportagens recentes - "Uma década de Chávez", da revista Carta Capital; "Chávez, as dez vitórias e a mídia", do jornal mexicano La Jornada; e "A nova Venezuela do presidente Chávez", do periódico francês Le Monde Diplomatique - evidenciam o esforço do governo para melhorar a vida da sua população. A oligarquia racista, a imperialismo e a mídia venal até hoje não entenderam estas mudança. Vale à pena listar alguns dados do período 98-07:


- Miséria extrema: baixou de 20,3% para 9,4%;


- Pobreza: de 50,4% para 33,07%;


- Diferença entre riqueza/pobreza: de 28,1% para 18%;


- Mortalidade infantil: de 21,4 para 13,9 para cada mil nascidos vivos;


- Desemprego; de 16,06% para 6,3%;


- Salário mínimo: de 154 dólares para 286 dólares, o mais alto da América Latina;


- Aumento do poder aquisitivo: 400%;


- Investimento na educação: de 3,38% para 5,43% do PIB;


- Educação básica: de 89,7% para 99,5% das crianças;


- Educação superior: de 21,8% para 30,2% dos estudantes;


- Investimento em saúde: de 1,36% para 2,25% do PIB



Fonte: Vermelho

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CTB-RS quer audiência com Yeda para debater a crise



A CTB protocolou uma solicitação de Audiência com a Governadora Yeda Cruzius, com o objetivo de buscar uma maior intervenção do Estado na economia, diante da crise econômica mundial. A Central aguarda que a Audiência com a Governadora seja marcada com brevidade. Além disso, está convocando a direção das outras centrais sindicais para uma reunião, na próxima terça-feira (03), às 14h, na sede da CTB-RS (Andradas, 943, cj 906) para produzirem ações conjuntas dos trabalhadores gaúchos.

Segundo Guiomar Vidor, presidente estadual da Central, “é preciso reagir com energia, unificar as centrais sindicais e envolver parlamentares, governantes, partidos políticos, entidades da sociedade civil (OAB, CNBB, ABI) e os movimentos sociais na luta em defesa do emprego e dos direitos dos trabalhadores”.

Vidor afirma também que, embora não tenha nenhuma responsabilidade pela crise, a classe trabalhadora transformou-se na sua principal vítima, sendo duramente castigada com as demissões em massa e a intensificação das pressões pela flexibilização e redução de direitos e salários.

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil aguarda que a Audiência com a Governadora seja marcada com brevidade. Além disso, está convocando as outras centrais sindicais para uma reunião, na próxima terça-feira (03), às 14h, na sede da CTB-RS (Andradas, 943, cj 906) para produzirem ações conjuntas dos trabalhadores gaúchos.


De Porto Alegre

Sônia Corrêa




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Chávez destaca amplo significado do processo de mudanças iniciado em 1999


Caracas, 1 fev (PL) O presidente Hugo Chávez destacou hoje que os primeiros 10 anos do processo de mudanças – construindo o governo e com o povo convertendo-se em poder – não têm precedentes na história da república venezuelana.

Em sua coluna deste domingo, intitulada “Fevereiro, outra vez fevereiro!”, o mandatário sul-americano enfatiza que “Fizemos em dez anos o que não se quis fazer em um século. Na verdade, lhes digo: não é pouca coisa o salto que demos”.

“A Venezuela”, afirmou, passou “de um escuro e diminuído país, subordinado ao império ianque, a ocupar um lugar luminoso de vanguarda nas lutas dos povos do mundo por sua libertação”.

O chefe de estado assinala que, devido à efeméride de amanhã, 2 de fevereiro não será um dia útil, e terá uma programação especial que inclui a celebração de uma Cúpula Extraordinária da Alternativa Bolivariana para os Povos de Nossa América.

“Têm sido dez anos de resistência e de avanços em todos os âmbitos da vida nacional; dez anos nos quais temos marchado de vitória popular em vitória popular, rumo à independência definitiva da Venezuela, para converter nossa Pátria em um País-Potência neste continente”, expressa.

O mandatário venezuelano insiste na importância e significado do referendo do dia 15 de fevereiro, no qual o povo terá a possibilidade de aprovar ou não uma emenda constitucional para a reeleição contínua dos cargos públicos.

“O ‘Sim’ é a chave para abrir os portões de um novo horizonte; o ‘Sim’ é o futuro. O contrário significaria não apenas fechar essa possibilidade, como algo pior: abrir as portas tenebrosas do passado”, ressalta.

“Você, mulher venezuelana, homem venezuelano, jovem venezuelano, tem em suas mãos as chaves”, assegura.

Em sua coluna, Chávez relembrou os acontecimentos vinculados ao mês de fevereiro e brilha ao escrever "outra página gloriosa: o 15 de fevereiro!!".

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Crise no PiG (*): estupro aumenta em SP Ou homicídios caem ? Nem um nem outro


Paulo Henrique Amorim


Folha (**), em discreta manchete na primeira página: “Em 9 anos, homicídio cai 66% em SP. Estado atribui melhora a investimento na polícia. (E apesar desse hercúleo esforço de investimento – PHA) em 2008, porém, crimes como assalto e roubo a carga cresceram.”

Se você for assinante da Folha, leia esse comício da campanha Pedágio 2010, na primeira página do jornal.

Estadão, pagina C4 (escondida, lá dentro, para ninguém ler … PHA): “Cresce numero de estupros no Estado. Roubo seguido de morte teve aumento de 21% em 2008, segundo Secretaria de Segurança…. A violência sexual só perde em latrocínio … crime que subiu 21% em igual período.”

Leia essa reportagem equivocada dos repórteres Fernanda Aranda e Camila Haddad, do Jornal da Tarde, que, a essa hora do dia, já devem ter sido demitidas por um telefonema do Pedágio aos Mesquita.

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista


Fonte: Conversa Afiada

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